quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Seara do Semeador. NP.


Livro de pe. Wendelin Swierczek, C.M. Curitiba,1980.251p.

Bonito livro. Falta tempo e forças para digitar todo livro. Queremos só um capítulo: Nova Polônia de 50 à 52 página.
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Nova Polônia

Espavorida agita-se a criança,
de noturnos fantasmas com receio;
mas, se abrigo dá materno seio,
fecha os doloridos olhos e descança...

Perdida é para mim toda a esperança
de voltar ao Brasil: De lá veio
um pugilo da terra e nesta, creio,
brando será meu sono e sem tardança...

Qual infante a dormir em peito amigo,
tristes sombras varrendo da memória,
ó doce Pátria, sonharei contigo!

E entre visões de paz, de luz, de glória
sereno aguardarei, no meu jazigo,
a justiça de Deus na voz da história.



D.Pedro II


Nova Polônia! - Eloquente, mas não extravagante denominação: Apenas expressão natural, ou seja, "voz do povo", naqueles anos do "rusch"emigratório, a qual, porem, não deixa de ser gentileza e nobre manifestação de reconiecimento aos novatos advindos às auriverdes plagas. Foi, assim, que surgiram as designações "Nova Itália", "Nova Galícia", "Nova Dantzig", etc.

Infelizmente, como tudo neste mundo, também, esta qualificação foi suscetível de adulterações em seu exato senso e uso; mormente, pelos "hurras-patriotas", de diversos lados e quilates, em seus doentios sentimentos e empenhos menos louváveis.

A sua interpretação mais justa e genuina, nô-la encontramos, além da já citada "Carta do Visconde de Taunay, no famoso "Pan Balcer w Brazylji"- O sr. Balcer no Brasil - de Maria Konopnicka, a intrépida poetisa-bataliadora da sagrada causa da polonidade: Lá, na Polônia dilacerada pelos desalmados invasores e, no estrangeiro, dentre os desterrados, ela cantou, em seus versos singelos, com todas as fibras de seu coração fraterno e patriótico:

Ó vós, pais e mães, não choreis
olhando o além-mar;
vossos filhos hão de formar uma NOVA POLÔNIA
em nome de Deus!



Condigno eco destas sublimes acerções deparamo-lp no soneto-testamento de Dom Pedro II no exílio, reproduzido acima.

Entrementes, há quem visse nesta fascinante expressão "Nova Polônia", uma espécie ou idéia correlativa com a Suissa, o fenomenal país cuja população se compõe de várias nacionalidades que vivem em perfeita harmonia sob a mesma bandeira e autoridade; conservam características inatas e as diferenças étnicas, sem constituir qualquer prejuízo para a unidade da Pátria comum.

A paternidade desta visão pertence, consoante às "Recordações da Viagem"de St. Klobukowski /Anais IV, 107/, a certo Deputado do Rio de Janeiro, que, em 1896, no caso do território das Missões, manifestou a preferência de ser o mesmo ocupado por um povo pacífico - os Poloneses.

Um outro significado da "Nova Polônia" tenta expor-nos o arauto da "Polônia Sempre Fiel", J. Giertych, na sua sofisticada "Opoka". A nosso ver, este seu bem intencionado conselho e desejo patriótico aparece um tanto tarde e não logrará êxito; mesmo que consiga convencer alguns e conservar outros no cultivo de sua excelsa descendência e das tradições empolgantes de sua Nação.


Nesta IGREJA uma das mais bonitas que construíram imigrantes polonesês no Brasil /Paraná/, tem escrito na torre de lado esquerdo: POLONIA SEMPRE FIEL.


Igreja em Carlos Gomes PR, antigo nome desta cidade: NOVA POLÔNIA. Tem vários elementos decorativos ligados com Polônia.
Idealizador desta igreja Santa Ana - padre José Wojda Tchr.

Ora, modestia à parte, as presentes linhas, bem como todo o Centenário faustoso, tem em mira, exatamente, reverenciar e estimular a prática assidua dos augustos valores que tão prodigamente, a denominação "Nova Polônia"enserra e recomenda.

Isto tornado realidade pacífica, em muito contribuiria para a ampliação dos tesouros sócio-culturais da jovem Nação Brasileira. Afinal, o Imigrante Polônes não pode ser considerado apenas como mão-de-obra, ou boi a carreta. Os tesouros, valores e germes de sua milenar cultura material e espiritual, são muito mais generosos e fecundos. E isto, é incontestável.

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Gente quereria comentar cada frase deste capítulo deste Livro de pe. Wendelin Swierczek.
/alguns vezes encontrei pe. Wendelin Swierczek. Trabalhei como padre na paróquia onde Ele também trabalhava muitos anos atraz: em Rio Claro do Sul/