segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Imigrantes polonesês em Ponta Grossa. F. Kuiut.


IMIGRANTES POLONESES EM PONTA GROSSA.


Francisco Kuiut, descendente de Imigrantes poloneses, filho de, Stanislau Kaiut (stanislaw Kajut) e Josefa Nadaeia, (Am­bos de saudosa memória)
Stanislau Kaiut, nascido na Colônia Abranches, em 19-09-1874, era filho de imigrantes poloneses, João e Francisca Kaiut, pertencendo assim a primeira geração braSileiro-polone-Sa no Paraná.
Josefa Nadzeia, nascida em Poznan, Polônia, em 13-01-1885, filha de José e Michalina Nadzeia, todos imigrantes, checados ao Paraná, no ano de 1891, para a Colônia Taquari, em Ponta – Grossa.
ClDADE DE PONTA GROSSA.
A cidade de Ponta Grossa, cognominada "Princesa dos Campos”, situada no planalto de Campos Gerais, é o maior centro de entroncamen­to Rodo-Ferroviário do Estado do Paraná.
Dirigindo-se por via férrea, dos Estados de Rio Grande do sul e Santa Catarina, para São Paulo, ao Norte, à Capital ou ao Litoral paranaense, a passagem ê por essa cidade, Pela Rodovia, procedendo do Oeste, Sudoeste ou Norte do Estado, com destino á Capital ou Litoral, e Vice-Versa, como também pela Rodovia BR-277, de caracter internacional que liga a Repdblica do Paraguaim Via Foz do Iguaçu, ao Porto de
Paranagu
á, no Oceano Atlântico, Litoral paranaense, ê forçoso a pas­sagem pela cidade de Ponta Grossa.
A cidade de Ponta Grossa, conta atualmente, aproximado á 130 mil habitantes, "cidade e zona rural", sua população é formada pelo caldeamento das raças- 0 Europeu, o Negro Africano, e o Indio nati­vo brasileiro.
Entre o europeu destacam-se: o português, que foi o 1º a aportar em terras brasileiras como seu descobridor, o italiano, o ale­mão, o polonês, o inglês, o francês, o austríaco, estes vindos, quase em sua totalidade com imigrantes, dedicando-se á lavoura.
0 negro africano que fora trazido com escravo, e o nosso  índio, que era o dono de todo este torrão descoberto que foi, pelo português Pedro Alvares Cabral.
Posteriormente chegaram também a Ponta Grossa, não como imi­grantes, os holandeses, os sírios, os judeus e os gregos, que hoje exercem diversas atividades comerciais e industriais.
A cidade de Ponta Grossa é circundada por um cinturão de colônias agrícolas, que na sua maioria datam da época imigratória, sendo também seus primeiros habitantes, os imigrantes poloneses.
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IMIGRANTES POLONESES
A primeira colônia habitada por imigrantes poloneses, foi a Colônia Moema, onde em 1878, aportaram as primeiras 26 famílias polonesas, compostas de 84 pessoas, oriundas de Tarnova -(1)
Não há dados no entanto que se possa constatar o planejamen­to ou demarcação desta colônia pelos responsáveis da imigração, o que se sabe, é que a Colônia Moema havia sido designada e habitada, inicialmente por imigrantes alemães, que aí se instalaram, plantaram as lavouras, a semeadura nasceu bonita, o crescimento desenvolveu-se razoavelmente, mas, como as terras desta colônia eram compostos de campos secos, toda cultura da lavoura fracassou em sua colheita, os imigrantes alemães, desesperados com a sua situação, apavorados, abandonaram a colônia*
Os imigrantes poloneses que vieram à colônia Moema, haviam chegado com uma leva de Imigrantes à Curitiba, que depois de feita a sua distribuição pelas colônias no cinturão de Curitiba, sobraram estas 26 famílias, que ficaram nos acampamentos a espera do destino que lhes seria dado.
Os responsáveis pela imigração sabedores da existência desta colônia, que foi abandonada pelos alemães, trataram, "sem nada lhes revelar" a respeito e da razão pela os imigrantes alemães a abandonaram" de os encaminhar, animando-os a aceitar a vinda até Moema. Es­tes anciosos por abandonar os acampamentos onde se achavam, aceita­ram, e aceitando, assim se tornaram os primeiros "pioneiros" imigrantes poloneses chegados á Ponta Grossa.
