quinta-feira, 22 de setembro de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Gaspar da Gama.


Gaspar da Gama: A sua história é fascinante. Comerciante, foi uma das personagens mais curiosas e exóticas da esquadra de Pedro Álvares Cabral. Apesar de não ser o único poliglota na esquadra que descobriu o Brasil, foi considerado o «língua da frota», o intérprete que traduziu as negociações comerciais entre portugueses e indianos

(1444-1510/1520)
Poznan, Polónia

Gaspar da Gama foi um comerciante que actuou como intérprete e prestou vários serviços aos portugueses nas Índias, onde foi encontrado por Vasco da Gama. Era conhecido por falar várias línguas do Oriente e do Ocidente.Navegou com diversas esquadras portuguesas entre a Europa e as Índias, inclusive com a esquadra de Pedro Álvares Cabral. Foi certamente um dos primeiros europeus a desembarcar no Brasil e a tentar comunicar com os índios tupiniquins.

O seu nome original é desconhecido. Aparece com o nome deGaspar da Gama ou Gaspar das Índias nas crónicas e relatos dos descobrimentos portugueses escritos por Gaspar Correia,Fernão Lopes de Castanheda, Jerónimo Osório, Damião de Góis e Álvaro Velho no entanto era conhecido pelos indianos como Mahmet. Algumas fontes mais recentes confundem-no com um navegador português que comandou um dos navios da frota que descobriu o Brasil. Outras fontes ainda o chamam de Gaspar d'Almeida face à sua amizade com Francisco de Almeida, 1º vice-rei da Índia. Existem várias versões sobre sua vida antes de encontrar Vasco da Gama nas Índias. O cronista Gaspar Correia conta que, ao ser encontrado pelos portugueses, Gaspar da Gama era capitão-mor da esquadra de Adil Xá, o sultão deBijapur, governador árabe de Goa, na Índia. Damião de Góisafirma que Gaspar da Gama era natural da cidade de Poznan, no reino da Polónia e que, nesta época, não falava espanhol, mas italiano, ou seja, a língua véneta, idioma muito utilizado nos centros comerciais do Oriente que recebiam europeus. João de Barros relata que o próprio Gaspar da Gamalhe contou que seus pais eram de Poznan na Polônia. Quando os judeus foram expulsos da cidade, seus pais emigraram para Jerusalém e depois para Alexandria, onde Gaspar da Gamanasceu.

Elias Lipiner estudou a documentação dos cronistas portugueses da época das grandes navegações e considerou a versão de João de Barros como a mais fiel aos factos, sugerindo queGaspar da Gama tenha nascido em Alexandria, Egipto por volta de 1458. Seguindo rotas comerciais conhecidas pelos judeus da época, ele deve ter chegado muito jovem às Índias onde se estabeleceu como comerciante. Já o historiador Arnold Wiznitzer acha mais provável que ele tenha mesmo nascido emGranada como conta o cronista Gaspar Correia, que morou nas Índias e é quem mais apresenta detalhes sobre Gaspar da Gama. Uma outra versão diz que Gaspar da Gama nasceu perto do ano de 1440 na região da Bósnia (talvez por confusão com o nome de Poznan), que, ainda menino, migrou para a Alexandria e, por volta de 1470, mudou-se para as Índias.

Quando a primeira esquadra portuguesa chegou às Índias aportou na ilha de Angediva, no Oceano Índico, a cerca de 20 Km da costa de Goa, Gaspar da Gama, sem ser convidado, apresentou-se na nau de Vasco da Gama e pediu alegremente permissão de ir num navio seu, para visitar Espanha. Era então um homem de mais de 50 anos, idade avançada para a época, com barbas brancas, bem mais alto e claro que os indianos da região. Conforme relato do escrivão da frota portuguesa, Álvaro Velho, Gaspar da Gama disse que «trabalhava para um poderoso senhor dono de um exército com mais de 40 mil homens de cavalo, e que ao saber da chegada dos estrangeiros pediu ao patrão que fosse vê-los. Se não deixasse morreria de tristeza». Alguns comerciantes cristãos, considerados os mais confiáveis, contaram ao portugueses queGaspar da Gama era um «espião» e que preparava um ataque de surpresa. Ao saber disto, Vasco da Gama mandou açoitar o visitante e interrogá-lo sob tortura. Depois, Gaspar da Gama contou ser judeu de Granada convertido ao cristianismo, que tinha viajada para a Turquia e Meca e depois para as Índias, e que não havia qualquer plano de atacar os portugueses. De seguida, Vasco da Gama passou a confiar mais no prisioneiro. Vasco da Gama manteve Gaspar da Gama como prisioneiro e levou-o na viagem de volta para Portugal, talvez considerando que seus conhecimentos sobre o Oriente seriam úteis nas próximas expedições. Durante o longo retorno, Gaspar da Gama acabou tornando-se amigo dos portugueses e, especialmente deVasco da Gama. Quando foi baptizado no ano seguinte, Vasco da Gama foi seu padrinho e deu lhe o seu próprio sobrenome. O primeiro nome, Gaspar, provavelmente foi escolhido como referência às suas origens, pois é o nome de um dos três Reis Magos que vieram do Oriente para visitar Jesus.

O rei D. Manuel gostou de Gaspar da Gama e passou a chamá-lo frequentemente à corte para ouvir suas estórias sobre as terras e costumes do Oriente. Havia ainda a desconfiança de que Gaspar da Gama fosse um espião árabe, mas os portugueses reconheciam o seu valor, pois, além de ter comerciado em alguns de seus centros comerciais das Índias, também falava latim, árabe, italiano, castelhano, português e algumas línguas das Índias. Devido a isto, o rei D. Manuel nomeou-o conselheiro e intérprete da esquadra que foi para as Índias comandada por Pedro Álvares Cabral.
Sempre com uma touca na cabeça e vestido com roupa branca de linho, Gaspar da Gama foi uma das personagens mais curiosas e exóticas da esquadra de Pedro Álvares Cabral. Apesar de não ser o único poliglota na esquadra que descobriu o Brasil, foi considerado o «língua da frota», o intérprete que traduziu as negociações comerciais entre portugueses e indianos, assim como os encontros do comandante Pedro Álvares Cabral com os rajás.

Arnold Wiznitzer e Elias Lipiner dizem que Gaspar da Gama foi o primeiro judeu a aportar no Brasil pois estava com Nicolau Coelho no primeiro bote que se aproximou das praias brasileiras e tentou comunicar com os «índios tupiniquins» utilizando as línguas da Índias, árabe e hebraico. Outro intérprete da frota que tentou falar com os locais, sem sucesso, foi Gonzalo Madeira, de Tânger, talvez um cristão-novo judeu ou muçulmano. Nas Índias, Gaspar da Gama cumpriu a sua missão sem trair os portugueses em qualquer momento. Os seus serviços de intérprete e conhecimentos de geopolítica e costumes das Índias foram importantes nos encontros comerciais de portugueses e indianos em Calecute e Cochim.

Cortesia de pedrodealbuquerque.wordpress
A mudança dos nomes de Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruzpara Brasil é atribuída por alguns a Gaspar da Gama e Fernão de Noronha, ambos de origem judaica. Entretanto, tal facto não têm base histórica. O que ocorreu foi devido ao intenso comércio de pau-brasil.
Participou nas Índias em expedições dos portugueses que tentaram conquistar Ormuz em 1508 e Calecute em 1510, época em que alguns supõem que ele tenha morrido. Outros consideram que ele tenha regressado a Portugal onde morreu. Alguns dizem que sua morte ocorreu entre 1510 e 1515, ou até em 1520, com quase oitenta anos de idade.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Homilia. 113 anos de Juventus.


12/05/2011.

Sejam todos bem vindos nesta celebração importante para nos.
113 anos de União Juventus e 140 anos de imigração dos poloneses para Paraná.
Pena que conosco não está padre Jorge Morkis, ele que sempre acompanhava Juventus e acompanhava nos momentos mais difíceis. Agora é fácil.
Por causa de viagem, também não pode ficar conosco Arcebispo de Curitiba Dom Moacir Vitti.

*

Hoje celebramos festa de Pentecostes, festa do Divino Espirito Santo.
Jesus terminando sua missão na terra, subiu ao céu mas como disse antes, que não vai nos deixar sozinhos. Que vai enviar Espírito Santo para iluminar-nos, dar a força, coragem e a paz. Até repetiu duas vezes: "A paz esteja convosco".

Espirito Santo desceu sobre igreja reunida no senáculo, junto com Maria. Desceu porque eles esperavam. Esperavam unidos e em oração.

I nos, como apóstolos, se vamos ser unidos e na oração, reflexão, junto com Maria, Nossa Senhora de Czestochowa /como com carinho chamamos/, podemos ter certeza que Deus não vai nos esquecer. Que vai enviar Divino Espirito Santo para nos iluminar, dar força, coragem, paz.
Que descobrirmos caminho neste mundo e neste tempo para chegar não só 113 anos como União Juventus mas muito, muito mais. Deixando bonita herança para futuras gerações.

113 anos que hoje celebramos incentivam nos para olharmos este tempo que passou.
Com certeza tinha muitos momentos bonitos. Tinha e momentos difíceis especialmente nos últimos anos.
Quereria lembrar o que disse Senhora Joice na inauguração de sede de União Juventus:

"Juventus surgiu hoje como Fenix das cinzas". Como surgiu como Fenix ?

Melhor escreve isto Senhor Leopoldo Sokolowski:

"Após uma faze desastrosa, na qual víamos se esvasiar o patrimônio da sociedade com a venda da primeira Sede Social à rua Carlos de Carvalho/antiga sede de Junak/, casa em Caiobá, chácara na BR 277, Golfinho, com dívidas que ultrapassavam os 15 milhões de Reais/na verdade 18 milhões/, com centenas de ações em julgamento, com leilões marcadas seguidamente para liquidação total do patrimônio. Tudo parecia se encaminhar para o desastre total.

Grande parte dos associados deixou pagar as suas contribuições e sociedade perdia o crédito. Somente não foram leiloados a Sede Central/avalhada em 600 mil Reais/,por na última hora terem sido feitos acordos com pagamento parcial por recursos arrecadados entre conselheiros, principalmente pelo presidente Marian Kurzac e vice, vereador Tito Zeglin."

