sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O legado polonês em Campo do Tenente. II parte

4. HISTÓRICO DOS DESCENTENTES DE POLONESES NO MUNICÍPIO DE CAMPO DO TENENTE

4.1 DA APRESENTAÇÃO DOS DADOS HISTÓRICOS


Todo o trabalho, em razão da escassa literatura pertinente, teve na pesquisa oral, a base de levantamento do legado cultural polonês, e, este está trabalhado nas páginas seguintes de forma textual.


4.2 EVIDENCIAÇÃO DOS DADOS


4.2.1 Histórico do Município de Campo do Tenente


O município não possui um histórico publicado oficialmente, portanto para relatar e apresentar os dados que se seguem realizou-se pesquisa em jornais e panfletos informais que circulam na cidade nos aniversários da emancipação, ou comemorações municipais, as fontes serão descritas no fim do texto que segue:
Campo do Tenente, antigo Repouso dos Tropeiros, teve sua emancipação política em 1961, desmembrando seu território ao de Rio Negro, num período em que a vila vivia em uma extrema decadência econômica, pois seu auge econômico se deu no período de 1900 a 1955. Diante disso, nota-se o desinteresse e certo abandono ao recente município criado, município que foi distrito industrial de Rio Negro e que hoje guarda lembranças e não o reconhecimento merecido.
Passando pela ocupação territorial, com a existência de famílias tupis-guaranis, e ainda pela questão das Capitanias Hereditárias, Campo do Tenente pertence ao conhecido Caminho das Tropas. Desde o princípio do Século XVIII, com as constantes exigências no mercado mineiro, organizaram-se fazendas de criação nos Campos Gerais, nos de Guarapuava e nos de Palmas. Com intenção de o peço do gado e das cavalgaduras de Curitiba, o Capitão General de São Paulo ordenou a abertura da estrada de Viamão. Neste caminho, em 1731, Cristóvão Pereira de Abreu passou com a primeira tropa de dois mil cavalos e éguas originários do sul do país. Já na viagem do Brigadeiro José Custódio de Sá Faria, saído próximo de Porto Alegre RS, a 26 de fevereiro de 1745, em seu roteiro de viagem consta de um local onde teria chegado a 15 de novembro de 1745 onde cita Campo do Tenente: “está vista logo mais, com suas verdejantes colinas de pastos nutritivos”. (apud D’ALMEIDA, 1976, p. 20).
Acredita-se que nestas idas e vindas originou-se o nome pelo qual é conhecido Campo do Tenente.
Uma das histórias diz que a primeira invasão dos espanhóis na colônia de Sacramento RS, fez com que os portugueses enviassem um exercito de seis mil homens sob o comando de um tenente, onde futuramente seria Campo do Tenente.
Em sua trajetória, o progresso efetivo da região e de Campo do Tenente aconteceu por volta de 1894, quando foi inaugurada a estrada de ferro, cuja estação de passageiros inicialmente construída em madeira e posteriormente em alvenaria, e que deu margem a investimentos empresariais dos mais diversos. Com ela veio a industrialização de madeiras cujo pioneiro foi Henrique Stalke, que em 1895 instalou sua serraria, sendo a mola propulsora do progresso de Campo do Tenente. Em 1902, Henrique Stalke construiu sua residência e ao lado desta, um armazém-loja visando suprir as necessidades de consumo da população, e dentro destas instalações ainda funcionava uma seção bancária.
Até mesmo a energia elétrica passou a ser gerada em usina, localizada próximo à serraria e ser fornecida gratuitamente. Os primeiros telefones usados em Campo do Tenente foram trazidos pelo Sr. Henrique Stalke, o município possuiu linhas telefônicas antes mesmo de Curitiba (Capital do Estado).
Campo do Tenente foi distrito Policial de Rio Negro de 1902 a 1916. Em 21 de setembro deste mesmo ano, tornou-se Distrito Judiciário de Rio Negro e contava com uma população de 3500 pessoas e as indústrias estavam em contínuo progresso. A 25 de janeiro de 1961, de acordo com a Lei nº 4338, a localidade foi elevada à categoria de município, desmembrando-se de Rio Negro, e instalado oficialmente em 29 de outubro de 1961, dia este em que se comemora seu aniversário. Pouco antes, em 1960, os trilhos da estrada de ferro foram transferidos para um novo trajeto a 13 km da região.
A população de Campo do Tenente é formada por descendentes dos colonizadores europeus, principalmente portugueses, poloneses e alemães. Observam-se outros menores grupos como italianos e japoneses. A miscigenação é bastante intensa. A atividade econômica dos primeiros povoados relacionava-se com a agricultura e a pecuária e posteriormente com a industrialização da madeira erva-mate e cereais.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e  Estatísticas) (nº 14) [...] a população tem oscilado muito nos últimos 40 anos. Pela análise do instituo, em algumas décadas diminui e em outras aumentou, sendo que o último censo aponta um total de 6990 habitantes.
A base econômica atual do município gira em torno da produção agrícola, o município possui uma Cooperativa de Agricultores, sendo destaque as culturas de feijão, milho, batata inglesa, soja, cebola e hortifrutigranjeiros. Na pecuária destaca-se a criação de bovinos mistos, de leite e de corte, suínos, ovinos e aves. Outras atividades como a piscicultura, apicultura e fruticultura e reflorestamentos de eucalipto e pinus estão presentes no município.
Campo do Tenente possui uma extensão territorial de 30.200 alqueires, das quais 5000 alqueires são área urbana e 25.200 são área rural. Geograficamente o município faz limites com os Municípios da Lapa, Quitandinha, Piên e Rio Negro.
Também é conhecido pela conservação das culturas e raízes do seu povo que em grande parte são descendentes de poloneses e que mantêm viva suas tradições e costumes herdados, através do Grupo Folclórico Polonês Niezapominajka, grupo este que se mantém pela garra das gerações que vêm de várias famílias do lugar.
Destacam-se no municípios alguns lugares importantes, são visitados como formas de lazer e turismo: A capela de Santa Cruz na localidade de Sant’Ana; O Mosteiro Trapista (Mosteiro Nossa Senhora do Novo Mundo) e ainda as cruzes do Monge São João Maria locai de peregrinação para orações; cita-se ainda o casarão da família Stalke, além do turismo rural que vem crescendo gradativamente.

4.2.2 Chegada dos Descendentes de Poloneses em Campo do Tenente no Período de 1920 a 1950

A todo o momento, grupos de pessoas se movimentam, deslocando-se de um lugar para outro. Alguns desses movimentos são curtos e de pouca duração, outros movimentos são longos e podem ter caráter permanente, como foi o caso de muitos poloneses que vieram para o Brasil e aqui permaneceram definitivamente.
Os movimentos migratórios internos no Paraná estão embasados em dois processos: a atividade agrícola e a pequena propriedade.
Há dois fatores de repulsão que explicam este processo, primeiro: o esgotamento do solo ocasionado pela utilização de técnicas agrícolas já existentes no Brasil, como a derrubada da mata e a queimada, onde com o tempo passou a diminuir os rendimentos e consequentemente a incapacidade de atender as condições básicas para o sustento familiar.
E o segundo fator está relacionado com o crescimento vegetativo dos descendentes, o qual não correspondia com o “minifúndio” como relata Nadalin (2001): “Para manter a vida camponesa, os pais costumavam comprar um lote de terra para cada filho – como não podiam fazer na região, tratavam de resolver o problema mais longe, onde as terras eram mais baratas”.

o que de fato “longe de estabilizar a população rural, longe de sustar as migrações internas, o regime da pequena propriedade suscitou-as em grande escala, pois não podia acomodar-se à divisão entre co-herdeiros em razão da alta natalidade, e bem assim à longa fidelidade dos colonos ao gênero de vida agrícola (Apud ROCHE, 1969, p. 331).