Esta colônia existe até hoje, e é habitada em parte por des­cendentes de polonesas, o que confirma a sua sobrevivência, demons­trando assim o seu amor ao trabalho, sua tenacidade no cultivo da terra, transformando um terreno agreste e seco, abandonado pelos an­tecessores, em terras farteis e produtivas.
Não há dados, o que é pena, que se possa citar os nomes destes "pioneiros" ao todo, somente se tem conhecimento, entre outros, os nomes de Ludovico Szesz, e da família Baranoski.
Em janeiro de 1891 designada diretamente para Ponta Grossa, chegou nova imigração polonesa, que segundo Saporski -(2)-, sendo estes imigrantes assim distrlbuldos: para a Colônia de Taquari, 125 pessoas, para à de Guarauna, 140 pessoas, para a de Rio Verde, 78 - pessoas, para a de Butuquara, 73 pessoas, para Itaiacoca 46 pessoas, e para Euridice 23 pessoas, estas no município de Ponta Grossa, e pa­ra Adelaide 99 pessoas e Floresta 29 pessoas, estas no município de Conchas.
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As colônias de Taquari e Guaraúna, segundo consta, já haviam sidop demarcadas por Saporski, e estas por estarem siatuadasmais próximas à cidade de Ponta Grossa, "10 kilometros", e seus habitantes imigrantes em maior número, ajudando-se mutuamente, a custa de enormes sacrifícios conseguiram sobreviver, existindo até hoje, sendo conhecidas como colônias polonesas.
Quanto as colônias de Butuquara, Euridice, Itaiacoca e Rio Verde, não se tem dados sobre alguma  demarcação ou mesmo planej amento das mesmas pelos responsáveis da imigração, sabe-se no entanto, que a maioria dos imigrantes a elas destinados, assim que chegaram ao seu destino, viram-se abandonados a sua própria sorte, no meio da mata, sem recurso algum para sobrevivência, não havia casas para morar, pois os responsáveis nada providenciaram com referência a is­so. Para não ficarem ao léu com as famílias, improvisavam cabanas de pau-a-pique, cobertas de palhas e folhas do mato. Nestas condi­ções, vendo que pereceriam de fome,  pois não tinham com que e nem de onde conseguir viveres, reunindo suas famílias, abandonaram as colônias, voltando aos Ranchões de imigrantes na cidade de Ponta Grossa, para procurarem outro destino.
Se nestas colônias existem hoje descendentes de poloneses, são de, algum esporádico sobrevivente que heroicamente resistiu o que o destino lhe reservara, ou de outros que posteriormente, já em melhores condições aí voltaram.
Entre outros, chegados e destinados ás colônias do cinturão de Ponta Grossa, encontravam-se os seguintes imigrantess - Basinski Thomasz, Demogalski Thomasz, Glapinski Felix, Grabowski José, Grzebielucha Anastácio, Grzebielucha Vicente, Hoinacki Wawrzyniec, Iaszewski Felipe, Jendrzeiczak José, Jendrzeiczak Matheusz, Kwistkosz Bartolomeu, Krzesinski Miguel, Kaminski Stefano, Marciniak José, Marciniak Ludovico, Milenkowski Valentin, Niedzieia José, Niedzelni Jacob, Nowacki Jacob, Nowakowski Valentin, Pietrosinski João, Pi-larek Jacob, Kosienski José, Kzetelny Stefano, Semigalski Martim, Stachowiak José, Stankiewicz André, Stankiewicz Waclaw, Susczak André, Szymandeira Miguel, Szymanski Melchior, Talar Francisco, Traleski José, Urbanski Martim, Wisniewski João, Witkowski Miguel e Zagobinski Alberto.
Estes homens foram conhecidos, pelas Certidões de Óbitos, por falecimento de filhos destes imigrantes, nos meses de Janeiro a Abril de 1891 encontradas no Arquivo Público Municipal, da Pre­feitura de Ponta Grossa, gentilmente permitida a busca e verifica­ção, bom como reprodução em Foto-Cópia, de uma das Certidões, a do Óbito de nº  211, do falecimento de uma criança de 3 anos, filha de José Nadzieia, a qual se anexa a este como comprovante.