Hoje conforme avaliação de capital de União Juventus, patrimônio é avalhado para mais que 56 milhões Reais. /nunca tinha tanto/. Tudo podem ver nos arquivos de Sociedade União Juventus.
Milagres existem, União Juventus hoje é sinal disto.

Não vou falar detaliadamente sobre história de União Juventus porque faltaria de tempo. Só quereria refletir sobre palavra UNIÃO. Juventus surgiu com união das varias organizações polonesas.

Socios desta organização Senhores Paulo Filipak e João Krawczyk escreveram livro FASTOS da Sociedade União Juventus. Fascículo I e Fascículo II


Mais importantes foram:

- Sociedade de Ginástica Falcão.
- Círculo da Mocidade Polonesa.
- Sociedade Santo Estanislau.
- Sociedade União Polonesa.
- Sociedade de Educação Física JUNAK
- Associação de Estudantes Sarmátia.
- Sociedade Beneficiente e Recreativa UNIÃO.
- Sociedade de Educação Física JUVENTUS.

e muito mais pequenas organizações. Cada destas organizações maiores tinha miliares dos socios e atuava por muitos anos. Herança que não podemos esquecer e perder.

Povo sem Memória é Povo sem Futuro.

Aqui temos arquivos, memorias. Não vou falar sobre todos arquivos, só algumas importantes que em nenhum lugar encontram.

- Vos Saporski, pai de imigração polonesa no Brasil. /carta/
- Antonio Zielinski, padre que graças a conhecimento com Corte Real e Dom Pedro II - levaram primeir grupo dos imigrantes estabelecidos em Santa Catarina /sixten lotes/para Paraná, Curitiba. /carta/
- documentos sobre Cardeal Mieczyslaw Halka Ledochowski /papa vermelho/, interrex - incentivador de imigração para o Brasil, responsável pela diplomacia de Vaticano para Portugal e América Latina. /Papa Preto/ General dos Jesuítas - Wlodimir Ledochowski. Parente do primeiro.
Todos atuavam no tempo quando chegaram primeiros imigrantes poloneses para o Brasil./Se só coincidência ? /cartas/. Um dia Rui W. maior historiador de imigração, disse que precisava toda história de nossa imigração escrever deste momento.
- pe. Lodovico Przytarski, idealisador de Nova Polônia /distrito/ e Czestochowa Paranaense.
Não todos sabem que lugar onde nos ficamos antes desde rio Barigui até Ferrarai hoje parte de Campo Largo - chamava-se Nova Polônia. Como temos tantos nomes no mundo: Nova Roma, Nova Alemanhã, Novo Friburgo etc,etc,
- pai das escolas polonesas, Hierônimo Durski.

E muito mais. Até sobre tropeiros, índios, ferroviários, pouco e sobre imigração italiana, alemã. É bonito quando gente junto em União sentam, conversam, refletem um aprende do outro. E podemos ter certeza que Deus nos não abandona. Ele nos ilumina da força, coragem, paz para descobrirmos caminho nesta vida que leva todos à pátria celeste. Amém.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Seara do Semeador. NP.


Livro de pe. Wendelin Swierczek, C.M. Curitiba,1980.251p.

Bonito livro. Falta tempo e forças para digitar todo livro. Queremos só um capítulo: Nova Polônia de 50 à 52 página.
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Nova Polônia

Espavorida agita-se a criança,
de noturnos fantasmas com receio;
mas, se abrigo dá materno seio,
fecha os doloridos olhos e descança...

Perdida é para mim toda a esperança
de voltar ao Brasil: De lá veio
um pugilo da terra e nesta, creio,
brando será meu sono e sem tardança...

Qual infante a dormir em peito amigo,
tristes sombras varrendo da memória,
ó doce Pátria, sonharei contigo!

E entre visões de paz, de luz, de glória
sereno aguardarei, no meu jazigo,
a justiça de Deus na voz da história.



D.Pedro II


Nova Polônia! - Eloquente, mas não extravagante denominação: Apenas expressão natural, ou seja, "voz do povo", naqueles anos do "rusch"emigratório, a qual, porem, não deixa de ser gentileza e nobre manifestação de reconiecimento aos novatos advindos às auriverdes plagas. Foi, assim, que surgiram as designações "Nova Itália", "Nova Galícia", "Nova Dantzig", etc.

Infelizmente, como tudo neste mundo, também, esta qualificação foi suscetível de adulterações em seu exato senso e uso; mormente, pelos "hurras-patriotas", de diversos lados e quilates, em seus doentios sentimentos e empenhos menos louváveis.

A sua interpretação mais justa e genuina, nô-la encontramos, além da já citada "Carta do Visconde de Taunay, no famoso "Pan Balcer w Brazylji"- O sr. Balcer no Brasil - de Maria Konopnicka, a intrépida poetisa-bataliadora da sagrada causa da polonidade: Lá, na Polônia dilacerada pelos desalmados invasores e, no estrangeiro, dentre os desterrados, ela cantou, em seus versos singelos, com todas as fibras de seu coração fraterno e patriótico:

Ó vós, pais e mães, não choreis
olhando o além-mar;
vossos filhos hão de formar uma NOVA POLÔNIA
em nome de Deus!



Condigno eco destas sublimes acerções deparamo-lp no soneto-testamento de Dom Pedro II no exílio, reproduzido acima.

Entrementes, há quem visse nesta fascinante expressão "Nova Polônia", uma espécie ou idéia correlativa com a Suissa, o fenomenal país cuja população se compõe de várias nacionalidades que vivem em perfeita harmonia sob a mesma bandeira e autoridade; conservam características inatas e as diferenças étnicas, sem constituir qualquer prejuízo para a unidade da Pátria comum.

A paternidade desta visão pertence, consoante às "Recordações da Viagem"de St. Klobukowski /Anais IV, 107/, a certo Deputado do Rio de Janeiro, que, em 1896, no caso do território das Missões, manifestou a preferência de ser o mesmo ocupado por um povo pacífico - os Poloneses.

Um outro significado da "Nova Polônia" tenta expor-nos o arauto da "Polônia Sempre Fiel", J. Giertych, na sua sofisticada "Opoka". A nosso ver, este seu bem intencionado conselho e desejo patriótico aparece um tanto tarde e não logrará êxito; mesmo que consiga convencer alguns e conservar outros no cultivo de sua excelsa descendência e das tradições empolgantes de sua Nação.


Nesta IGREJA uma das mais bonitas que construíram imigrantes polonesês no Brasil /Paraná/, tem escrito na torre de lado esquerdo: POLONIA SEMPRE FIEL.


Igreja em Carlos Gomes PR, antigo nome desta cidade: NOVA POLÔNIA. Tem vários elementos decorativos ligados com Polônia.
Idealizador desta igreja Santa Ana - padre José Wojda Tchr.

Ora, modestia à parte, as presentes linhas, bem como todo o Centenário faustoso, tem em mira, exatamente, reverenciar e estimular a prática assidua dos augustos valores que tão prodigamente, a denominação "Nova Polônia"enserra e recomenda.

Isto tornado realidade pacífica, em muito contribuiria para a ampliação dos tesouros sócio-culturais da jovem Nação Brasileira. Afinal, o Imigrante Polônes não pode ser considerado apenas como mão-de-obra, ou boi a carreta. Os tesouros, valores e germes de sua milenar cultura material e espiritual, são muito mais generosos e fecundos. E isto, é incontestável.

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Gente quereria comentar cada frase deste capítulo deste Livro de pe. Wendelin Swierczek.
/alguns vezes encontrei pe. Wendelin Swierczek. Trabalhei como padre na paróquia onde Ele também trabalhava muitos anos atraz: em Rio Claro do Sul/

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O legado polonês em Campo do Tenente. I parte

UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC
CURSO DE HISTÓRIA









JOSELI VICHINIESKI NOVAKI









O LEGADO POLONÊS EM CAMPO DO TENENTE


























MAFRA
2006
JOSELI VICHINIESKI NOVAKI




















O LEGADO POLONÊS EM CAMPO DO TENENTE



Relatório apresentado como exigência para a obtenção do título de BACHAREL, do Curso de História, ministrado pela Universidade do Contestado-UnC/MAFRA, sob orientação do Prof. MSc Sandro César Moreira

















MAFRA
2006

JOSELI VICHINIESKI NOVAKI




Este relatório foi submetido ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para a obtenção do Título de:


Bacharel em História


E aprovada na sua versão final em_________________, atendendo às normas da legislação vigente da Universidade do Contestado e Coordenação do Curso de História.



_______________________________
Antonio Dias Mafra
Coordenador do Curso


BANCA EXAMINADORA



__________________________
Presidente da Banca



__________________________
Membro



__________________________                         _________________________
Membro                                                         Membro Suplente














































DEDICATÓRIA



De modo especial, aos meus pais Maria Vichinieski Novaki e Henrique Novaki Golon









AGRADECIMENTOS






Quando podemos agradecer é porque nos foi dado a grande oportunidade de contarmos com grandes amigos. Assim:

A Dona Maria Foohs, tanto pelo material cedido a pesquisa quanto pela atenção dispensada.

A meu namorado Maurício pelo estímulo, apoio e carinho que me ofereceu durante esta etapa da minha vida.

A toda a minha família que compartilharam dessa trajetória auxiliando-me para que pudesse concluir o curso com êxito.

Em especial ao Prof. Sandro César Moreira com quem tive a satisfação de tê-lo como orientador: a você professor toda minha estima e admiração.