Convém afirmar que em meados do século XX os movimentos migratórios crescem e consequentemente seu raio de ação. Em busca de melhores condições de vida os descendentes de imigrantes migram para lugares fora das respectivas colônias, ocupando lugares até então pouco habitados, mas que naquele momento passam a oferecer garantias de melhorar seu padrão de vida.
A análise deste fato em regiões pequenas permite evidenciar como esta história revela fenômenos culturais, padrões de relação social, entre outros fatores.
A presença de descendentes poloneses em Campo do Tenente vem de encontro com as situações apontadas acima, como relata dona Francisca:

O meu avô comprou terra aqui, deu para tudo eles né, pros quatro filhos. Ele comprou terra e ponho pra cada um deles. Vieram pra trabalhar na agricultura, já faziam isso lá. [...] Lá já não tinha onde compra terra, o povo casava e se mandava (risos), que nem aqui os filho né, se criaram na roça e tudo sai, migram pra outro lugar. [...]

Com base em analises realizadas em documentos do Cartório Distrital do município, nota-se que no período que corresponde de 1920 a 1950 radicaram-se em Campo do Tenente inúmeras famílias descendentes de poloneses, oriundas das localidades vizinhas. Através das entrevistas constatou-se que, grande parte destes migrantes, morava em núcleos poloneses próximos do município, como: Tomás Coelho, Contenda, Araucária, entre outros.
Os motivos que os levaram a fixar-se nesse município, está relacionado com o desenvolvimento do mesmo, eles foram atraídos pela propaganda do “progresso tenenteano”: terras férteis e baratas, segundo Ana Chimborski: [...] aqui [...] os terrenos eram baratos na época, e pra eles adquirir um pedacinho de terra era mais fácil, compravam pra pagar em dois ou três anos, de acordo com as safras.
A estação ferroviária no centro e a BR 116 situada próxima ao perímetro urbano atraiu moradores,como conta o senhor Adão Novak:

O pai morava lá em Contenda e o comércio lá era ruim, e aqui no Campo do Tenente tava bão, por que naquele tempo tinha bastante depósito de batatinha né, e aqui era mais fácil o transporte, porque aqui passava a estrada de ferro né, tinha os depósitos aqui no centro. Compravam batata e despachavam pela estrada de ferro pra São Paulo, Curitiba[...].

Além de contar com várias outras comodidades, como relatou dona Verônica Kaiss:

O comércio era bom, tinha moinho, até cinema tinha no Campo do Tenente... Tinha muito mais coisa do que tem agora, tinha ferreiro, tinha alfaiate[...] Peguemo um tempo bom no comercio, nós tinha moinho aqui que moia trigo, o pessoal do interior vinha moer, posavam aqui em casa, jogava um colchão em baixo da mesa e dormiam ali mesmo, o pessoal era bom[...]
Neste período, os descendentes de alemães ocupavam um lugar de destaque no distrito de Campo do Tenente, tanto em relação aos seus empreendimentos, quanto na organização do mesmo. O que explica a fixação dos descendentes de poloneses em áreas afastadas tanto no centro quanto no interior. Conforme depoimento da senhora Iracema Wilczek:

Nessa época os alemães, família Stalke eram forte aqui, a grande maioria moravam naquela rua atrás da rodoviária, e também onde é o banco agora, os poloneses moravam aqui pra cima próximos da igreja e a grande maioria se instalou no interior. Me lembro que quando as pessoas diziam “os lá de baixo” se referiam aos alemães, e quando diziam “os lá de cima” estavam se referindo aos poloneses[...].

Gradativamente os descendentes de poloneses vão ganhando destaque no comércio com seus armazéns, depósitos de cereais, agricultura diversificada e principalmente na religiosidade (característica marcante desta etnia).onde através de alguns relatos contidos no Livro Tombo, é possível perceber a influência dos mesmos na comunidade, e sua participação assídua nos eventos religiosos.

Para o ano de 1936 os festeiros de Cristo Rei eram dez colonos poloneses, representando a colônia polonesa do Campo do Tenente. Vieram uns dias antes trabalhar no pátio da igreja, transportar os botequins de frente para de trás da igreja, carregar o entulho de dentro da igreja para fora [...] (p.3)
Desde já muito tempo existia o veemente desejo de se ver exigida nesta igreja a Via Sacra até que o senhor André Valenga adiantou o dinheiro para as estações e senhor João filho do senhor André se prontificou de fazer as molduras. Uma vez pendurado os quadros se fez um apelo a colônia polonesa afim de por meio de uma lista cobrir as despesas. Em pouco tempo se reuniu mais do que preciso[...] (p.11)
.[...] Os poloneses cantaram a Via Sacra em polonês todos os domingos da quaresma, ao meio dia, ora com freqüência maior, ora com bem mais reduzida. (p.20)
[...] o senhor André Valenga, presidente da comissão antiga, pediu demissão do seu cargo por motivo de idade avançada. Por espontâneas propostas foi então assinada a nova diretoria, composta de um presidente, um tesoureiro e sete conselheiros. A fabrica da capela é pois a seguinte: presidente – Sr. João Regis da Cruz, tesoureiro – Ludowico Bubniak, conselheiros – Tomaz Kulka, José Küviecik, José Dudek, Paulo Zorek, Gabriel Kaiss, Carlos Wilczek e Antonio Aurélio Ribas. (p. 22)

Nestes fatos estão inseridos descendentes de poloneses do centro e do interior, pois nesta época, não havia capelas, devido à falta de padres para atendê-las. Entre as localidades destacam-se a Serrinha e Pau de Casca, onde até hoje predominam famílias de descendência polonesa e é visível a presença de hábitos e costumes econômicos e religiosos trazidos por seus antepassados.

4.2.3 Colônias Polonesas

4.2.3.1 Pau de Casca

O nome originou-se devido ao fato de haver na região uma espécie de árvore conhecida como “pau de raposa”. Conta-se que moradores deslocavam-se de lugares distantes para buscar cascas desta árvore para fazer chá, os quais diziam ser um remédio muito bom para dores no estômago.
A colonização desta localidade iniciou-se nas proximidades da linha férrea, primeiramente pelos “brasileiros”, posteriormente por descentes poloneses, atraídos pelas terras baratas e férteis do local, segundo a senhora Sofia Novak diz que:“[...] faz uns 65 anos que meu pai veio pra cá. Ele contava que derrubava os mato pra podê construir a propriedade do avô né, aplainá a terra era tudo com enxada [...]”
Esta localidade possui um número significativo de descendentes poloneses, as famílias que compõe este grupo étnico apresentam os seguintes sobrenomes: Zavelinski, Chimborski, Burkat, Mançarz, Radulski, Kowalski, Jaros, Lopata, Kmiecki, Grebosh, Novak, Dembinski, Pogzeba entre outros.