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Como tradutor e intérprete destes imigrantes era o Sr. Theodor Froester e era ele que, falecia alguém dos imigrantes servia de declarante ao Oficial do Registro Civil da Paróquia de

De Ponta Grossa, do ocorrido, com algumas exessõea, como por oxemplo, a certidão juntada a esta, o declarante foi o próprio pai, por aí, pode se observar, que a necessidade obrigou, em poucos dias, o imigrante a falar a líagua brasileira.
Como se pode verificar, nas Certidões de Óbito, euoontradas, o snr. Froster quando declarava o local do falecimento, men­cionava,    nesta cidade, no "Ranohão dos Imigrantes, Colônia Taquari ou Colônia Guaraúna, quanto a nacionalldade do imigrante, menciona. vaf nutural da Polônia, da Rússia, ou da Prússia."
Pelas localidades que mencionava,  confirma isso que realmente estes imigrantes,  foram os primeiros a habitar as colônias de Taquari e Guarauna, onde até hoje ainda parte da seus habitantes são seus descendentes, como verifica-se pelos seus sobrenomes.
Tem-se também informação de outros nomes de imigrantes que chegaram com os demais, ou sejam, as famílias - Bryl, Dobrzynski, Michalowski, Garczykowaki, Staiszcak,  Strzaukowskl, Pletrzak, Przybylski, Swiatoski e   WojcIechowski.

O IMIGRANTE POLONÊS NO SETOR ECONÔMICO DE PONTA GROSSA
A colônia polonesa em Ponta Grossa aumentou muito, em pouco tempo, quer com imigrantes vindos diretamente, quer por colonos,qua chegaram ao Paraná, anteriormente, ocupando as colônias de Curitiba e outras no interior do estado, posteriormente deslocando-so até Ponta Grossa por conta própria, alguns já oom melhores condições -financeiras, eatabelecendo-se aqui oom pequenas casas comerciais,
Entre os Imigrantes aqui chagados, houve também ai alguns que passaram a interossar-se pelo comércio e a indústria, oomo por -xémplo o snr. Ludovico Szesz, que cheando á colônia Moema, na condição de imigrante, viu qua suas terras fracas, si estavam produzindo o que nelas se plantasse, não era pela sua fertilidade, mas sim pelo trabalho, zêlo e dedicação oom que o colono polonês dispensava a lavoura, pondo se de corpo e alma no cultivo da terra, buscando alí garantir a sua subsistência.
0 snr. Szesz, vendo estas dificuldades, mesmo afeito tamanho da terra, procurou outras formas do trabalho qua lhe proporcio­nasse outro meio de vida, e que ao mosmo tempo fosse também útil a coletividade.
Adquirindo uma serra manual para desdobro de madeiras, con­tratou alguns trabalhadores entre os oolonos imigrantes, e passou a serrar madeiras, a "muque", instalando assim neste gênero, "a primeira" Serraria de madeiras serradas para consumo local, nas proximida­des de Ponta Grossa.
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No ano de 1900 transeriu-se para cidade de Ponta Grossa, onde em sociedade com o snr. Blazny Maniak, na praça de São Joao, hoje Barão de Guaraúna, instalaram a primeira fábrica de torrefação e mogem de café em Ponta Grossa, em estilo rudimentar, torrador manual, onde o aeu auxiliar tecnco no ramo era um imigrante polonês, snr. Przybylski. ( 3)
0 snr. Lusovico 3zesz, extendeu mais as suas atividades in­dustriais, no ano de 1905 transferindo-se para um prédio ao lado da Catedral pontagrossonse, onde instalou, além da fabrica de torrefacão e moainho de oafé, um moinho de sal e açúcar.