E ainda,

A DEUS, por todas as possibilidades que tenho para ampliar os meus conhecimentos.













































“No momento histórico em que, juntamente com o renascimento da nossa nacionalidade, estamos enveredando por novos caminhos, quando o pensamento político polonês deve ampliar os seus horizontes, quando a bandeira polonesa surge nos mares e nos oceanos, é tempo de pensar seriamente nos milhões de afastados do trono materno, espalhados pelo vasto mundo; é tempo de fazer um balanço da nossa força nesse campo, de nos orientarmos quanto ao material de que dispomos, de aliviar o valor das áreas para onde até agora se dirigiu a nossa emigração, de lhe apontar finalmente novos caminhos, de conformidade com o nosso interesse nacional, político e econômico”.
(Gluchowski)





RESUMO


O presente trabalho monográfico trata-se do levantamento do histórico sobre a migração polonesa no Paraná e o legado dos poloneses no município de Campo do Tenente, o principal objetivo foi estudar o processo histórico e cultural dos migrantes poloneses e seus descendentes no município de Campo do Tenente, e quais suas contribuições no desenvolvimento econômico e social do município, o estudo fez o levantamento do legado cultural dos migrantes poloneses no município, uma vez que se sabe do quanto o povo polonês contribuiu e permanece colaborando de maneira significativa para a formação do contexto histórico do município. Ao adquirir informações deste caráter a intenção foi induzir à compreensão da cultura paranaense, já que os poloneses são um dos grupos étnicos mais significativos do Estado. O projeto de levantamento das informações, através de pesquisa de campo, se fez com visitas às residências, com diálogo direcionado junto aos descendentes mais antigos que residem no município, bem como, com aqueles descendentes que atuam na preservação da cultura polonesa no município. Neste contexto, foi possível registrar o levantamento histórico até então não realizado sobre a história destes migrantes no município de Campo do Tenente.



Palavras-chave: miscigenação, cultura, imigração polonesa, costumes, aculturação



























ABSTRACT


Present work monographic deals with survey of description on migration Polish in Paraná and legacy of Poles in city of Field of Lieutenant, main objective was to study process historical and cultural of migrantes Polish and its descendants in city of Field of Lieutenant, and which its contributions in development economic and social of city, study made survey of legacy cultural of migrantes Polish in city, time that if it knows of how much the people Pole contributed and remains collaborating in significant way for the formation of the context description of the city. When acquiring information of this character the intention was to induce to the understanding of the paranaense culture, since the Poles are one of more significant the ethnic groups of the State. The project of survey of the information, through field research, if made with visits to the residences, dialogue directed next to the descendants older than they inhabit in the city, as well as, with those descendants who act in the preservation of the Polish culture in the city. In this context, it was possible to register the not carried through historical survey until then on the history of these migrantes in the city of Field of the Lieutenant. Word-key: miscegenation, culture, Polish immigration, customs, aculturação













































1. INTRODUÇÃO


“Povo que não sabe de onde vem não sabe para onde vai.”(Grupo Folclórico Polonês Niezapominajka – Campo do Tenente-PR)


As constantes migrações humanas caracterizaram a diversidade e a complexidade de determinado espaço físico. O município de Campo do Tenente não é uma exceção. A contribuição de etnias diferentes atuando e transformando a cidade são visualmente notadas na religião, arquitetura, gastronomia, vestuário, na língua e na própria miscigenação.
Desta forma este trabalho propõe-se estudar o processo histórico e cultural dos imigrantes poloneses e seus descendentes no município de Campo do Tenente, no final do século XIX e XX, verificando as transformações, mudança na economia, com a introdução de novas técnicas de trabalho, as quais contribuíram de maneira significativa no desenvolvimento econômico e social do município, constituindo-se, portanto, o principal objetivo da pesquisa de campo.
Um dos objetivos da referida pesquisa é descrever o legado cultural dos migrantes poloneses no território tenenteano, já que sabe-se que é fato que os poloneses contribuíram e permanecem colaborando de maneira significativa para a formação do contexto histórico do município.
Para atingir tal meta serão realizadas análises dos costumes poloneses, presente no comportamento atual da população do município, a verificação da existências de projetos e instituições dedicados à preservação dos costumes, objetos, móveis e imóveis relativos aos descendentes poloneses, bem como a realização do levantamento de registro histórico através de documentos, e entrevistas colhendo relatos justamente daqueles que participaram deste processo de colonização.
Pretende-se levantar informações e assim induzir à uma maior compreensão da cultura paranaense, já que este trabalho trata sobre as características de um dos grupos étnicos mais significativos do Estado.
Para se compreender toda a extensão da cultura polonesa, realizar-se-á um estudo bibliográfico sobre a história deste povo, relatando-se as verdadeiras intenções pelas quais este grupo saiu de sua terra, cheio de esperanças, para vir ao Brasil. E como preservaram a grande "bagagem" cultural trazida da Europa, como o sentimento de nacionalidade - polonidade -, os hábitos e a grande vontade de trabalhar, para retirar da terra o sustento para a família.
Vale frisar a grande fé que este povo tem: fé católica e fé em si mesmos, pois acreditaram e fizeram o que sonharam: conquistaram terras, a terra esperada, e foram formando, então colônias, com pequenos agricultores, com suas festas sua religiosidade e sua esperança.
A história do povo tenenteano se define dentro dessas características, pois o município tem sua história e sua evolução sócio-cultural, como resultado de um encontro de várias etnias, onde o processo de miscigenação contribuiu para a formação da sociedade, e os poloneses são parte fundamental desta formação cultural, social, religiosa e econômica no município.
Dispensar-se-á empenho especial para a realização da pesquisa de campo, isto porque notou-se a necessidade de resgatar o registro da história do processo cultural da colonização polonesa no município, indispensável para compreensão e a valorização da história de seus antepassados, tanto por seu caráter científico como por sua função social.


1.1 DIFICULDADES E ALTERAÇÕES



Em relação ao que foi determinado no projeto da presente monografia, as dificuldades encontradas para realizar alguns dos objetivos específicos inicialmente propostos, foram em relação às fontes de pesquisa para embasamento teórico e documental do trabalho.
Por esta razão, não foi possível atingir dois dos referidos objetivos:
Investigar história da colonização polonesa do município de Campo do Tenente a partir de 1891, justamente porque não há nenhum registro documental que tornasse possível tal relato, sendo assim investigou-se e relatou-se a história a partir de 1920, que é realmente quando há os primeiros vestígios documentais da colonização no município.
Analisar o processo de evolução econômica, sócio-cultural e religiosa no desenvolvimento do município, o objetivo também não pode ser concluído porque não há como comprovar este item, já que não existe praticamente nenhum documento ou alguém que possa relatar com detalhes esta evolução histórica, a partir de quando e como ocorreu.


1.2 DEFINIÇÃO DE TERMOS



MÉTODO HISTÓRICO: Partindo do principio de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, é importante pesquisar suas raízes, para compreender sua natureza e função. Assim o método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual através de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. (LAKATOS p.34, 1999).

CULTURA: “Uma cultura é um conjunto de padrões de comportamento, prevalente em um grupo de seres humanos em um período de tempo especificado e que, do ponto de vista da pesquisa atual e da escala em que esta está sendo realizada, apresenta descontinuidades nítidas e passíveis de observação em relação a outros conjuntos semelhantes”. (DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, p.290, 1986).

RELIGIÃO: Crença na existência de uma força ou forças sobrenaturais, considerada(s) como criadora(s) do Universo, e como tal deve(m) ser adorada(s) e obedecida(s). 2. A manifestação de tal crença por meio de doutrina e ritual próprios, que envolvem, em geral, preceitos éticos. (DICIONÁRIO AURÉLIO ESCOLAR DA LÍNGUA PORTUGUESA, p.561, 1986).

SOCIEDADE CAMPONESA: [...] residência rural, agricultura familiar praticada em pequenos pedaços de terra próprios, ou outras ocupações mais simples que proporcionam uma vida modesta ou de subsistência, a família como a unidade social essencialmente importante; status social baixo; interdependência econômica, em grau variável, com centros urbanos; cultura simples; apego a terra, à comunidade local e a tradição. (DICIONÁRIO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS, p. 140, 1986).

TRADIÇÃO: em sentido restrito, é um termo neutro, empregado para designar a transmissão, geralmente oral, por meio do quais modos de atividade, gosto ou crença são passados (entregues) de uma geração para a seguinte perpetuando-se dessa forma [...]. (DICIONÁRIO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS, p. 1254, 1986).

SOCIEDADE: população que habita determinado território e se articula de acordo com formas particulares de produção e reprodução de sua vida de acordo com um conjunto de valores que definem seus padrões de comportamento, convivência e identidade cultural. Na caracterização e análise das sociedades e das conformações que ela tem tomado ao longo da historia [...]. (DICIONÁRIO DE ECONOMIA, p. 294, 1989).
















2. METODOLOGIA



2.1 DELENIAMENTO



- Tipo de projeto: De levantamento
- Tipo de pesquisa: De campo
- Gênero da pesquisa: Mecanicista
- Linha de pesquisa: História Regional


2.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA



- Local: Campo do Tenente
- População: Descendentes de Poloneses residentes nas localidades, onde estão formadas as colônias de cultura polonesa, foram elas: Serrinha, Pau de Casca e Sede do Município de Campo do Tenente.


2.3 METODOLOGIA DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA



Para o desenvolvimento desta pesquisa foi adotado o seguinte procedimento:
-         Para o primeiro momento, o levantamento de todo o acervo bibliográfico pertinente ao objeto de pesquisa. Para tanto buscar-se-á na biblioteca da UnC/Mafra, nas bibliotecas públicas e em acervos particulares;
-         Para o segundo momento, a seleção de todo o material levantado. Os critérios para esta seleção consistirão na valoração das obras com relação ao reconhecimento científico dos autores, da credibilidade das editoras e do ano das edições;
-         Para o terceiro momento, serão feitas as leituras e análises das obras selecionadas, através de resenhas e resumos,  seguidos de fichamentos;
-         Para o quarto momento, a elaboração da revisão da literatura, buscando-se respostas ao problema e aos objetivos propostos para a pesquisa.