4.2.3.2  Serrinha



O nome Serrinha surgiu por volta de 1894, período da instalação da estrada de ferro. Esta localidade esta localizada no trecho em que havia certa dificuldade das máquinas puxarem os vagões até o alto da serra, quando o mesmo saía de Campo do Tenente até Rio Negro. Em 1960 a estrada de ferro foi desativada, devido este trecho apresentar subidas elevadas, dificultando a passagem da locomotiva. Permanecendo o nome Serrinha até os dias de hoje.
Nesta localidade do município, predomina a presença de descendentes de poloneses. Anotações particulares e não oficiais, do Sr Henrique Karpinski e livros atas desta comunidade, confirmam a participação e envolvimento destes cidadãos na doação de terrenos para construção de escola e da igreja, assim como representantes políticos no município.alguns sobrenomes poloneses presentes nesta localidade: Kulka, Mazur, Sluzarz, Zaika, Sislinski, Kaia, Mantzar, Sock, Kmiecik, Schemko, Kusma, Grebos, Penkal, Dudek, entre outros.


4.2.3.3 Sede do Município



Na sede do município estão situados descendentes das famílias Komarchewski, Kaiss, Valenga, Meinelek, Mlenek, Kotowicz, Kwiatkowski, Zielinski Przybycien,Charneski entre outros. Grande parte dessas famílias exercem influência, na igreja, comércio, política, além de haver algumas construções situadas no centro da cidade com características polonesas.


4.2.4 O Legado da Cultura Polonesa



4.2.4.1 Técnicas de construção



As três técnicas empregadas na construção da casa de morada e paióis, taipa de mão - chamada pelos imigrantes de estuque, troncos encaixados, ou alvenaria de tijolos, explica-se em função da procedência dos imigrantes. Os que vêm das regiões de ocupação alemã, utilizavam taipa de mão e/ou alvenaria de tijolo. Aqueles que procediam da Galícia (ocupação austríaca) construíam com troncos.
O clima local também influenciava embora no início tenha prevalecido o modelo ancestral de morada feita de troncos de pinheiros falquejados a machado, encaixados nas extremidades, com pequenas aberturas (nas portas e janelas), adequada aos invernos rigorosos da região de origem, esta casa era coberta com “facas de madeira”.
Se num primeiro momento o isolamento e a falta de ferramentas trouxeram dificuldades, por outro lado, a matéria prima em abundância e as técnicas construtivas tradicional possibilitaram a recriação desse modelo milenar de habitação. Pouco depois, porém, com a instalação de serrarias e o auge do ciclo econômico da madeira no Paraná, as construções mudam. Mudam as técnicas construtivas: o pinheiro passa a ser desdobrado em tábuas, em bitolas padronizadas. Com o surgimento da madeira serrada, as habitações passam a ser em tabuado vedado com mata juntas, disposto verticalmente, pregado em estrutura autônoma.
Nestas casas de madeira encontra-se um importante sinal de mudança e de adaptação ao novo ambiente: a varanda. O programa residencial anterior (casa de troncos encaixados), que compreendia quartos e sala no térreo mais quartos no sótão, ainda influencia a nova moradia. A novidade consiste na varanda, elemento presente na arquitetura luso-brasileira que se acopla à residência de tabuado dos imigrantes poloneses, guarnecendo-a geralmente em dois lados.
As casas visitadas possuem características semelhantes às citadas acima, porém ficou evidente que foram construídas de acordo com as idéias do proprietário e condições dos mesmos, num primeiro momento construíram-se as peças básicas: cozinha, despensa, quartos, sótão e com o passar do tempo foram feitas “emendas” a fim de comportar toda a família. Sra. Verônica conta alguns detalhes deste processo:

Naquela época não tinha arquiteto... não tinha nada disso!?!O pessoal se juntava, fazia um “pichirum”, um ajudava o outro a construir, o Leonardo fez de cabeça. Ele se baseou assim pra fazer: uma parte pra comércio, uma parte pra quartos, o sótão era pras criança dormir, uma parte pra dispensa, uma sala, uma cozinha [...]

Restam poucas construções no município com características típicas polonesas, grande parte foi substituída por habitações de alvenaria, ou desmanchadas devido a má conservação.

4.2.4.2 Hábitos e costumes


Fazem parte da cultura polonesa uma série de costumes e crendices, os quais tem como objetivo trazer felicidade e sucesso aos proprietários, protegê-los dos maus-espíritos, das doenças, de raios e incêndios, e de ladrões e malfeitores - principalmente os ligados com a proteção dos moradores. Uma prática comum é a oração de São João Evangelista (Ver Anexo).
Segundo o senhor Adão Novak: “A mãe lia quando o tempo tava feio pra chuva, hoje minha nora também reza esta oração quando se arruma um tempo feio, tormenta, prá pedi proteção”,
Outra prática é a inscrição das iniciais dos três reis magos na porta frontal da casa como explica Franscica G. Chimborski:

[...] as iniciais dos três reis magos, [...] escrita em polonês: Kasper, Melchior e Baltazar. Anualmente o padre dá o giz venzido e daí ele manda fazer o ano que está correndo,tem a finalidade de proteger a casa, a gente, quando sai viajar dizem que é proteção”.

4.2.4.3 Divisão do trabalho


A rotina da mulher iniciava-se cedo, já ao levantar por volta das cinco ou seis horas da manhã, sua tarefa era fazer café e cuidar da criação. Depois ir para a roça e voltar a tempo de preparar o almoço. À tarde, novamente o trabalho na roça em seguida, dar banho nas crianças, preparar o jantar e deixar encaminhado o serviço para o próximo dia. Este era em linhas gerais o dia-a-dia das mulheres. Porém, hoje com a mecanização do campo e também dos utensílios domésticos esta rotina mudou.
Em relação a divisão do trabalho nas localidades do interior,  não é muito rígida, mantendo-se, porém, tarefas específicas de acordo com o sexo. O trabalho com o arado, tratores e outros considerados pesados, são realizados exclusivamente pelos homens. Já o plantio, a capina da roça e a colheita são realizadas também por mulheres e crianças.

4.2.4.4 Sociedade camponesa


Essa característica é comum nas residências das localidades do interior, apesar das propriedades contarem com implementos agrícolas como tratores, grades, plantadeiras entre outros a produção é pequena se comparadas com as de alguns empresários da região.
Os principais produtos cultivados são o fumo, milho e feijão.grande parte dos alimentos consumidos são de produção própria.
Segundo Ana Chimborski

“sempre tem animais por aí, carne a gente quase nunca compra, plantamos batata doce, aipim, repolho, esse é um costume que os poloneses tem que é cuidar pra não faltar comida, minha família cuida muito disso”.

Outros alimentos cultivados são: cebola, frutas e verduras. Na culinária, uma mostra do processo de transformação dos hábitos: ao lado de pratos tradicionais de origem polonesa, figuram outros feitos à base de receitas aprendidas no Brasil.