Animados, com os feitos iniciais dos snrs. Maniak e Szesz, - outros colonos poloneses, passarsm a dedicar-se também ao ramo de comércio e indústria, como bem pode se observar pelos Alvarás de licença, expedidos pela Municipalidade de Ponta Grossa, dos quais, entre outros, destacou-oe os seguintes - Nº 4, a favor de João -Kwiczenski - Secos e Molhados, Nº 35, a favor de José Cholewicz, Moinho de Cereais, Nº 46 a favor de Estanislau Tranczynski, - Torrefação e Moagem de Café, Nº 58 a favor de Jacob Przekwas, Bar e Conjeneros, destes o 1° ainda no ano de 1900 e os demais em 1901. No ano de 1902 foram expedidos os seguintes: Nº 8l a favor de Pedro Smolka, Açougue, Nº 119 a favor de Anastácio Pietarski, Bar. De 1903» até 1908 os seguintes: - nrs. 127 e 158 a favor de Casemiro Sokolowski, para serviços Hoteleiros e Fabricação de Café, respectivaaente, Nº 138 a favor de Stefano Kaminski - para Secos e Molhados; Nº 149 a favor de José Pavloski para Tanoaria (Barricaria), Nº 160 a favor de Romão Medzenski - para Marcenaria Nº  175 a fa­vor de Ludovico Szesz, para Fabrica de Café, e outros. Nº 185 a fa­vor de Vicente Koscin, para Padaria, Nº 187 a favor de Jacob Kali-nowski, para ferraria, Nº 208 a favor de Miguel Schimandeira, pa­ra Comércio, Nº 320 a favor de João Krigarowicz, para Fabrica de Café e posteriormente a de Nº 654 a favor de João Orlinkowski, para insatalação de uma Fabrica de Gasosas, esta em 1913.
 Também foi encontrado, no livro de lançamntos e cobranças de Impostos de Indústrias e Profissões, os pagamentos efetuados pe­los seguintes - José Grochoski - Secos e Molhados, ano de 1900, Mi­guel Sihicorski, Fabrica de Sabão e Velas em 1900 e de Açougue em 1901, B.Maniak, Fábrica de Café, 1900, esta deve ser em conjunto e com Ludovioo Szesz. Adão Pienkowski de Mercenária em 1901, e de Ignácio Pienkowski, de Marmoária, em 1901.
Impossível é enumerar os nomes de todos os poloneses, ou seus descendentes, que já naquela época se dedicavam ao comércio s a indústria aqui em Ponta Grossa, pois os aqui citados, são apenas uma pequena parcela, dos que, seus nomes foram encontrados, nos Li­vros de Alvarás da Licença e do pagamento do Imposto de Industrias e Profissões.
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Como pode ser verificar, eles contribuiram em muito para o desenvolvimento econômico da Princeza dos Campos e esta vontribuição vem sendo dada até hoje, pela numerosa colônia polonesa existente em Ponta Grossa, quer no setor Agrícola, Pastoril, Industrial ou Comercial, e Profissões Liberais, como médicos, dentistas e outros.
O IMIGRANTE POLONÊS E A VIDA BRASILEIRA

Houve quem dissesse que o imigrante polonês, menospresando a língua brasileira, ensinava a seus filhos a falar somente a sua lingua de origem. Isso não é verdade, muito pelo contrário, se ele não ensinava a seus filhos a língua brasileira, e porque ele mesmo care­cia de um aprendizado da mesma, a qual ia aprendendo, e fazendo questão de aprender, sempre que a oportunidade se lhe apresentasse de / encontrar brasileiros com quem pudesse trocar algumas palavras, e as­sim, um pouco daqui, um pouco dali, ir aumentando o conhecimento da  brasileira.
Quanto a seus filhos, a situação era mais dificil, o que o pai aprendesse em suas saidas, não tinha condições em ensinar aos  filhos. 0 que dificultava mais o aprendizado, era não haver uma con­vivência continua de crianças brasileiras com filhos de poloneses, / devido a grande distância que separava os niíclees coloniais dos imi­grantes, com as sedes das fazendas, ou povoados habitados por brasi­leiros, 0 que se pode afirmar, por experiência própria é, que, os filhos de colonos poloneses, quando se encontravam com as crianças brasileiras, gostavam imensamente de estar e brincar com elas, ouvi-las falar, procuravam trocar palavras com estas, afim de aprender eapontaneamente, a. falar.essa língua. Quando se separavam, procuravam trocar entre si as palavras braileiras aprendidas, para não esquece-las, pois achavam muito bonita a lingua brasileira.