2.4 METODOLOGIA DA PESQUISA DE CAMPO



É na Pesquisa de Campo que se baseia praticamente todo o objetivo do presente trabalho, recolheu-se depoimentos e informações de uma parte dos descentes que colonizaram Campo do Tenente. Procurou-se falar com pessoas que moram a mais tempo no município e todos aqueles que participam das atividades sociais, políticas e culturais para que se pudesse realizar um levantamento histórico satisfatório sobre a história destes migrantes, que confundem a sua própria história com a história do desenvolvimento do município de Campo do Tenente.
Não se elaborou questionário, foram escolhidas, de forma aleatória, inicialmente as pessoas que participariam da pesquisa, e posteriormente decidiu-se por explorá-los através de uma “conversa” com o objetivo de abordar assuntos específicos como: a chegada das famílias dos entrevistados em Campo do Tenente, a religião, a culinária, os costumes, os comportamentos, as construções, etc.
Isto porque, muitas das pessoas que participaram da pesquisa são bastante simples, e o povo polonês possui como característica principal um modo reservado de ser, e através de uma conversa descontraída e franca seria mais fácil de conseguir o máximo de informações e explorar o que eles teriam a dizer sobre sua história e o que pensam sobre a sua cultura.
Sendo assim, de maneira geral, as entrevistas duraram de duas a duas horas e meia, foi muito bem aceita pelos entrevistados, afinal o povo polonês é bastante hospitaleiro e muito comunicativo, relataram tudo em detalhes e ao relembrar os antepassados de seu povo percebeu-se a inevitável empolgação. Ao serem informados sobre o objetivo da visita e a finalidade dos registros de seus relatos, todos ficaram orgulhosos ao perceberem que sua história seria contada através deles.
Todo o histórico e relatos sobre os poloneses no Município de Campo do Tenente, adquiriram-se com base em documentos, e relatos dos próprios descendentes que ali vivem, sobre seus antepassados que vieram estabelecer-se no município num período de 1920 a 1950 (período em que foram encontrados registros). Não há obras literárias ou publicações editadas que contém com mais detalhes este processo evolutivo, para que possa-se citar autores. Vale ressaltar que o presente trabalho é o único levantamento da história do povo polonês na região.

























3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA



3.1 HISTÓRICO GERAL DA IMIGRAÇÃO POLONESA



A partir do século XIX, ocorreu nos países ocidentais da Europa um extraordinário crescimento demográfico, jamais presenciado na história da humanidade. De acordo com os relatos de Wachowicz (1970, p. 9) “a população européia, que em 1800 contava com um total de 180.000.000 de habitantes, alcançou, na véspera da primeira grande guerra, a elevada cifra de 460.000.000 de habitantes.”
Pode-se concluir que tal índice de crescimento demográfico europeu trouxe, como não poderia deixar de ser, profundas modificações em todos os setores da sociedade, provocando profundas tensões e pressões na estrutura européia.
Uma das manifestações de tal descontentamento foi o desejo de emigrar e procurar melhores condições de sobrevivência.
De acordo com Wachowicz (1970, p. 12) dentre as várias correntes que forneceram grandes contingentes emigratórios para a América, os poloneses apresentam-se com uma característica que embora esteja constatada em outros povos de emigração, os assinala sobremaneira.
O autor Wachowicz (1970, p. 12) denomina a característica como etnocentrismo, e ainda observa que:

Os poloneses do século XIX, vivendo numa sociedade onde o poder político e grandemente o econômico não estava sob seu controle, criaram como sentimento de compensação, um mística em torno de seu grupo étnico e cultural, na defesa de sua polonidade ameaçada. Para defender-se da poderosa influência da cultura germânica e russa, os poloneses criaram um conceito de valores nacionais destinados a contrabalançar e neutralizar os valores estranhos à sua própria cultura, ameaçada desde a perda de sua independências e conseqüente ocupação de seus território.

Para que se possa compreender melhor o comportamento do polonês não só dentro do seu próprio habitat, como também nas terras de imigração, é necessário analisar as características conjunturais que levaram esse homem polonês a adquirir tal comportamento.
Sucintamente, de acordo com a descrição de Wachowicz (1970, p. 12) depois de ser, nos séculos XVI e XVII uma das mais poderosas nações da Europa, a Polônia experimentou, no século XVII, uma decadência altamente perigosa, visto estar cercada por nações poderosas e desejosas de expansão territorial.

Seus vizinhos poderosos, a Prússia no ocidente e a Rússia no oriente, experimentavam um período fé fortalecimento não só de seus governos absolutistas e fortemente centralizados, bem como de seu poderio militar, com a implantação de exército modernos e permanentes. A Polônia, por seu turno, como o poder central em processo de enfraquecimento e sem exército permanente, tinha a sua defesa baseada nas milícias camponesas, que eram mantidas e controladas pela nobreza e somente poderia ser recrutadas pelo governo central em guerras defensivas. Tal situação era um anacronismo, se for colocada em confronto às poderosas monarquias suas vizinhas.

Aliaram-se então, a Rússia e a Prússia, a uma facção minoritária da nobreza polonesa, descontente em virtude da perda dos privilégios, pela constituição de 3 de maio, o resultado foram guerras e divisões da Polônia.
Conforme os relatos de Wachowicz (1970, p. 14) em 1815, foi o congresso de Viena que reestruturou o mapa político da Europa, dentre os vários territórios anexados pela Rússia, o antigo Ducado de Varsóvia, criado por Napoleão, veio denominar-se de “Kongresówska”, ou seja, Reino da Polônia ou Reino do Congresso. A Prússia incorporou a Pomerânia, Posnânia e a maior parte da Silésia, enquanto a Áustria ficou com a Galícia e parte da Silésia. Cracóvia, grande centro universitário, foi considerada livre, sob o protetorado das três grandes potências ocupantes.
Após a perda da independência da Polônia, todas as esperanças dos nacionalistas poloneses, voltaram-se então para um possível auxílio da França, cuja revolução simbolizava a liberdade política individual, e assim passou a participar das campanhas de Napoleão como o fito de atrair o dirigente francês para a causa polonesa. No entanto Napoleão não estava interessado na solução do problema polonês. Utilizou-se do nacionalismo dos exilados para concretiza seus próprios objetivos, usando os refugiados como recrutas de seu exército para conquista de outros territórios, prometendo a eles uma futura libertação.
No relato de Wachowicz (1981, p.17):

Em 1806, a Prússia foi derrotada por Napoleão. Este permitiu que, de Berlim, os poloneses fizessem apelos ao recrutamento de soldados para uma futura libertação. Formaram um exército de 40.000 homens e entraram em Varsóvia. Napoleão mais uma vez negligenciou a questão polonesa. Criou apenas um paliativo: o Ducado de Varsóvia. Sua constituição igualava a nobreza à burguesia, mantendo, entretanto, a primeira, a preponderância na administração. [...] Napoleão utilizou-se da fidelidade dos poloneses, obrigando o Ducado a manter a duras penas um exercito de 100 mil homens, o qual foi utilizado contra os espanhóis e posteriormente na campanha da Rússia. Com a derrota de Napoleão, desmoronou o Ducado da Varsóvia. O congresso de Viena confirmou a ocupação da Polônia. Do que restou do Ducado de Varsóvia, foi criado o Reino do congresso, pertencente à Rússia.

A partir de então, a servidão camponesa abolida em 1807 pela constituição do Ducado de Varsóvia, foi restabelecida. A maioria dos camponeses vivia em minúsculas propriedades agrícolas e não conseguiam sequer ínfimos excedentes comerciais de sua produção.
Segundo Wachowicz (1981, p.17) “a mobilidade social era praticamente inexistente. Não havia investimento capital na agricultura. Os efetivos da burguesia aumentavam lentamente, e a população operária, não passava de embrião do proletariado”.
Milhares de patriotas que desejavam a independência da Polônia, organizaram-se para mobilizarem-se contra a opressão da burguesia e contra a situação de passividade em que viviam, obtiveram algumas vitórias, mas a nobreza conservadora acabou com a ilusão da libertação polonesa
Wachowicz (1981, p. 20) relata que:

O grupo liberal, então considerado de esquerda, organizou-se em 1832 na Sociedade Democrática Polonesa, preparando na década de 1840, um levante contra os ocupantes. Porém os serviços de segurança das três zonas de ocupação detectaram a conspiração. Os prussianos prenderam os implicados na Posnânia e Pomerânia. As tropas austríacas entraram na cidade livre de Cracóvia, em fevereiro de 1846. No reino, a repressão também foi completa. Entretanto pela primeira vez na História da Polônia, um movimento revolucionário era conduzido diretamente para o campesinato. Durante os meses de triunfo da revolução, os camponeses que empunhavam as armas receberam terras das propriedades do governo.
Após a eliminação da revolução, o camponês começou a despertar. Continuava a sublevar-se em todas as regiões da Galícia ocidental. Saqueavam as residências da nobreza, ocupavam aldeias, elegiam seus chefes. Estes movimentos, obviamente, também foram sufocados pela força ou pela persuasão, porém a onipotência do poder da nobreza galiciana estava quebrada.
E como informa Wachowicz (1981, p.21) “O governo austríaco, surpreendido com as proporções do movimento camponês, foi obrigado a acalmar os ânimos, abolindo a servidão em 1848. As banalidades igualmente deixaram de existir”.
No entanto, a convivência pacífica durou pouco, pois no fim do ano de 1862 os revolucionários receberam um duro golpe, muitos líderes foram presos pela repressão russa, e realizaram um recrutamento forçado de todos os reservistas suspeitos de simpatias com os revolucionários e que estavam aptos a empunhar armas, surge então a revolução de 1863.
Wachowicz (1981, p.17) conclui que:

A revolução de 1863 foi a mais violenta e, em contrapartida, foi a mais duramente reprimida de todas as ocorridas pela independência da Polônia. Após o malogro do movimento, ocorreu o que se convencionou chamar de diáspora do povo polonês. Os indivíduos mais ativos e competentes espalharam-se pelo mundo, sobretudo pelo imenso território do império russo. Estes intelectuais contribuíram brilhantemente para o desenvolvimento econômico e cultural dos países que os escolheram e forma de grande utilidade prática para a Rússia à qual faltava pessoa qualificada.

Foi a partir de então que a repressão interna piorou ainda mais, a Igreja Católica, por ter participado, com vários de seus membros no movimento revolucionário, passou a ser abertamente perseguida, russificou-se o ensino e inicia-se um processo de eliminação da cultura polonesa.
Segundo relato Wachowicz (1981, p.25):

Em 1872, anos do centenário da primeira divisão da Polônia, Bismarck convocou para Berlim uma reunião das três potências ocupantes da nação polonesa, com o fito de reforçar a ação conjunta em prol da desnacionalização dos poloneses. [...] Era preciso eliminar o perigo da pequena, porém problemática, minoria polonesa, foco permanente de inquietação, que levava à insegurança. Se por ventura os três setores da nação polonesa conseguissem coordenar seus movimentos em prol da independência, a potencialidade da Alemanha corria sério perigo. [...] Como este não era somente um problema alemão, Bismarck convocou todas as potencias ocupantes. Procuraria assim eliminar o problema através de um esforço comum dos interessados. A eliminação da cultura polonesa passou a ser uma das metas pela unidade cultural do império: a kulturkampf.