4.2.4.5 Culinária e artesanato


Nas famílias de descendência polonesa é comum encontrar: broa de centeio feita no forno a lenha sem fôrma; "cuque polaco" - bolo feito com fermento de pão, passas e coberto por farofa doce; "pierogi" (pastel cozido de requeijão); "bigos" ( repolho azedo); Barszcz ( sopa azeda de beterraba), Galaretka (geléia de mocotó), "kluski"- nhóque de batatinha; Aluszki ( Arroz com lingüiça defumada enrolados em folha de repolho), "krem"- uma raiz forte, para dar mais sabor aos alimentos, piernik (bolachas com enfeite coloridos), Piwo (cerveja feita em casa) receitas em anexo.
É comum ver nas casas prateleira com  potes de legumes e frutas em conservas; consome-se, diariamente, leite em forma de coalhada, queijo ou manteiga, preparados pelas próprias donas de casa; o torresmo de porco ou sua banha acompanhado de pão ou broa, é utilizado para o café da manhã e da tarde.
Tanto os pratos comuns, quanto os mais elaborados, atualmente não há dias específicos para serem produzidos e degustados, segundo Sra. Amélia (esposa do Sr. Henrique Kwiatkowski) [...] a hora que dá vontade a gente faz, por exemplo: bigos, pierog, mazurek, [...] broa, bolachas [...],
Algumas décadas atrás determinados  pratos eram preparados  somente  na Páscoa ou Natal.
Conforme relata a Sra. Sofia Novak: “pra nóis a maior alegria é que vinha o natal, porque a mãe fazia cuque, fazia cerveja de casa, matava um porquinho fazia no forno [...]”
Principalmente nas comunidades do interior, as mulheres costumavam aprender desde cedo a preparar estes pratos, e também outras tantas tarefas como: pintura dos ovos-Opanski, costumava-se ferver os ovos em água de cenoura ou beterraba, para ficarem amarelos ou vermelhos, respectivamente. Sobre esta casca colorida pintavam-se com tinta à base de cera de abelha, os mais diversos motivos coloridos cada um representando felicidade, alegria, boa sorte, longa vida, etc. [...] a mãe cozinhava aqueles ovos com casca de cebola que dava cor. Meu Deus que alegria a nossa! Ovo diferente que a galinha botou!”
Esta tradição é influência das famílias ucranianas que se estabeleceram como colonos no Brasil.
Havia o costume de confeccionar flores e arranjos de papel colorido para os casamentos, a maioria das moças sabiam costurar e confeccionar trabalhos simples de "bróia" (macramê), confecção típica em que uma peça de linho é desfiada nas pontas e o entrecruzamento dos fio soltos forma desenhos geométricos e decorativos. Atualmente este tipo de artesanato é feito com fios de algodão ou de seda em toalhas normais. Esta técnica é repassada também através de cursos promovido pela Braspol.

4.2.4.6 Cerimônias e rituais religiosos



4.2.4.6.1 O casamento polonês


O casamento tradicional polonês é uma cerimônia bastante elaborada. Há mais ou menos 50 anos atrás a festa costumava durar, aproximadamente, três dias: atualmente não chega a um dia. Contudo, nas localidades do interior alguns  rituais permanece, com algumas especificidades.
O local da festa é enfeitado com galhos de bambu ornamentados com fitas e flores de papel colorido, colocados em forma de arco nas principais entradas, paiol e portão.
Antigamente esta tarefa era executada pelos condes -  jovens casais solteiros que ajudavam durante toda a festa de casamento, recebendo os convidados, preparando os alimentos e servindo-os, enfim, providenciando tudo para que nada falte aos convidados,
Como relata o Sr Henrique Kwiatkowski: “Eu fui umas 15 vezes de conde, ia cedo pra ajudar nos preparativos, ia de caminhão até a igreja tocando gaita”.
Os convidados eram recebidos com porções de sal e uma broa, significando fartura. A carroça e os cavalos eram enfeitados com flores coloridas de papel. Os pais e padrinhos costumavam colocar fitas de cetim e um raminho de cedro no lado esquerdo, esta prática servia para identificar os anfitriões da festa. O noivo levava consigo um pequeno pedaço de pão para dar sorte, e a noiva, um raminho de alecrim e uma nota de dinheiro, o que simbolizava fartura na nova vida, a Sra. Ana Chimborski afirma: ”O pão é símbolo de fartura, depois que eles voltavam da igreja eles pegavam aquele pão e dividiam com todos os convidados”.
O "druzba" (mestre de cerimônia) organizava e presidia todo o casamento: entre outros encargos cabia-lhe a cerimônia do "zrekowiny" (despedida e benção dos pais) isso antes do casamento religioso, na casa da noiva. O "drurzba" dava conselhos e recitava versos em polonês sobre as responsabilidades do casal. Os pais abençoavam os filhos, e eram entoadas canções típicas e, então a "druzbina" (esposa do "drurzba") atirava balas coloridas para os convidados presentes, o que representava alegria e felicidade. A noiva distribuia cuque polaco e cerveja feita em casa. Só então partiam para a igreja, em caravana, enquanto a "drurzbina" abençoa os carros com água benta.
Antigamente, os convidados eram recebidos pela cozinheira principal que simulava um tombo e a destruição da louça já quebrada que trazia embrulhada no avental; pedia-lhes, então, dinheiro para comprar louça nova.
Servidos os alimentos, seguia a cerimônia do "Czepowiny" em que os noivos e os pais sentavam-se em torno de uma mesa sobre a qual eram colocadas doces, bolachas, cigarros, balas, licores, flores e um crucifixo. Os presentes são convidados pelos "condes" a dançar e as prendas eram trocadas, durante a dança, por dinheiro. A festa seguia até o domingo, quando ainda era oferecido almoço para os pais e padrinhos. Na festa havia música, fogos de artifício, danças, abundância de alimentos.
Os casamentos aconteciam geralmente no final da safra, período em que o paiol ficava livre para sediar o evento.
Algumas práticas deste cerimonial, ainda são realizadas nas localidades do interior, onde é comum o casamento entre filhos de descendentes poloneses. Há um envolvimento maior entre família e vizinhos, no sentido de colaborar com os preparativos, tanto na arrumação do local quanto na cozinha, assim como a despedida da noiva (benção precedida pelos pais) antes de ir para a igreja, decoração do local da festa.

4.2.4.6.3 O batizado


Alguns depoimentos lembraram um antigo costume de vestir a criança com um vestido cumprido, onde segundo Sra. Ana Chimborski:

[...]eles pegavam um pedacinho de pão e colocavam em baixo da roupinha do bebê, levavam pra batizar, traziam pra casa, enquanto tava ali aquela festa com os convidados e padrinhos, aquele pão ficava reservado, aí quando eles iam embora e ficava só a família, eles dividiam entre eles aquele pedacinho de pão, também símbolo de fartura”.   

Hoje a festa não possui caracteristicas próprias, ou seja, foi substituída pela cerimônia tradicional da igreja católica.