Se o colono, imigrante polonês ou descendente, ensinava os filhas a ler e escrever em polonês, é porque não havia escolas brasilleiras onde o colono pudesse mandar os filhos á aprender a ler e es­crever, e não querendo que estes crescessem analfabetos, os ensinava em casa, da maneira como ele sabia.
0 povo polonês que aqui chegou, fez e aceitou como sua nova pátria, esta terra que o recebeu e acolheu, não como estrangeiro com direitos limitados, mas como cidadão, com todas as garantias, rega­lias e direitos de um cidadão brasileiro. Mesmo que, muitas vezes, maltratados e humiliados publicamente, por elementos que desmereciam a condição de brasileiros, tratando-os de "polaco burro", e acresoentavam com deboches, "trocou a bandeira por uma broa". 0 povo polonês venerou sua nova pátria, respeitando e acatando as leis brasileiras.
0 polonês, uma vez aqui no Brasil, procurou desde logo a in­tegrar-se na vida social, econômica e política do país, tomando parte ativa nos destinos dados politicamente á sua nova pátria.
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Como por exemplo, alguns tomando parte ativa na revolução federalista de 1904, outros, antes ainda, tornando-se eleitores brasileiros, aceitando assim a cidadania brasileira. Conservando porém sua origem, batalhando pela conservação da língua, preservação dos costumes e tradições, para que sejam perpetuados pelos seus descendentes. Pela verificação, gentilmente permitida, no Arquivo Público Municipal de Ponta Grossa, encontrou-se o alistamento, como eleitores federais no munioipio de Ponta Grossa, os seguintes:- Titulo n°# 5 -Adam Piurkoski, filho de José" üurkoski,- Titulo n*. 49»- Theofilo -Dublewicz, filho de Antônio Dublewicz. Titulo na, 76 - José* Szozepanj» ki, filho de Antônio Sacsepanski. Titulo nº,260 - Adão Pienkoski, titulo nº 273 - Ignacio Pienkoski, estes filhos de João Pienkowski Titulo nº 285 - João Krigerowicz, filho de Felix Krigerowicz, todos estes eleitores alistados no ano de 1898.
Outro fato qua comprova a integração do polonês na vida social brasileira, é o da família Filipowski, que vivendo mais próximo ás fa­mílias brasileiras, com estas estreitou laços de amizade, oomo por exemplo - com a família Branco, resultando na união matrimonial de seus filhos - Carlos Leopoldo Filipowski e Dª  Maria N. Bronco, que foram os progenitoras da Prosadora e Poetisa, Anita Filipowski, nas­cida am Ponta Grossa em 2 de Agosto de 1898, autora de "OS POEMAS EB MINHA TERRA, e CANTO DO LAVRADOR. ( 4 ).
OS IMIGRANTES POLONESES E A IGREJA.
Como todos os poloneses espalhados pelo Brasil, á Igreja Católica, desconhecendo a lígua brasileira, não aceitavam, como de fato não poderiam aceitar os sacerdotes brasileiros, ou mes­mo de outra nacionalidade, que não falassam a lingua polonesa, como seus "Confossôres e Pastores de Almas. Assim também os poloneses das colônias pontagrossenses não se conformavam em não ter um sacer­dote, de quem pudessam ouvir uma pregação em soa língua.
Dessa forma passaram a batalhar com o intento de conseguir um sacerdote polonês para a colônia pontagrossense. Organizou-se uma co­missão, tratado o assunto com quem de direito, comprometendo-se da manutenção do padre, finalmente chegou em 1986, o Rev. Padre Antônio Rymar, o 1º sacerdote polonês em Ponta Grossa, que foi coadjutor da paroquia.
Agora a colônia polonesa já possuía um confessor em sua língua, tornava-se necessário, tratar da construção de um templo, também polo­nês, onde pudesssm ser oficiados os exercícios religiosos, contentando assim toda a coletividade polonesa pontagrossense, bem como ás de ou­tras colônias mais distantes, onde o colono pudesse chegar sentir-se mais a vontade.