Passaram então a tomar algumas medidas:

A - Uso obrigatório da língua alemã nas escolas normais e secundárias;
B - A partir de 1876, uso obrigatório do alemão na administração, magistratura, etc.
C - Exclusividade para os alemães ocuparem cargos públicos;
D - Substituição dos nomes poloneses na toponímia, ruas, praças, etc.;
E - O processo de germanização atingiu a Igreja. Foram proibidos os sermões em polonês, bem como o ensino do catecismo nesta língua. A oposição levada a efeito, pela hierarquia católica polonesa, resultou na prisão e exílio dos bispos.

Conforme salienta Wachowicz (1981, p.25):

O governo sempre encontrava novos meios para enfraquecer a nacionalidade polonesa. Em 1885, expulsou da Alemanha todos os poloneses que não eram súditos alemães. São as expulsões prussianas, que atingiram 30 mil poloneses de outras regiões. Em 1887, ditaram-se disposições suplementares que eliminaram totalmente a língua polonesa do ensino na Silésia, Pomerânia e Posnânia. Nas escolas começou-se a açoitar barbaramente as crianças que não queriam falar e rezar em alemão [...] os pais que saíssem em defesa dos filhos eram processados.

Rodycz (2002, p. 43) relata mais algumas, das muitas causas da emigração polonesa:


As causas de natureza econômica estavam ligadas à má distribuição da propriedade da terra, ao aumento da população, a frustração das safras, a falta de emprego nas cidades, as crises decorrentes das guerras (especialmente a guerra da Criméia, 1854-56), as epidemias (tifo, cólera, desinteria, etc.). Enfim, pode-se dizer que os poloneses que emigravam não gozavam de boas condições econômicas e o faziam com o intuito de obter no estrangeiro melhores condições de vida para si e para seus filhos [...] Programas de aquisição das terras que ainda estavam em mãos polonesas, proibição do acesso aos cargos públicos (que ficavam privativos aos prussianos), paulatina substituição da língua polonesa nas escolas, na igreja e na administração pública, recrutamento para o exército prussiano, etc. além das pressões do domínio russo e austríaco que fizeram com que as áreas polonesas estagnassem deixando-as na piores condições.
Jarochinski (2000, p. 85) sublinha:

Essa política de repressão comandada em conjunto pelos invasores causou enorme sentimento de revolta, as violentas revoluções em solo polaco [...] praticamente expulsaram milhares de polacos para as Américas [...]. É compreensível, pois, que muitos polacos vivendo nestas circunstâncias se obrigassem a migrar.

Para completar esta análise de Jarochinski, encontramos na Obra de Ruy C. Wachowicz (1997, p. 9), Anais da Comunidade Brasileira, o seguinte relato:

O excesso de mão-de-obra proletária nas aldeias e vilas européias, o elevado índice de crescimento demográfico, a falta de terras para as novas gerações, a ausência de adequada legislação agrária, o êxodo rural para os centros industriais os quais já começaram a sentir os efeitos da mecanização e a conseqüente dispensa de mão-de-obra, e ainda perseguições políticas e religiosas, induziram o europeu a imigrar e estabelecer-se nos paises recém-emancipados e quase despovoados da América [...].

Conclui-se então, que a saída do camponês polonês para o Novo Mundo prende-se a um conjunto de pressões, as quais chegaram mesmo a ameaçar seriamente a sua sobrevivência. Isto em qualquer das partes em que foi dividida a Polônia, embora certas circunstâncias variassem de uma para outra. Dentro dessa conjuntura, destaca-se o fator econômico. O camponês ávido de terra, da qual tirava todo seu sustento, vem procurá-la onde ela existe em abundância: na América.
Wachowicz (1970, p. 27) afirma que:

[...] 90% dos que vieram para este país são agricultores e o seu grande objeto no novo país que adotaram não é o seu enriquecimento, que nunca pensaram em conseguir, pelo menos na Polônia, porque as condições não permitiam nem sequer tentar e tanto menos concretizar tal idéia. O que estes camponeses almejavam era tornarem-se razoáveis proprietários de terras, a fim do que pudessem doar parcelas aos filhos como dote por ocasião do seu casamento. Na Polônia tal objetivo, dada a continua parcelação das propriedades tornou-se inviável. Mas no Brasil isto tornou-se possível a cada um dos filhos varões. Com esforço e persistência coletiva da família, poderão contar com uma propriedade suficientemente grande, da qual possam tirar seu sustento.

Para o Brasil imigraram inicialmente os agricultores poloneses da parte alemã. Estes, incorporados inicialmente com a corrente emigratória alemã, confundem-se com a mesma. Tal fato ocorreu em várias levas de poloneses que vieram para o Brasil, inclusive com o grupo pioneiro que, aportado em Santa Catarina, foi levado para a região de Brusque e posteriormente transladado para o Paraná.
Em seu esboço histórico da colonização polonesa do Brasil, Gluchowski (2005, p. 27) relata que no ano de 1839 encontramos o nome do engenheiro André Przewodowski.
No período de 1869 a 1914, devido a proibição ao tráfico negreiro, os governantes brasileiros fazem propaganda de incentivo a imigração, com o intuito de acelerar a vinda de imigrantes, para trabalhar nas lavouras cafeeiras, propiciando inúmeras facilidades para a aquisição de propriedades agrícola.
Diegues (1980, p. 121) em sua obra, Etnia e Culturas no Brasil, faz uma referência sobre o requisito necessário e benefícios que o governo concedia: “O colono deveria ser católico e tinha o direito a um lote de terra, animais, sementes e viveres. O governo concedeu ainda um auxilio financeiro de 160 reis por dia, no primeiro ano e metade dessa importância no segundo ano.”.
Este fato ficou conhecido na Polônia como febre brasileira (grifo nosso), surgindo assim no Brasil, importantes colônias polonesas distribuídas nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A corrente migratória de poloneses em direção ao Paraná estendeu-se até 1895, as quais se instalaram nas regiões de Antonio Olinto, São Mateus do Sul, Curitiba, Contenda e Rio Negro.
Como afirma Celestino (2002, p. 58), “por aqui já havia muitos outros colonos, alemães e eslovacos e entre estes também poloneses, que já conheciam das suas vilas de origem, as quais por carta deram informações sobre a nova terra e condições de como chegar até aqui e o que encontrariam de bom”.
A presença polonesa foi marcada pela resistência de sua preservação, aos olhos de brasileiros as colônias polonesas tinham características muito semelhantes às européias.
Conforme Trindade (2001, p.54) há um relato feito em 1895, pelo viajante polonês Klobukowski, que deixa evidente tais características:

A colônia conta com mais ou menos trezentas famílias polonesas, umas dez espanholas e outros tanto de tchecas [...]. Ali existe uma igreja, uma escola, casas comerciais e o correio. [...] as casinhas de madeira num clima como o da Polônia teria um aspecto miserável e provisório demais. Aqui parece-me que são suficientes, bem ventiladas e saudáveis. [...] Cada proprietário cria um pouco de gado, bem como outros animais.[...] Cultivam centeio, feijão preto, milho, verduras européias, quando obtém sementes.

Ao analisar as obras aqui citadas percebe-se que para construir e formar estas colônias, os imigrantes percorreram um caminho espinhoso, como relata Rodycz (2002, p.47): “embora tivesse havido exceções, quem imigrou foi a gente pobre, os campesinos e os proletários urbanos, atingidos pelas crises”. A maioria deles sem qualquer informação sobre o país de destino, nem sobre os procedimentos para se instalar no Brasil.
Wachowicz (1981, p. 47) observa que “as informações referentes ao Brasil, exageradas ou diminuídas, geraram uma completa confusão a respeito desse país sul americano”.
Na verdade as informações a seu respeito giravam, sobretudo em torno da dificuldade da distribuição de terra para os camponeses, cuja falta era o principal problema camponês na Polônia.
A essa ação em favor da emigração para o Brasil ocorreu uma reação por parte das classes conservadoras polonesas, conforme nos relata Wachowicz (1981, p. 47):

A reação inicial partiu dos grandes proprietários de terras, os quais exigiram do governo o cumprimento da lei que proibia a emigração dos territórios. A corrupção das autoridades russas do regime tzarista facilitava as manobras das autoridades encarregadas de vigiar as fronteiras, a fim de impedir a passagem dos imigrantes. Porém os agentes recrutadores e seus sequazes também apelaram para este expediente, conseguindo passar pela fronteira.

Nos fins de 1890 e por todo o ano de 1891, a imprensa polonesa estava saturada de noticias negativas e polemicas referentes a emigração para o Brasil, de acordo com relatos de Wachowicz (1981, p. 451): “ação repressora era dirigida pessoalmente pelo governador, general Hurko, o qual, em ofício circular de outubro de 1890, ordenava a prisão dos suspeitos de pretenderem emigrar, mesmo sem prova alguma”.
No entanto, como pode-se perceber que apesar de forte, pouco adiantou toda repressão e ordens impostas contra a imigração.
Wachowicz (1981, p. 57):

As tentativas de impedir a emigração demonstravam-se ineficientes. Em janeiro de 1896, um grupo de 20 camponeses foi procurar os deputados, exigindo passaportes. A Sociedade Protetora dos Emigrantes São Rafael, que atendeu o caso, manifestou-se salientando que o impedimento de saída dos camponeses que já venderam seus pertences era como entregá-los ao pasto da miséria.

O desejo de se tornar um respeitável proprietário de terras, mesmo que fosse em paragens estranhas, num país desconhecido e a gratuidade da passagem transoceânica ofertada pelo governo brasileiro, funcionava como um magnetismo impulsionador.