4.2.4.6.3 O Natal


As famílias cristãs polonesas costumavam realizar a cerimônia do "Oplatek"-   divisão do pão ázimo, com finalidade de renovar o espírito de fraternidade entre as pessoas, num momento de desculpas e perdão entre os membros da família. A cerimônia era presidida pelo pai, homem mais velho da casa, passando para os mais novos.
O momento que antecedia a confraternização, eram lidas passagens bíblicas, refletindo o nascimento de Jesus.
Uma farta ceia de alimentos típicos, era servida depois da Missa do Galo, em uma mesa enfeitada com ramos de trigo. Na festa de Natal são relembradas e entoadas canções natalinas em polonês.
Os depoimentos a seguir confirmam as modificações que este cerimonial sofreu com o passar dos anos:

[...] lembro-me bem do Natal e da Páscoa, vamos supor: no almoço, no jantar então se reunia a família, rezava pedindo pra Deus que desse saúde pra todo mundo ( o principal né), o pai era o “mandante”. (Zielinski)
[...] quando eu era criança, no dia de natal nós sentávamos a mesa e pai distribuía um pedacinho da hóstia para cada um, rezava, depois mais tarde foi mudando e deixando de lado. (Henrique Kwiatkowski)
Hoje ainda celebramos o natal em família com o Oplatek, na ceia de natal se reúne toda a família: filhos, netos, sobrinhos, o mais velho inicia dando as boas vindas e faz seus pedidos de desculpa, agradecimentos, passando a vez até chegar no mais novo. Não seguimos todo aquele cerimonial como a Braspol faz no dia da ceia, mas mesmo assim é uma ceia emocionante e marcante para aqueles que se fazem presentes. (Iracema Wilczek)

O grupo folclórico polonês de Campo do Tenente, desde sua oficialização realiza anualmente a ceia natalina polonesa com a partilha do pão ázimo, aberta a participação de toda comunidade. Esta celebração procura manter a originalidade tanto na composição da mesa principal, quanto na preparação dos pratos típicos a serem servidos.

4.2.4.6.4 Cultura fúnebre


Nas localidades do interior no velório são servidos café e alimentos, acompanhados de orações e cantos, como conta a Sra. Eva Mazur:

“a mesa está sempre pronta, chega alguém, logo em seguida é convidado a se servir, diz que esta é a última refeição da pessoa: a despedida. Por isso procura agradar a todos”.

Alguns costumes, segundo a Sra. Eva Mazur são comuns entre a comunidade polonesa:

“Quando morre uma pessoa de casa, tem que avisar a criação, tem que bater três veiz no coxo do cavalo, no coxo das vaca, no chiqueiro e dizer que o dono vai embora”.

Os motivos são explicados pela Sra. Ana Chimborski Diz que a “criação acha falta do dono da casa e se ele some né, faleceu nunca mais vai voltar eles (animais) podem entrar em depressão. Tem contar antes de sair com o caixão da casa”.
Sempre é celebrada a missa de corpo presente, onde recomenda a alma do morto, entre orações e canções de despedidas.

4.2.4.6.5 A Igreja

As famílias polonesas mais antigas da região freqüentam regularmente as missas dominicais, com diferentes graus de participação nas atividades paroquiais.
Em frente à igreja ainda é comum se formar aos poucos, pequenos grupos, para um bate-papo, organizados espontaneamente de acordo com sexo e idade. Os sinos anunciam a missa; os grupos se desfazem e todos se encaminham para o interior da igreja. Antigamente era comum a divisão por sexo no interior da igreja, do lado esquerdo os homens e do direito as mulheres, hoje não existe mais.
A igreja matriz Cristo Rei é conhecida como “igreja dos polaco”, essa denominação vem desde o período de construção da mesma, onde foi expressiva a participação da comunidade polonesa local. Ainda hoje as cerimônias religiosas importantes como primeira comunhão e crisma reúnem as localidades do interior como Serrinha e Pau de Casca na matriz.
A construção das capelas das localidades da Serrinha e Pau de Casca, também receberam grande ajuda da comunidade polonesa local como: doação de terrenos, materiais de construção e mão de obra.
Atualmente observa-se que a participação da comunidade polonesa principalmente dos jovens nas atividades religiosas vem diminuindo gradativamente, sobre este fato, a Sra. Ana Chimborski comenta o seguinte:

A organização religiosa da nossa comunidade se alterou quando as crianças começaram a estudar prá fora, enquanto eles permaneciam aqui: escola, catequese e participavam junto com os pais a união era maior e o espírito de fé era maior. [...] os mais velhos sempre participam, na quaresma tem via sacra, nas missas, cultos eles sempre participam. A gente percebe que os poloneses mais antigos priorizavam bastante a confissão e hoje a gente percebe que essa prática esta ficando de lado.

4.2.4.6.6 Quaresma e Páscoa


A Quaresma para os mais antigos é um tempo especial de preces e atividades religiosas, precedendo a grande festa da comemoração da Páscoa.
O domingo de Páscoa, por sua vez, era precedido por uma série de rituais, sendo que os mais expressivos tinham lugar no Sábado de Aleluia. Segundo relata a Sra Ana Chimborski:

“os símbolos da cesta que eles levavam pra benzer, tem o requeijão que simboliza o coração de Jesus transpassado pela lança, o vinagre que eles deram prá Jesus é simbolizado pelo krem, Piwo (cerveja),o  ovo é o símbolo de vida, da ressurreição de Jesus Cristo, a manteiga é trabalhada em forma de carneirinho é Jesus Cordeiro, filho de Deus, uma volta de lingüiça ou salsicha simboliza a coroa de Jesus Cristo e o pão é o pão da eucaristia[...]

Hoje esta prática é realizada no Sábado de Aleluia, mas a cesta não contém somente os alimentos simbólicos citados acima, colocam-se geléias, frutas entre outros itens. Segundo o costume polonês, estes alimentos devem ser consumidos na primeira refeição do dia da Páscoa.
Outra prática muito comum neste período é o jejum. Entre os mais velhos o mesmo é praticado todas as quartas e sextas – feiras da quaresma, entre os mais novos somente na quarta-feira de cinzas e sexta- feira santa.
No mesmo sábado, próximo à igreja, é feita uma grande fogueira, na qual é aceso o círio pascal. Após a missa das dezenove horas cada paroquiano recolhe algumas brasas e leva-as para casa, além de água benta.

4.2.5 Língua Polonesa


Segundo dados encontrados no Livro Tombo da Paróquia Cristo Rei, era comum a igreja realizar celebrações que envolviam a comunidade polonesa:

No domingo de ramos de 1946 o R. Pe. Frei Edmundo Piechoczek, diretor do seminário Seráfico de Rio Negro visitou a capela de Campo do Tenente, afim de dar ocasião para se confessarem em polonês aos colonos dos arredores do Campo do Tenente, 115 pessoas da colônia polonesa aproveitaram desta oportunidade. (p.23)”
[...]Os poloneses cantaram a Via Sacra em polonês todos os domingos da quaresma, ao meio dia, ora com freqüência maior, ora com bem mais reduzida. (p.20)

Segundo os entrevistados a língua polonesa fez parte do cotidiano familiar enquanto moravam com seus pais nas referidas colônias antes de residir em Campo do Tenente ou entre os filhos mais velhos e o casal.
Os motivos que explicam a ausência da língua polonesa na maioria das residências dos descendentes poloneses, foi o processo de aculturação que tiveram que enfrentar quando passaram a residir em Campo do Tenente.
O relato da Sra. Sofia Novak confirma este fato com o seguinte depoimento: “[...] não falei mais em polonês depois que entrei na escola. Eu chegava na escola não sabia dizer bom dia, dizia em polonês, tinha muito brasileiro davam risada e eu chorava de braba (risos). Porque dão risada de mim?[...]”.
A Sra. Francisca Chimborski, explica o motivo de não ter repassado para os filhos o idioma polonês:

Eu não passei por causa que eu trabalhava fora e eu me lembro quando eu entrei na escola eu não sabia nada o português, não sabia o que responder. Aprendi o português na Serrinha com os colega né. Foi muito difícil. Eu por isso não passei pros meus filhos pra eles não se apurar depois na escola.