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Deve ter sido organizada uma comissão de construção da igreja, e escolhido para a presidência da mesma o Rmo. Padre Antônio Rymar, pois foi quem requereu um terreno para tal fim, junto a Prefei­tura Municipal de Ponta Grossa, requerimento este que vai-se transcrito na integrai: “Ilustríssimo Senhor Presidente e mais membros da Câmara Municipal. Diz o Padre Antônio Rymar coadjutor desta paróquia de Ponta Grossa, que pretendendo edificar uma pequena Igreja que sirva para exercício religioso dos colonos polacos, vem pedir a VV.SS. que lhe seja concedido quarenta metros de frente e vinte metros de fun­dos necessário no patheo denominado S.João, onde já existiu uma ca­pela dedicada ao santo deste nome, desde que não va contra direito adquirido, espera receber merecer. Ponta Grossa a quatro de Dezembro de mil oitocenfcos e noventa e sete. Padre Antônio Rymar” Via-se a -margem da dita petição a informação de teor seguinte: informo estar devoluto o terreno que o suplicante requer sem prejudicar a terceiros por que já foi demolido. Damasio Souza, fiscal. E sendo cuja petição apresentada e lida perante a Câmara proferiu ela o despacho seguinte, depois de bem ve-la e examina-la ditou a petição: Informe a Comissão de Obras Públicas abaixo assinada e de parecer que a Câmara defira o requerimento do Padre Antônio Rymar, concedendo-lhe unicamente só o terreno necessário para a edificação da Igreja de Ponta Grossa, onze - de janeiro de mil oitooontos e noventa e sete. Theophilo A. da Cunha Francisco Voto, cujo parecer digo em vista do parecer proferido a mara o seu último despacho nos termos seguintes: Concedo  unicamente o terreno necessário para a Igreja de acordo com o parecer da Comissão de Obras Páblicas no lugar que for designado pelo Presiden­ta. Daniel Manoel de Araújo, Presidente, Francisco Voto, Antônio An­tunes Coelho, José Capote Cunha. Nada mais se continha em dito des­pacho que sendo fielmente cumprido, de da a presente carta de data de concessão de terreno para edificação do uma Igreja no patheo de S.João no lugar escolhido ou determinado pelo cidadão Presidente da nossa Câmara, dita Igreja e destinada para exercício religioso dos colonos polacos e caso não edifique-se passará a pertencer o terreno á Câmara, devendo o fiscal dar posse ao Padre Antônio Rymer como requerente do terreno unicamente necessário para edificação de dita Igreja que for determinado pelo Presidente da Câmara, lavrando-se o auto de posse da demarcação na forma das posturas municipais. A presente carta de data de concessão de terreno vai assinada pelo cidadão Presidente da Câmara, selada com o selo das armas da República, Eu João Amaro de Souza Guimarães, secretário da Câmara a fiz sa­ber, conferi e assinei. Daniel Manoel de Araújo, Presidente. João Antonio de Souza Guimarães, Secretário. Dada e passada nesta cidade de Ponta Grossa, aos vinte e um dias de Janeiro de mil oitocentos e noventa s sete. João Antônio de Souza Guimarães. Secretário da Câmara, como comprovante, Foto-Cápia da Certidão nº 140/71, anexo.

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Como a obtenão do terreno, já era passo dado, agora era só tratar da construção da primeira igreja plonesa  em Ponta Grossa. 0 padre Antônio Rymar, na qualidade de presidente da comissão, con­vocou todos os poloneses da comunidade pontagrossense a colaborarem, cada um com o que pudesse ou dispusesse.
Sendo o anseio de todos possuir a sua Igreja, todos se pron­tificaram, iniciada a construção, as ajudas vieram em dinheiro, pedras, tijolos, areia, madeiras, transportau de tijolos e areia; e de bÃo de obra, todos ajudavam como podiam.
Alguns mêses passados, e no ano de 1896, dava-se por concluido o templo localizado na Praça são João, cuja bênção solene deu-se em meio de grande alegria e festejos, em honra ao Sagrado Coração de Jesus, ficou denominada, Igreja Polonesa do Sagrado Coração de Jesus. “Polski Kosciól Serca Jezusowego”.
Mesmo que pequena a Igreja, toda a colônia polonesa se orgu­lhava de possui-la, e quando a ela se referiam, diziam com satisfação “a nossa Igreja", tinham razão, pois mesmo que pequena em tamanho, era um belíssimo templo, como bem pode-se observar pela fotografia anexa, tirada num dia da primeira cumunhão das crianças, filhos de po- loneses, tirada no ano de 1901, aparecendo na mesma entre crianças e adultos, todos poloneses e descendentes, mais de 300 pessoas, com o Revmo Padre Antônio Rymar no meio da multidão.