3.2 A POLÍTICA BRASILEIRA DE APOIO A IMIGRAÇÃO



Faltam terras na velha Polônia, sobram espaços desocupados, no Brasil do século XIX. Desde 1808, o Príncipe Regente tornara possível a propriedade de terra aos estrangeiros, motivado principalmente pela necessidade de ocupar os chamados vazios demográficos, que ameaçavam o domínio português.
De acordo com o relato de Wachowicz (1981, p. 46) havia argumentos fortes e promessas eloqüentes, o país procurava atrair os europeus. A "Carta à Colônia Polonesa do Paraná", enviada pelo presidente da Província do Paraná, o Visconde de Taunay, em 1885, a dois padres colonizadores de Curitiba, descrita por Taunay (1923, p. 126), é o exemplo desta eloqüência:

Ainda não cessaram as desventuras e os sofrimentos dos vossos compatriotas na Europa. A Correspondência de Berlim, datada aos 16 de outubro próximo passado, e inserta no Jornal do Comércio de 18 de novembro corrente, relata as dolorosas cenas que estão passando com a expulsão dos polacos das Províncias orientais da Prússia. Mais de mil pessoas, que moravam em Koeningsberg, tiveram de sair às pressas daquela cidade, abandonando quase tudo o que possuíam, porque não lhes foi concedido prorrogação do prazo fatal. Do mesmo modo em Posen, onde centenas de infelizes velhos, mulheres e crianças foram expulsos de seus lares em virtude de leis e ordens que "Tageblatt" e o "Germania", da própria cidade de Berlim, proclamam bárbaras e indignas do século. O Conde Zamoysko e outros grandes proprietários não têm sido poupados e são tratados com maior rigor. Na Galícia, o número de emigrados é tal, que não há como socorrer tantos desgraçados. Os polacos que aqui no Brasil gozam de todas as regalias da segurança e liberdade não podem, por certo, esquecer-se daqueles que, além-mar, suporta tão duros transes. Convém, pois, que escrevam quanto antes aos seus compatriotas e lhes apontam este Império, como a terra da promissão. O governo brasileiro ajudará os que vierem chegando, proporcionando-lhes favores que facilitem a sua localização ao lado dos parentes, amigos e conterrâneos. Narrem os imigrantes daqui o que é o Brasil, as garantias que cercam quantos se acolhem a sua proteção e o futuro que os espera. Instem para que venham, sendo caso de organizarem coletas, a fim de ajudar eficazmente o filantrópico movimento. Escrevam todos aos mal aventurados de lá, que aqui há uma Polônia, em que habitam a felicidade e a segurança, contraposto às desgraças e incertezas da Velha Polônia.

Com a intensificação do movimento abolicionista misturava-se aos projetos de colonização um outro motivo, conjuntamente mais forte: substituir a mão-de-obra escrava.
O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão, mas os reflexos das lutas abolicionistas perturbavam o fluxo de negros para os trabalhos na lavoura, reduzindo a produção de alimentos, pressionando os preços e ameaçando a produção destinada ao mercado externo.
Wachowicz (1981, p. 42) comenta que:

No Brasil, abolição da escravidão africana em 1888, veio tornar crucial a problemática da mão de obra agrária no país. Afligiam-se os grandes proprietários das fazendas de café. A falta de mão de obra poderia afetar seriamente a economia do país, já que era seu principal produto de exportação. A solução encontrada foi promover a importação de mão de obra agrícola européia.

Em 1888 terminou a escravidão no Brasil: 800 mil brasileiros foram lançados ao mercado, como mão-de-obra assalariada. Longe de representar um impulso à novas relações de trabalho, os escravos liberto passaram a ser encarados como ameaça às elites.
Ainda no Império, a elite brasileira preocupava-se com a necessidade de promover, no exterior, a imagem do Brasil.
Na política migratória, em fins de 1880, o estímulo às imigrações somava-se ao liberalismo econômico e político para produzir uma imagem nacional mais definida.
Antes da aprovação da primeira Constituição Republicana, o governo provisório havia promulgado um decreto que revelava o esforço na busca de imigrantes. Tal decreto de 28 de junho de 1890, dispunha: "É inteiramente livre a entrada nos Portos da República dos indivíduos válidos e aptos para o trabalho, que não se acharem sujeitos à ação criminal do seu país".
A essa provisão liberal acrescenta-se a cláusula: "Excetuando os indígenas da Ásia ou da África, somente autorização do Congresso Nacional poderão ser admitidos, de acordo com as condições estipuladas". Estas restrições refletiam os acordos antiescravistas ditados pelas grandes potências.
Dispunha-se, também, que todo o fazendeiro que quisesse instalar imigrantes europeus em suas terras, gozaria de incentivos especiais garantidos por lei. Em vez de procurar mão-de-obra livre, entre a força de trabalho migrante doméstico de outras regiões (sobretudo do Nordeste, economicamente decadente), os fazendeiros de café tentaram substituir os escravos, depois de 1870, pelos imigrantes europeus. Assim, a imigração subvencionada tinha por objetivo o recrutamento para agricultura comercial.
O governo brasileiro celebrou, então, convênios com companhias de navegação transoceânica, para estimular a imigração e conseguir o número máximo de imigrantes para trabalhar no Brasil.
Conforme afirma Wachowicz (1981, p. 44)

Nestas circunstâncias, a necessidade do governo brasileiro em encontrar mão de obra agrícola numerosa na Europa, encontrou no Reino condições das mais propícias. Com estes objetivos, o governo brasileiro assinou contratos com várias companhias de navegação transoceânica, comprometendo-se a pagar, "per capita", os imigrantes por elas desembarcados no Rio de Janeiro. Desta forma, facilitava-se sobremaneira a vinda dos imigrantes corria por conta do governo brasileiro. Eliminava-se o mais sério obstáculo econômico à vinda de camponeses para o Brasil.

A propaganda de estímulo às imigrações era convincente: o Brasil era apresentado como um verdadeiro paraíso. Durante a "febre brasileira", como foi chamado o período das maiores emigrações para o Brasil, chegou a correr na Polônia uma lenda, espalhada pelos agentes de recrutamento nas aldeias camponesas. Isso não tardou em cair em excessos lamentáveis, os quais exploravam a ignorância e a psicologia do camponês polonês.
A fertilidade da terra era apresentada como espantosa; folhetos mostravam frutos tropicais gigantescos, como laranjas, abacaxis, bananas, tidos na Europa como frutos exóticos e acessíveis somente às camadas de posse.
Segundo Wachowicz (1981, p. 44):

Surgiram então vários escritórios de recrutamento nos países europeus mais propícios à emigração. Nas regiões mais favoráveis espalhavam-se livretos e brochuras propagandisticas sobre as condições oferecidas pelo Brasil. No reino, os chamados agentes encontraram uma situação mais favorável para emigrar. A propaganda recrutadora não tardou em cair em excessos lamentáveis, os quais exploravam a ignorância e a psicologia do camponês polonês.

Devido à catolicidade arraigada do campesinato e sua mentalidade típica de comunidades isoladas de regiões atrasadas e arcaicas, difundiram-se lendas segundo as quais o Brasil havia sido registrado para o Papa e até mesmo que o Brasil ficava próximo à Terra Santa ou Roma.
Dizia a lenda que havia uma terra, encoberta por névoas, desconhecida de todos. Era uma terra onde corria leite e mel. A Virgem de Czestochowa - padroeira da Polônia - ouvindo, compadecida, os apelos que lhes dirigiam os sofridos camponeses, dispersou o nevoeiro e destinou aos emigrantes poloneses a nova terra. Esta terra era o Paraná.
No entanto de qualquer forma, o governo brasileiro não decepcionava, os imigrantes afigurando-se bom porque distribuía terras e não cobrava impostos, justamente ao contrário do que ocorria como o camponês na Polônia.
Wachowicz (1981, p. 74) relata que:

O sistema utilizado pelo governo republicano brasileiro de fixação do imigrante à sua propriedade, era em linhas gerais o mesmo utilizado no tempo do império. A área escolhida para a criação de uma colônia era medida e subdividida em pequenas propriedades que continham cinco, seis ou até oito alqueires, de acordo com a localização da colonização e a qualidade de suas terras [...] O imigrante recebia auxílio financeiro para a construção de sua primeira morada, que invariavelmente era construída de madeira (material abundante na região), ao mesmo tempo recebia também alguns utensílios agrícolas como enxadões, machados, foices, facões, dependendo do tamanho de cada família. Todo indivíduo masculino maior de idade tinha direito a receber um lote de terra. Como o sustento do imigrante nos meses que antecedia, à primeira colheita era muito difícil, devido à sua pobreza, os imigrantes eram aproveitados na construção das chamadas estradas coloniais, que ligavam os lotes a uma estrada maior e esta a uma principal. Por este trabalho, recebiam um a dois mil réis por dia, de acordo com as condições locais.
Num primeiro momento o Brasil precisava de colonizadores, aos quais oferecia grandes oportunidades.
Wachowicz (1981, p. 74) relata o que escrevia um imigrante de São Mateus do Sul (Paraná):


Recebemos terra, segundo a medida brasileira, 100 morgos e na medida polonesa 2 'Wlocas'e 20 morgos de terra, só mato, bem como mil réis para a construção da casa própria, 32 libras de pregos uma fechadura, quatro dobradiças e ganhamos também implementos para a lavoura. Recebemos igualmente um machado, duas enxadas, uma picareta, uma pá cortadeira, um facão, uma foice para desbastar os galhos e uma serra que deverá servir para 7 famílias. Por tudo isso pagar-se-á apenas 200 mil réis no prazo de 10 anos. Se alguém não tiver recursos ficará pagando até a morte. As árvores são de diferentes espécies. Sua grossura varia de 1, 2, 3 e 4 metros e a altura de 20 a 30 metros. Nós não a conhecemos, a não ser uma 'mahon'. Os pinheiros são menos grossos e altos, mas são diferentes do que na Polônia, porque não possuem nós na parte baixa, somente na parte em cima. Fornecem muita madeira. Nós não os serramos, porém, partimos com cunhas de ferro, lascando tabuinhas, e tábuas de diversos tipos são rachadas como cartas de baralho. [...]. Minha casa já está pronta. Agora construímos casas para os outros. Pagam-nos 80 mil réis por casa o que equivalerá a dois mil réis por dia para mim. A minha chácara constitui-se de 2 cabras, 5 galinhas e já ajeitei todos os utensílios domésticos que são idênticos aos da Polônia, somente custam muito mais.