Atualmente o idioma polonês é utilizado somente entre as pessoas mais velhas, e de uma maneira muito vaga, pois afirmam confundir-se com o idioma “brasileiro”, devido não pratica-lo continuamente entre todos da casa. Muitos dizem fazer somente as orações particulares em polonês.

4.2.6. Grupo Folclórico Polonês de Campo do Tenente


4.2.6.1 Histórico do grupo


A historia da formação do grupo polonês em Campo do Tenente, teve início num almoço da 3ª idade em 1986, organizado pela prefeitura, na gestão do Sr. Eloi Pascoal Bodanesi e sob cuidados e orientação da distinta funcionária Anita Tiburski Bonamigo. O mesmo estava sendo realizado no Salão Paroquial da Igreja Cristo Rei.
O que parecia ser uma confraternização normal, após o almoço tornou-se uma revelação de talentos, cultura e costumes que até então estavam adormecidos ou presente somente na lembrança de grande parte dos  presentes daquele evento.
Após o almoço a senhora Anita foi buscar o senhor Henrique Kwiattkowski para tocar acordeom, pois o mesmo vinha de uma família de músicos e sabia tocar varias melodias polonesas. Para iniciar ele tocou o “sete passo” conhecida dança de salão da Polônia, em entrevista ele conta que: “[...] o falecido Tomaz Novak chegou pra Amélia e perguntou se ela sabia dançar como a sua mãe dançava [...]. A Amélia respondeu que sabia dançar igual a sua mãe, aí eles dançaram o “sete passo” [...]
Neste mesmo dia os casais de descendentes de poloneses com o apoio da senhora Anita decidiram formar um grupo de danças com o intuito de encontrar uma forma sadia de diversão, através do canto, da dança e da reprodução das histórias contadas por pais e avós. Segundo seu Henrique Kwiatkowski os primeiros integrantes foram:

Cinco ou seis casais não me lembro bem, deixa-me ver: o falecido Tomaz com a Amélia, o falecido seu Elvio com a Anita, o falecido João Chimborski com a Ana, o Dionísio com a Luci e agora não me lembro qual era o outro par [...].

Os primeiros trajes foram confeccionados pelos próprios integrantes e custeados pelos mesmos. Estes foram confeccionados a partir das lembranças que eles tinham das roupas usadas por seus antepassados, como conta o Sr Henrique:

“nós mesmos fizemos as roupas, para os homens era uma “cirolinha”, para as mulheres uma “sainha” simplisinha, floriada e também algumas flores no cabelo acho que eram de papel[...],   essas roupas foram feitas com base nas lembranças que tínhamos do que os polacos vestiam, os pais, os avós”.

E sobre os músicos acrescenta ele: “eu tocava gaita e chamei o falecido Romão Burkat pra tocar violino” [...].

Fonte: Arquivo particular do Sr. Henrique Kwiatkowski

A primeira apresentação do grupo de casais foi no desfile do município, no dia 29 de outubro de 1986, seguido de apresentações pelos municípios vizinhos: Piên, Quitandinha entre outros, convém ressaltar que neste período o grupo dançava somente danças de salão como: Polca, Sete Passos e Xote Militar.
Notou-se, porém que, além da amizade, outro ponto em comum ressaltava-se ao grupo: todos os integrantes, mesmo os quais não eram descendentes diretos, tinham algum vínculo com a cultura polonesa.
A partir deste ponto, viu-se despertando o interesse em reavivar a cultura deste povo tão rico em suas origens e que tanto contribuiu com o Brasil e indiscutivelmente com município de Campo do Tenente. Foram convidados alguns jovens, na maioria filhos dos primeiros casais, formando o grupo de jovens, os trajes eram de extrema simplicidade, as coreografias foram montadas através de lembranças que guardavam das festas e dos casamentos de seus familiares.
O grupo seguiu realizando pequenas excursões pelos arredores, despertando interesse de outros jovens e chamando a atenção da comunidade.
Neste intervalo de tempo, passaram-se quatro anos e este grupo sentiu a necessidade de uma programação, de um suporte para que fosse possível continuar as atividades.
Assim sendo, em 13 abril de 1991, o pequeno grupo passou a ser o Núcleo Municipal da Braspol de Campo do Tenente, parte integrante do Núcleo Nacional da Braspol, (conforme documentos em anexo), quando também se oficializou o Grupo de Danças Polonesas Niezapominajka, que significa “não me esqueças”. Nome sugerido pela então requisitada coreógrafa polonesa Ursula Kidja.
A presença desta coreógrafa no grupo serviu de base para reavaliar as coreografias e trajes usados pelo grupo, segundo relata dona Lídia Hitner, presidente da Braspol de Campo do Tenente:

[...]”a Ursula veio alguns meses depois pra dá uma mão, para a apresentação pro baile, ela veio a convite da Anita, [...] veio ver o que nós sabia, não tinha nenhuma coreografia, era só dança de salão mesmo, foi aí que ela disse que cada traje representa uma região, citou o exemplo de Krakoviak, mas foi uma coisa muito vaga”.

Além de presidente do grupo a conhecida dona Lídia possui inúmeras habilidades que utiliza em prol da preservação da cultura polonesa no município: monta coreografias, peças teatrais, toca acordeom, canta em polonês, além de confeccionar todos os trajes poloneses que o grupo possui. Em entrevista relata que:

“Atualmente os modelos de trajes são feitos com base em fotos, vídeos e filmes, fornecidos pelo consulado, eles pegam da Polônia vídeos, livros e repassam pra gente. Hoje elas servem de base para fazer os trajes, montar coreografias, musicas entre outras finalidades”.

A existência deste grupo na cidade de Campo do Tenente é de suma importância no sentido de reavivar a cultura polonesa em cada evento promovido.
Além das promoções realizadas para arrecadar fundos, a Braspol de Campo do Tenente juntamente com o grupo folclórico polonês Niezapominajka possui uma programação anual no calendário municipal:

A - DOZÈMKI: festa da colheita, com participação de todas as comunidades, oferecendo produtos agrícolas que são destinados a doação, além de agradecimentos pela boa colheita, referencias a Pátria mãe, a nossa senhora de Monte Claro (MARTKA BASKACHESTOCHOWA) ao Brasil que acolheu este povo e a comunidade local.
B - BENÇÃO DOS ALIMENTOS: ocorre no sábado de aleluia, numa iniciativa da Paróquia Cristo Rei.
C - OGNISKO: festa julina polonesa;
D - OPLATEK: partilha do pão Ázimo, sempre as vésperas do Natal;
Quanto às comemorações feitas no município, a Sra. Lídia Hitner faz um comentário:

“O Ognisko na Polônia é bem diferente do nosso, porque lá eles fazem isso na colheita,[...]: aqui assam lingüiça, mas não tem nada haver, lá eles assavam batata doce, ou outros itens que colhiam e dava para assar. Pra nós aqui é invertido, nós fazemos em julho, lá é em outra época devido a diferença de estações. Assim acontece com a festa da colheita em março ou abril, pra eles é em julho”.