Hoje este templo já não existe foi demolido, e ao lado do local do mesmo, acha-se levantada uma nova e grande Igreja, que con­tinua sendo sempre a Igreja Polonesa do Sagrado Coração de Jesus - oom a construção externa ainda em faze de acabamento, porém, interiormente, com trabalho já concluido, muito bela e em estilo moderno.
A iniciativa da conatrução desta sova e grande Igreja, obra essa iniciada no ano de 1930, foi da autoria do Rev. Padre Roberto -Bonk, de saudosa memória, falecido en 27 de setembro de 1963, sendo hoje o seu Reitor, o Rev. Padre José Krainski.
IMIGRANTES POLONESES NAS COLÔNIAS ADELAIDE E FLORESTA.
Sobre estas colônias de Adelaide e Florestas, no Município de Conchas, hoje pertencendo ao Mun. de Ipiranga, a exemplo das demais, nada se sabe, saba-se apenas que para Adelaide foram 99 pessoas, e para Floresta 29 pessoas, não se tem dados de que os responsáveis pela imigração, algo fizessem ou as interessassem pelo destino do imi­grante ali, assim pode-se dizer atirando, sabe-se no entanto que os colonos a elas designados, aí chegaram, adquiriram seus lotes de ter­ras, resolvendo as cousas a seu modo e sobreviveram alguns posteriormente reimigraram para outras colônias. Estas colônias ainda existes e em parte habitadas por descendentes de poloneses, filhos e netos dos pioneiros.

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De entre os pionieiros destas colônias figuram os nomes das famílias de: Ciesielski, Grobelski, Klauzura, Ligocki, Makoski, Nowacki, Popuawski, Postanowicz, Olejnik, Szymanski e spechalski. Estes foram os que permaneceram nas colônias, quasi todos aí ficaram, criaram suas famílias, envelheceram, e daí partiram para a eternidade, deixando aos descendentes o exemplo, como herança,  de honestidade, trabalho e amor a terra que os acolheu.
Houve outros mais que também haviam sido designados para estas colônias, e que aí chegado viram que a vida do imigrante - dificil e de sofrimento se lhes deparava pela frente, apavorados, deixaram a colônia, retornando a Ponta Grossa, procurando outros meios de trabalho que não fosse o da lavoura.
Escolas não havia nas colônias, e os imigrantes que sabiam ler e escrever, a noite, depois do trabalho e aos domingos, ensi­navam aos filhos o que podiam, para que não ficassem analfabetos, quanto aos que não sabiam ler e escrever, estes criaram seus fi­lhos na completa obscuridade.
Ficando estas colônias, na época, completamente isoladas e no meio da mata, tinham os colonos também o problema religioso, missas, casamentos o batisados tinham que ser feitos na cidade de Ponta Grossa, os sacerdotes eram somente brasileiros, andavam por um confessor polonês. Ficaram satisfeitos com a noticia da chegada a Ponta Grossa, do Rev. Padre Antônio Rymar, e mais jubilosos ain­da com a conclusão da construção da Igreja Polonesa de Ponta Grossa.
COLÔNIA DE BOA VISTA DE CONCHAS.
A localidade da colônia - Boa Vista de Conchas, na época em que a mesma foi fundada, pertencia ao munioipio de Conchas, com a extinção deste, a localidade passou a pertencer ao município de Imbituva, com a denominação de Restinga.
Como é sabido, o colono imigrante, nas colônias para onde foi encaminhado, recebeu um lote de terra, que variava de 5 a 10 alqueiros (12 a 24 hectares). De início parecia ao colono, ser ter­ra suficiente para trabalhar e sobreviver, baseado nas quantidades de terra que possuia na Europa. Porém com o correr do tempo, a família tornado-se mais numerosa, a terra que recebeu era insuficiente, necessitava de áreas maiores. E como dentro das colônias onde se encontravam, ou nas adjacências não houvesse possibilidade de  adquirir mais terras, tornou-se necessário procurar outras locali­dades, onde fosse mais fácil a sua aquisição.