Wachowicz (1981, p. 74), complementa que:

A dívida contraída pelo imigrante era chamada de dívida colonial. O governo, face às condições econômicas dos imigrantes, não tinha pressa em cobrar a mesma. Geralmente os imigrantes começavam a pagá-las após sete, oito ou até mais anos, depois de sua fixação. A dívida colonial era paga em prestações, pois dificilmente poderiam pagá-la à vista. Somente após a liquidação da dívida colonial o imigrante recebia o definitivo título de propriedade

A grande maioria de imigrantes veio ao Brasil em busca de propriedade agrícola e estabelecer-se como lavradores, vários vinham com esposa e filhos, no entanto muitos homens casados vieram sozinhos, pois pretendiam inicialmente conhecer as condições brasileiras de trabalho. Se elas fossem consideradas favoráveis, procurariam trazer a família para o Brasil.

3.3. COLONIZAÇÃO PARANAENSE E OS QUATRO PERÍODOS DA IMIGRAÇÃO POLONESA AO PARANÁ



3.3.1 Colonização Paranaense



A população do Paraná no século XVIII, originalmente constituída por faiscadores e mineradores de ouro estabelecidos no litoral e posteriormente no planalto curitibano, configurava um contingente populacional diminuto e disperso.
De acordo com Wachowicz (1981, p. 87), Adolpho Lamenha Lins, presidente da Província do Paraná (criada em 1853), governou com uma política de fixar os imigrantes como proprietários de pequenas porções de terra, uma vez que o decreto real abria este precedente. Inspirando-se no progresso demonstrado pelos reemigrantes espontâneos, alemães em maioria que demandavam das colônias de Dona Francisca e Blumenau e fixavam-se nos arredores de Curitiba.
Na época, a economia paranaense caracterizava-se predominantemente pela extração de erva-mate e pelo comércio de gado com o Rio Grande do Sul, e a produção de alimentos era considerada atividade de pouco "status". Com a abolição da escravatura no Brasil a questão da mão-de-obra para a agricultura agrava-se sobremaneira.
A Província do Paraná no último quartel do século XIX sofria, assim, falta de braços na lavoura, o que ocasionava uma absurda alta nos preços dos gêneros alimentícios; logo, era necessário contar com uma população nova para o trabalho na terra.
Wachowicz (1981, p. 90) relata “que até 1889 haviam entrado 6.530 poloneses neste Estado. Em 1920 esse total já ultrapassava os 80.000 imigrantes”, e consequentemente outras correntes migratórias surgiram entre elas à italiana, e ucraniana além de população tradicionais luso-afro-amerindias, todas transformaram o Paraná em um laboratório étnico.
Sendo assim, pode-se concluir que, os poloneses aí chegados encontraram a instituição da escravidão em rápido declínio. O fluxo maior de imigrantes europeus coincidia coma a decadência da escravidão.
Wachowicz (1981, p. 90) comenta que:

Antes do aumento das correntes imigratórias, o negro liberto pelo sistema era aproveitado e absorvido como agregado ou como assalariado em serviços como o de soldado, de artesanato, ou criadagem urbana. O próprio sistema que o libertara encaminhava-o a tarefas que executava satisfatoriamente. Quando os imigrantes e seus descendentes passaram a contar-se aos milhares, não só em torno de Curitiba mas também em regiões mais interioranas, o liberto negro ou mulato começou a ser pretendido pela mão-de-obra européia. O próprio Saporski recomendava aos seus imigrantes que procurassem serviço na construção da estrada para Mato Grosso que então se havia iniciado. Para as mulheres recomendavam-nas de boa vontade. Os curitibanos das famílias tradicionais passaram a procurar meninos e rapazes entre os filhos dos imigrantes, para substituírem os negrinhos nos serviços.

Depois de sua chegada os poloneses começaram um processo de transformação nas terras de matas, dos dois planaltos do Paraná, em celeiros do Estado. Introduzindo ou difundindo novas transformações dos imigrantes, novos instrumentos, novos produtos e uma nova mentalidade agrícola.


3.3.2 Períodos da Migração Polonesa ao Paraná



3.3.2.1 Primeiro período de colonização de 1871 a 1889



Nos relatos Gluchowski (2005, p. 28) a chegada dos primeiros poloneses ao Paraná ocorreu a partir de 1871, e deixou para sempre, gravados na história da colonização polonesa os nomes de Edmundo Sebastião Wos Saporski e Padre Antônio Zielinski.
Wachowicz (1981, p. 85) confirma que:


Os responsáveis por tal fato, o agrimensor Sebastião Edmundo Wos Saporski e o Padre Zielinski, foram inspirados na obra de H. Blumenau na Província de Santa Catarina. Planejaram promover a colonização na Província do Paraná, pois ambos passaram a temer a germanização dos poloneses, se os membros se fixassem em Santa Catarina. Entendiam eles por germanização a diluição, tanto numérica, como cultural, dos poloneses na região, pois sendo a colonização germânica já ali numerosa e sedimentada, tal germanização seria um processo espontâneo.

Dessa forma, se os imigrantes permanecessem em Santa Catarina, acabaria repetindo-se aqui no Brasil o fenômeno que estava acontecendo na Polônia, a tentativa de germanização polonesa.
O mesmo autor (1981, p. 88), afirma que:

Saporki obteve autorização imperial para promover a colonização, mas enquanto providenciava a localização da mesma na Província do Paraná, os imigrantes recrutados na Silésia convencidos pelos alemães e antes de receberem ordem de Saporski para embarque, partiram para a Província de Santa Catarina em 1869. foi na colônia Príncipe Dom Pedro, no loteamento Sexteen Lots, que Saporski os foi encontrar enjoados de tanto derrubar matas de serem explorados pelos agentes e fornecedores de víveres.

Os imigrantes que tinham o Paraná como destino, vinham por mar, desde o Rio de Janeiro, desembarcando em Paranaguá e Antonina, de onde eram transportados por carroças pela estrada da Graciosa até Curitiba. Os homens eram levados para as respectivas colônias, sendo empregados, inicialmente, nos serviços de abertura de estradas.
Em Curitiba, os primeiros colonos fixaram-se nos arredores da cidade, formando um cinturão verde, o que representou um maior progresso para a região. Formaram-se, ali, diversas colônias de população predominantemente polonesa: Santa Cândida, Órleans, Antônio Prado, São Venâncio, Abranches, Santa Gabriela, São Pedro, Pilarzinho, Mercês, Dom Augusto, Tomás Coelho, Zacarias, Inspetor Carvalho, Murici.
Wachowicz (1981, p. 88), comenta que a fixação dos imigrantes poloneses em terrenos da municipalidade de Curitiba em 1871, passou por atritos e desentendimentos com as autoridades e reimigrantes alemães já ali estabelecidos, segundo o autor

[...] os mesmos pretendiam para si os terrenos dos quarteirões de Pilarzinho e Mercês e que estavam sendo pretendidos pelos poloneses. Por outro lado, os colonos negaram-se a aceitar os terrenos que a Câmara Municipal lhes oferecia, às margens do Rio Barigui, cortados pela estrada que demandavam para Campo Largo.
De acordo com Gluchowski (2005, p. 28), Saporski era conhecido como o Pai da colonização polonesa no Paraná, o homem cuja a iniciativa a colônia polonesa da “Terra dos pinheirais” a deve sua existência”, mesmo assim foram muitos os sacrifícios e dissabores de Saporski para conseguir o seu objetivo que era assentar “seus” imigrantes no Paraná.
Após longos e penosos esforços, ele conseguiu finalmente superar as dificuldades, e em julho de 1871 a Câmara Municipal de Curitiba ofereceu terrenos aos colonos na localidade do Pilarzinho.
Na tabela a seguir, com necessárias explanações, apresenta-se o número total de poloneses que vieram ao Brasil no período de 1871 a 1889:

Tabela 1 – da afluência de colonos poloneses ao Brasil 1871 – 1889
Ano de fundação
Colônia
UF
Procedência
Nº de colonos
1871
Pilarzinho
PR
Alta Silésia
164
1872
Sandweg
SC
Prússia Ocidental
509
1873
Abranches
PR
Idem
258
1875
S. Cândida
PR
Alta Silésia
274
1876
Órleans
PR
Prússia Ocidental
330

S. Inácio
PR
Prússia Ocidental e Alta Silésia
390

D. Pedro
PR
Prússia Ocidental
120

D. Augusto
PR
Prússia Ocidental
180

Rivierre
PR
Prússia Ocidental
485

Lamenha
PR
Prússia Ocidental e Galícia Ocidental
700

Tomás Coelho
PR
Prússia Ocidental e Galícia Ocidental
1375
1878
Murici, Zacarias, Inspetor Carvalho
PR
Prússia Ocidental e Alta Silésia
550
1878
Moema
PR
Galícia Ocidental
84
1881
Rio Vermelho
SC
Prússia Ocidental
250
1884
S. Clara, S. Leopoldina
PR
Galícia Ocidental
220
1886
Antônio Prado
PR
Prússia Ocidental e Galícia Ocidental
220

S. Venâncio
PR
Idem
150

Presidente Faria
PR
Idem
60

Alice, Cristina
PR
Galícia Ocidental
345

Barão de Taunay
PR
Idem
250

S. Gabriela
PR
Prússia Ocidental e Galícia Ocidental
200

S. Bárbara, S. Teresa
RS
Prússia Ocidental
300

Imbuial
PR
Idem
170
1887-1889
Poloneses diversos
Diversos

500
Total



8080
Fonte: Gluchowski, Kazimierz. os poloneses no Brasil. 2005, p. 42

Em dezembro de 1889, aporta no Rio de janeiro o primeiro navio com migrantes da Polônia, vítimas da “febre brasileira”, vieram ao Brasil 8.080 almas.


3.3.2.2 Segundo período de colonização de 1890-1894



Até o ano de 1890, a emigração do Reino para o Brasil é diminuta, não se caracterizando pela saída de grandes massas populacionais. Somente na segunda metade de 1890, a região será tomada se sobressalto por um grande movimento migratório para o Brasil.
Este extraordinário período de imigração denominado por todos os autores especialistas no tema como “febre brasileira”, teve por base duas conjunturas favoráveis, de acordo com Wachowicz (1891, p. 42): uma no Brasil e outra no Reino da Polônia, de acordo relata:

No Brasil, a abolição da escravatura africana em 1888, veio tornar crucial a problemática da mão-de-obra agrária no país. Afligiam-se os grandes proprietários das fazendas de café. A falta de mão-de-obra poderia afetar seriamente a economia do país, já que era seu principal produto de exportação. A solução encontrada foi promover a importação de mão-de-obra agrícola européia.