Em todos os eventos são feitos vários pratos típicos com destaque para o pierogi (pastel de requeijão cozido) e a mazurek (torta de amendoim cru), seguidos de cuque polaco, broa, porco recheado, bigos, molhos, cerveja caseira entre outros.
Além das danças típicas polonesas os integrantes aprendem a cantar e a rezar em polonês, as canções e orações encontram-se na parte de anexos destes trabalhos

4.2.7 Trajes Típicos Poloneses


Os trajes típicos possuem estilos diferentes, conservando traços provenientes de sua região de origem e do estilo dos povos que os influenciaram. Abaixo segue a história de alguns trajes e suas respectivas regiões. Estes trajes, fazem parte do acervo do Grupo folclórico Polonês Niezapominajka:
KRAKOWIAK: A cidade de Kraków foi a capital dos reis poloneses. O traje Kraków é considerado o traje nacional polonês.
O traje masculino é composto por: calça listrada nas cores vermelha e branco, o que lembra a bandeira nacional. Um casaco sem mangas até os joelhos, feitos de lã na cor azul escuro cor bordados ou faixas em volta. O cinto é de couro com argolinhas de metal, que lembram as armaduras, camisa branca, botas pretas, chapéu vermelho com quatro cantos ornamentados com penas de pavão.
Traje femenino: originalmente bastante simples, sofrendo um embelezamento no seculoXIX com ricos bordados. A saia é florida. O colete é aveludado e colorido. Usam na cabeça uma guirlanda de flores. A mulher casada usa um cocar branco. Usam tiras de fibra aveludada presas a direita do ombro e botas pretas, meio cano e também um avental.
OBERK: a cidade de Lowicz situa-se no coração da Polônia. Por muitos séculos foi um ducado governado pelos arcebispos da cidade de Gniezno. Devido a este fato o traje dos homens possui muita semelhança com os uniformes da guarda papal suíço em Roma. O traje masculino é composto por calças laranjas com listras verdes, botas pretas, cintura envolta por uma faixa roxa ou laranja, jaquetas pretas com botões brilhantes. A camisa é branca, tem colarinhos e punhos bordados, com fita nos punhos e pescoço. O chapéu é feito de feltro preto com faixas coloridas. Traje feminino: vestido de lã ou veludo preto, as saias tem faixas verticais largas seguidas de um avental colorido. As cores comuns que compõe o traje feminino são: vermelha, laranja (intermediaria), azul ou verde. A camisa é branca com bordados coloridos nas mangas largas.
CIESCZYN: é uma das mais antigas cidades da Polônia, situada na região sul, fazendo divisa com a Tchecoslováquia. Outro traje que recebeu influência das regiões montanhosas é o GÓROL.

4.2.7.1 Danças folclóricas polonesas


As danças folclóricas polonesas são carregadas de características provenientes de sua região de origem, mas há danças que são difundidas em toda a Polônia e exploradas no Brasil, o que não é diferente em Campo do Tenente:

A - Danças Nacionais


POLONEZ: provavelmente tenha surgido nos salões da aristocracia polonesa. Até os dias de hoje é dançada nas aberturas de solenidade polonesa.
KRAKOWIAK: representa o orgulho, a alegria e a perseverança do povo polonês. Os passos laterais e as cavalgadas representam a invasão da cavalaria turca na Polônia no ano de 1686. Convém ressaltar que ao invadir o território polonês os turcos, não conseguiram chegar até o perímetro urbano de Cracóvia, tornando este fato uma fábula.
OBEREK: o nome é derivado do verbo “obracac sie” que significa girar. É representada por passos que representam a região de Lowicz, exige habilidade na execução dos diversos solos, sempre realizados em casais.


B - Danças regionais


LUBLIN: dança regional de Lublin. Tem como principais características as mudanças rítmicas bruscas, sendo vagarosas e românticas, ora alegres, vivas e ligeiras.
PODHALE (Góral): os dançarinos executam passos complicados durante a dança para tentar impressionar e conquistar mulheres, a machadinha utilizada para cortar lenha e lutar, agora serve de bengala para dançar.
WIELKOPOLSKA: o nome vem do latim e seu significado é “Grande Polônia”. Recebeu influência prussiana, apresentam uma característica mais urbana, dança comum nos casamentos poloneses.
POLECZKA: tem como principal característica representar as tradicionais danças de roda, dançada somente por meninas que tentam chamar atenção dos rapazes com seus graciosos passos.
KASZUBY: dança da região de Kaszub, localizada ao norte da Polônia,. Esta dança indica uma mistura rica dos elementos característicos das regiões vizinhas polonesas e alemãs.

4.2.8 BRASPOL


Comunidade Brasileira e Polonesa (BRASPOL), de Campo do Tenente-PR, instituição de utilidade pública, assim declarada pela lei nº 253/95, cujo objetivo é a preservação e manutenção da cultura polonesa no Brasil.

DOM POLSKI” (Casa Polonesa)
SEDE DA BRASPOL






4.2.8.1 Sede da Braspol de Campo do Tenente


O ideal de construir a “Dom Polski” (casa polonesa), existiu desde a oficialização desta instituição e do Grupo Folclórico de Danças Polonesas Niezapominajka. Porém os gastos para manutenção do grupo: trajes, viagens, cursos de dança polonesa entre outros nunca permitiram arrecadar a quantia suficiente para a construção da mesma.
Diversos projetos foram elaborados e enviados para órgãos públicos culturais do Paraná e também para Brasília, no intuito de receber verbas, todos sem sucesso.
Em 2005, por intermédio do padre Stanislaw Gogulski, foi enviado o projeto da casa polonesa para a Wspólnota Polska – Comunidade Internacional de Cooperação Polonesa, instituição do governo polonês destinada a atender interesses culturais de imigrantes e descendentes poloneses em diversas regiões do mundo. O mesmo foi aprovado e a casa polonesa é uma realidade em Campo do Tenente. O terreno foi doado pelo senhor Floriano Kaiss.
Esta é uma obra de referência no Paraná. Em conversa com a Sra. Lídia Nalepa Hitner (atual presidente da Braspol em Campo do Tenente), a mesma relata que “construção como esta no Brasil, têm somente no Rio Grande do sul e na região do Espírito Santo”.
A casa vai abrigar: museu, salão de festas, cozinha polonesa, salas para reuniões, espaço para guardar trajes e objetos adquiridos ao longo destes anos.

4.2.8.2 Congregação Sociedade de Cristo e sua Participação em Campo do Tenente


Esta congregação religiosa polonesa atua no Brasil desde 1958, onde um quinto dos padres poloneses que atuam no Brasil pertencem a esta congregação.
A fundação desta congregação surgiu por meio de um decreto do dia 8 de setembro de 1932, expedido pelo Cardeal Augusto Hlond, Primaz da Polônia, o qual tinha por objetivo exercer o ministério pastoral entre os emigrados poloneses.
O nome “Sociedade de Cristo para os Emigrados” foi escolhido em 1968 pelo Papa Pio XI. O lema exterior dos membros da congregação é: “Tudo por Deus e pelos poloneses emigrados”.
Segundo informaçoes contidas no artigo intitulado Sociedade de Cristo no Brasil, esta congregação envolve a Polônia, e no trabalho entre os emigrados divide-se em diversas províncias. Existem 6 províncias: a inglesa (Grã-Bretanha, República da África do Sul), sul-americana (Brasil, Argentina, Uruguai), norte-americana (EUA, Canadá), francesa (França, Espanha), teuto-ítalo-holandesa e australiana (Austrália, Nova Zelândia). Além disso, sacerdotes da Sociedade de Cristo trabalham nos países da ex-União Soviética (Bielo-Rússia, Cazaquistão, Ucrânia) e na Hungria.
A atuação da Sociedade de Cristo para Emigrados Poloneses, atua no Brasil principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, regiões em que há uma porcentagem expressiva de descendentes poloneses, onde segundo MALCZEWSKI (Sociedade de Cristo do Brasil, 2006).