Com esta medida o Brasil conseguira atingir dois objetivos, primeiro satisfazer a necessidade de mão-de-obra para as fazendas de café e também criar núcleos coloniais nos Estados meridionais do país, para garantir o fornecimento de produtos de subsistência.

No Reino da Polônia, a conjuntura econômica revelava-se favorável a tal movimento. Além das condições políticas, sociais e culturais reinantes, a região já vinha sofrendo anos seguidos de condições anormais em sua economia industrial. Esta era sentida notadamente na cidade industrial de Lódz e arredores. Em 1889, condições climáticas adversas produziram uma queda na produção agrícola estimada em 28,7%, notadamente na produção de batata inglesa, produto básico na região. No ano seguinte, 1890, a produção relativa melhorou, mas foi ainda inferior à obtida na Rússia propriamente dita.

Este conjunto de infortúnios criou um estado de miséria sentida pela maior parte da sociedade polonesa, fez com que a necessidade do governo brasileiro em encontrar mão-de-obra agrícola numerosa na Europa, encontrasse na Reino da Polônia condições das mais propícias.
Na tabela 2, a seguir, é possível acompanhar como foi a afluência dos colonos poloneses ao Brasil neste período:

Tabela 2 – da afluência de colonos poloneses ao Brasil 1890 – 1894
Ano de fundação
Colônia
UF
Procedência
Nº de colonos
1890-1893
S. Bárbara
PR
Reino da Polônia
600

Cantagalo
PR
Idem
140

Rio dos Patos
PR
Idem
600

Água Branca
PR
Idem
685

Eufrosina
PR
Idem
1475

Rio Claro
PR
Idem
3475

S. Mateus
PR
Idem
1225
1891
Augusta Vitória
PR
Idem
120

Lucena
PR
Idem
1488
1892
Eurídice
PR
Idem
23

Taquari
PR
Idem
125

Rio Verde
PR
Idem
78

Butuquara
PR
Idem
73

Itaiacoca
PR
Idem
48

Guaraúna
PR
Idem
140

Adelaide
PR
Idem
97

Floresta
PR
Idem
29

Gal. Carneiro
PR
Idem
320

Antônio Candido
PR
Idem
545
1891-1894
Dispersos em todo estado
PR
Idem
3000
1891-1892
Rio Vermelho
SC
Idem
800

Massaranduba
SC
Idem
1200
1892
Grão Pará
SC
Idem
1000
1890-1894
Dispersos por todo Estado
SC
Idem
2000
1890-1894
Alfredo Chaves
RS
Idem
800

Nova Vírgína
RS
Idem
500

Nova Bassano
RS
Idem
900

Monte Vêneto
RS
Idem
200

Nova Roma
RS
Idem
300

Arredores
RS
Idem
300

Antonio Prado
RS
Idem
1000

S. Marcos
RS
Idem
3000

S. Antonio da Patrulha
RS
Idem
1000

S. Luis da Casca
RS
Idem
1000

Bento Gonçalves
RS
Idem
1000

Ernesto Alves
RS
Idem
1000

Dispersos nessa região
RS
Idem
1000

S. Feliciano
RS
Idem
3000

Mariana Pimentel
RS
Idem
1500

Dispersos nessa região
RS
Idem
500

P. Alegre e R. Grande
RS
Idem
1000

Jagurari
RS
Idem
3000

Ijui
RS
Idem
3000

Guarani
RS
Idem
2500

Dispersos por todo o Estado
RS
Idem
500

Cidade S. Paulo
SP
Idem
5000

S. Bernardo
SP
Idem
1500

Pariqueraçu
SP
Idem
1000

Dispersos pelas colônias do Estado
SP
Idem
1000

Nas plantações de café
SP
Idem
5000

Em outros Estados do Brasil

Idem
5000
TOTAL



64786
Fonte: Gluchowski, Kazimierz. os poloneses no brasil. 2005, p. 42-43


3.3.2.3 Terceiro período de colonização de 1895-1900



O Terceiro Período de acordo com relatos de Gluchowski (2005, p. 44), deu ao Paraná 6 mil almas, e aos outros Estados – 600, das quais a imensa maioria se fixou no Paraná – 17.045.


Tabela 3 – da afluência de colonos poloneses e ucranianos ao Brasil 1895-1900
Ano de fundação
Colônia
UF
Procedência
Poloneses
Ucran.
1895-1896
Alberto de Abreu
PR
Galícia Oriental
150
200

Antonio Olinto
PR
Idem
1000
1815

Lucena – Iracema
PR
Idem
-
1000

Rio Claro
PR
Idem
750
2630
1896
Prudentópolis
PR
Idem
2500
7500
1897
Ipiranga
PR
Idem
100
500

Santos Andrade
PR
Idem
200
1000

Jangada
PR
Idem
100
400
1895-1898
Dispersos por todo o Estado
PR
Idem
300
1000
1898-1900
Famílias avulsas vindas nestes anos


1000
1000
1895-1900
Dispersos por diversos Estados


500
500
TOTAL



6600
17545
Fonte: Gluchowski, Kazimierz. os poloneses no Brasil. 2005, p. 44


3.3.2.4 Quarto período de colonização de1900-1914



Gluchowski (2005, p. 44), relata que o “quarto e último período, até o ano de 1914, deu ao Paraná 14730 almas polonesas [...]”.
Como pode-se verificar nas tabelas que se seguem:

Tabela 4 – da afluência de colonos poloneses e ucranianos ao Brasil 1900-1914
Ano de fundação
Colônia
UF
Procedência
Poloneses
Ucranianos
1900-1907
Todos os anos uma média de 1000 almas
PR
Reino da Polônia e Galícia Ocidental
2100
4900
1908-1910
Ivaí
PR
Idem
1000
2000

Irati
PR
Idem
430
1000

Itapará
PR
Idem
300
1200

Jesuíno Marcondes
PR
Idem
50
250

Taió
PR
Reino da Polônia
200
50

Afonso pena
PR
Idem
500
-
1911-1914
Vera Guarani
PR
Reino da Polônia e Galícia Ocidental
1500
2500

Cruz Machado
PR
Idem
5000
500
1910-1913
Nova Galícia
PR
Idem
650
500

Legru
PR
Idem
150
150

Rio da Antas
PR
Reino da Polônia
250
-
1910-1914
Senador Correa
PR
Idem
500
200

Apucarana
PR
Idem
1000
-

Iapó
PR
Idem
100
100
1912
Dispersos por todo o Estado
PR
Idem
1000
200
1911-1913
Esteves Júnior, Anitópolis
SC
Idem
1000
-

Gurani
RS
Idem
1000
-

Erechim
RS
Idem
5000
-

Dispersos por todo o Estado
RS
Idem
1000
-
1910-1914
Dispersos por todo o Brasil

Reino da Polônia e Galícia Ocidental
2000
1000
TOTAL



24730
14500
Fonte: Gluchowski, Kazimierz. os poloneses no Brasil. 2005, p. 44-45
Ao todo desde o início vieram ao Paraná 41.646 almas, a Santa Catarina 6750 almas, ao Rio Grande do Sul – 34300 a São Paulo e aos outros Estados 21500 almas.

Tabela 5 – DEMONSTRATIVO DA IMIGRAÇÃO POLONESA PARA O BRASIL - PERÍODO 1871-1914
Localização
Até 1889
1890-1894
1895-1900
1900-1914
Total
PR
6530
14286
6100
14730
41646
RS
300
27000
-
7000
34300
SP
-
13500
-
-
13500
SC
750
5000
-
1000
6750
Outros estados
500
5000
500
2000
8000
TOTAL
8080
64786
6600
24730
104196
Fonte: Gluchowski, Kazimierz. os poloneses no Brasil. 2005, p. 45

Outro demonstrativo importante encontra-se na tabela 6, a seguir, afinal nela constam às colônias polonesas no Paraná, e descreve inclusive o Número de almas que vieram à região de Campo do Tenente e arredores.

Nome
Nº de almas
Nº de famílias
Nas velhas colônias
Dispersos
Pela região
Nº de famílias nas cidades
Nº de almas nas cidades
Faixa litorânea

50

15


Curitiba cidade
9000




9000
Bacacheri

35
20



Santa cândida

125
125



Airro alto

21
20
1


Roça grande, Uma, Ressaca

51

51


Dispersos pelos matos em direção à serra do Mar

50

50


Antonio Prado e arredores

40
30
10


Abranches

75
75



Pilarzinho

30
30



Lamenha Grande

140
140



Lamenha Pequena

50

50


Butiatuba

35

350


Pacatuba

30

30


Juquiri

10

10


S. Grabiela

5
5



Cachoeira

80

80


S. Venâncio

25
25



Barreirinha

25

25


Dispersos no norte do município de Tamandaré

30

30


Òrleans

50
50



S. Inácio

60
60



D. Pedro

70
70



Campo Cumprido

10
10



Barigui

10
10



Butiatuvinha

5
5



d. augusto

55
55



Rivierre

30
30



Ferraria

50
50



Campo novo

20

20


Campo magro

100

100


Tomás coelho

320
200
120


Cristina. Alice

40
40



Lagoa suja

60

60


Rio Verde

50
50



Araucária: costeira, palmital, rio abaixo, campo redondo, canavieira, etc.

8500




8500
Catanduva e arredores

250

250


Contenda, Serrinha

200

200


Santa Ana, Baranówka

50

50


Pa-Passo, Rio do Cacho e arredores

150

150


Lapa, Campo do Tenente, Ponta Nova e arredores

300

300


Total
17500
13797
6434
6568
795
17500
Fonte: Gluchowski, Kazimierz. os poloneses no Brasil. 2005, p. 110-115
















4. HISTÓRICO DOS DESCENTENTES DE POLONESES NO MUNICÍPIO DE CAMPO DO TENENTE