[...] voltamos a nossa atenção para aquelas comunidades paroquiais em que ocorre certa porcentagem de fiéis de descendência polonesa [...] são pessoas que sobretudo se dedicam à agricultura. Trata-se da terceira, quarta, quinta, ou mesmo já da sétima geração dos imigrantes poloneses.

Uma das exigências do Estatuto desta congregação para com os membros da mesma é no sentido de preservar a cultura e estimular a vida religiosa dos emigrados de acordo com os costumes da “pátria mãe”, isso de acordo com suas possibilidades. Nas comunidades em que estão presentes líderes religiosos desta congregação, é comum observar uma expressiva participação da comunidade colaborando com a paróquia.  
Em Campo do Tenente, esta congregação passou a atuar logo após a emancipação do município (1961), na Paróquia Cristo Rei. Desde então algumas tradições, costumes poloneses se fazem presente anualmente na comunidade, onde na sua maioria são realizadas em conjunto com a Braspol e o Grupo Folclórico de Danças Polonesas Niezapominajka, entre as quais podemos citar: a bênção de velas, as devoções de maio, a comemoração do segundo dia da festa do Natal e da Páscoa, a ceia natalina (Oplatek ou pão ázimo), a bênção dos alimentos na Páscoa, a festa da colheita - Dozemki, as procissões pascais – benção da água e do fogo/via sacra, a bênção de velas, as devoções de maio, as orações pelos falecidos, as procissões de Corpus Christi a quatro altares, a bênção de velas, as devoções de maio, referencias a imagem de Nossa Senhora de Czestochowa.
Estas celebrações contam com a participação de toda a comunidade católica do município, ou seja, as mesmas não são restritas a comunidade polonesa, fato que evidencia o processo de aculturação e inserção com os brasileiros.
O grupo folclórico polonês de Campo do Tenente, desde sua fundação sempre foi apoiado pelos representantes da sociedade de cristo no município, principalmente no que se refere à espaço físico para realização de ensaios e promoções de eventos.
Cabe ressaltar que a construção da casa polonesa “DOM POLSKI” em Campo do Tenente só foi possível com a estimada ajuda do atual Padre Stanislaw Gogulski.


5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 CONCLUSÕES


Com base na pesquisa de campo, pode-se perceber que está havendo um processo de aculturação e miscigenação bastante significativo dos descendentes poloneses no município de Campo do Tenente.
Chegou-se esta conclusão em razão de que ao ouvir os relatos sobre os costumes, sobre a preservação da cultura deles, pode-se perceber que eles continuam mantendo – da maneira que podem – os costumes do seu povo. No entanto, fazem quase que inconscientemente, pois aos poucos perdeu-se a verdadeira raiz dos hábitos, como por exemplo os rituais e cerimônias que aos poucos foi sendo substituído por influencia brasileira.
E muitas vezes eles realizam alguns atos sem transmitir isso aos filhos como um costume a ser preservado. Lembram sim, de seus pais, e avós o como os pais faziam certos rituais, mas gradativamente, com o passar dos anos e a ausência de mais pessoas para fortalecer a preservação de certos hábitos foi-se adquirindo novas maneiras de adaptar a realização dos ritos.
O mesmo acontece com a língua polonesa, não há uma colônia fechada para que eles verbalizem o diálogo em polonês, a presença brasileira foi obrigando-os a deixar de lado o idioma pátrio.
No entanto, a fé e o caráter, o amor ao ser humano, são imutáveis. São um povo que acredita muito em Deus, e que preservam antes de tudo o amor à sua família e aos seus. Os filhos raramente se separam dos pais, constituem suas famílias dentro dos costumes religiosos. Os bens materiais tem sua importância afinal é uma conseqüência de seu trabalho, mas fica evidente que nada vem antes da família e de Deus.

5.2 RECOMENDAÇÕES


Há muito que ser resgatado da cultura deste povo, muito já se perdeu com o tempo e com a influência brasileira em seus costumes.
Pode-se esperar que com a construção da sede polonesa em Campo do Tenente, haja um resgate da cultura e dos costumes poloneses.
Como a sede é considerada referência no Estado do Paraná, espera-se que ocorra um incentivo entre os descendentes que residem no município.
Indica-se que os responsáveis pela disseminação da cultura polonesa, aja com veemência, e com afinco no intuito de restituir o que perdeu-se dos costumes poloneses entre seus descendentes. E que encontrem um forma de demonstrar a importância e o valor que sua cultura tem para manter a historia do seu povo viva.


REFERÊNCIAS


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ARQUIVOS DOCUMENTAIS

Cartório Distrital de Campo do Tenente - PR – Registros de Imóveis (1920-1950)

Grupo Folclórico Polonês Niezapominayka – Campo do Tenente – PR – Receitas culinárias, danças e trajes

Igreja Matriz Cristo Rei – Campo do Tenente – PR – Livro Tombo

Maria da Glória Foohs – Rio Negro – PR – Literatura Polonesa e artigos (acervo particular)

Paróquia Bom Jesus da Coluna – Rio Negro – PR -  Registros de Batismos

Periódicos Informatívos: Informação Campo do Tenente. Edição de Aniversario. Outubro/2002


INDICE ENTREVISTAS (fontes orais)


CHIMBORSKI, Ana, 54 anos, Pau de Casca, Campo do Tenente, Paraná.

CHIMBORSKI, Francisca Grebosh, 67 anos, Pau de Casca, Campo do Tenente, Paraná.

HITNER, Lídia Nalepa, 54 anos, Avenida Miguel Komarchewski, nº 1122, centro, Campo do Tenente, Paraná.

KAISS, Verônica, 85 anos, Avenida Miguel Komarchewski, nº 15, centro, Campo do Tenente, Paraná.

KWIATKOWSKI, Henrique, 65 anos, Rua Olívio Belich, nº 09, centro, centro, Campo do Tenente, Paraná.

MAZUR, Eva, 56 anos, Serrinha, Campo do Tenente, Paraná.

NOVAK, Adão, 64 anos, Pau de Casca, Campo do Tenente, Paraná.

NOVAK, Sofia, 63 anos, Pau de Casca, Campo do Tenente, Paraná.

ZAVELINSKI, Julia Burkat, 61 anos, Pau de Casca, Campo do Tenente, Paraná.

ZIELINSKI, Sizismundo, 79 anos, Avenida Miguel Komarchewski, nº 114: centro, Campo do Tenente, Paraná.

WILCZEK, Iracema Komarchewski, 79 anos, Rua Leopoldo Jacomel, nº 55, centro, Campo do Tenente, Paraná.

Um comentário:

  1. Gostei muito, parabéns, muito bom mesmo, meu marido nasceu em Campo do Tenente , nos idos de 1936, é da familia Schmidt e tem coisas a contar, Parente tambem do sr Henrique Stalk...obrigada, sou vó ely.

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