José Nadzieia, imigrante residente na colônia de Taquari, trabalhando como feitor de turma, na construção da estrada de rodagem entre o Rio Tibagi e Imbituva, conheceu aquela localidade, viu
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que as terras aí eram férteis, próprias para a cultura do trigo, milho, feijão, batatas, e outras, possuindo já algumas economias, adquiriu uma área destas terras, estabelocando-se aí oom uma pe­quena “venda". sendo assim o "pioneiro" dessa colônia, reimigrando da colônia  Taquari, no ano de 1901.
Logo espalhou-se a notícia da existência de terras para aquisição, e outros colonos forem chegando, procedendo das colô­nias de Taquari, Floresta, Adelaide, mesmo de são Mateus, e de outras localidades.
Entre os colonos que chegaram, contribuindo para ação desta colônia, forams as famílias Baranoski, Stankiewicz e Besinski. Tomasz, Garczykowski Ignácio, Bartosz Stefano, Jagoda Stefano, Nowacki Alexandre, Ogrodowicz João, Popuawski Francisco, Staiszczak Martinho, e ainda a família Skovronski, estes todos nos anos de 1901 a 1904, e em 1906, Stanislau Kaiut, que contraiu núpcias com Josefa, filha de José Nadzeia, e posteriormente, já -em 1911 chegou a fmília Kacprzak, recém chegada da Europa.
Com o correr do tempo a colônia foi aumentendo, aumento originado com a formação de novas famílias, pelos cassmentos realizados ntre os filhos dos colonos.
A VIDA RELIGIOSA NA COLÔNIA.
A princÍpio tudo corria bem, - terras féteis e de fácil aqusição, colheitas compenSadoras, mas, sempre tem um mas, começou para o colono polonês novamente o problema religioso, o do oonfessôr em lingua polonesa. O padre que visitava uma capela existente na localidade de Olho d´Água, que era a mais próxima da colônia, ora brasileiro, e estas visitas eram quasi que somente por ocasião da festa da Padroeira.
Assim sendo, os casamentos, batisados, e mesmo confissões, eram realizados na Igreja polonesa do Ponta Grossa, distando mais de 40 kilometros da colônia.  Desse forma para realizar um casamen­to ou batisados, os colonos tinham que dispor de 2 dias, pois as viagens eram feitas em cavalos ou em carroças, quo eram os únicos meios de locomoção na época. Não podendo vir á Ponta Grossa, alguns casamentos ou batisados eram feitos na Igreja da cidade de Imbituva, isto quando os colonos tinham conhecinento de que o padre se encontrava naquela cidade, visto que, naquela época, na cidade, de Imbituva, existia um sacerdote, o este, vivia constantemente viajando em visita às capelas existentes naquele município.
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Um dia de passagem pela colônia buscou pousar, na venda do Nadzeia, um sacerdote, tratava-se do Rev. Padre Guilherme Maria Tyleczek, mais tarde, Monsenhor da Diocese de Foz do Iguaçu.
Obtendo a pousada, conversando com o dono da casa sobre os assuntos religiosos, ficou sabendo da situação dos colonos a este respeito. Trazendo consigo todos os paramentos necessários á realisação do ofício roligioso, fez questão do oficiar a Santa Missa com confisaões comunhões, em alguma casa particular.
Avisados todos os colonos, e estes anciosos por ouvirem uma pregação em sua lingua de origem, acorreram prontamente, assim foi oficiada a primeira Santa Missa, com pregação em sua lingua polonesa, nesta colônia, na residência de Estanislau Nadzieia, filho de José Nadzieia, que já havia constituído familia, oom confissões e comunhões, tendo sido, na ocasião realisados muitos batisados.
A partir desta data, o padre Guilheme, “Wilhelm”, como o chamavam os oolonos, sempre que a oportunidade se lhe oferecesse e em suas passagens; visitava a colônia, oficiando a Santa Missa.sempre na rasidencia do Nadzieia.
Como estas visitas, quase sempre fossem muito demoradas para que os colonos exercitassem mais na prática relicigiosa, acon­selhou reuniões dominicais das famílias, para isso havia necessidade  de um local, onde se pudessem reunir. Para que não houvesse animosidade entre os colonos, quanto a escolha da residência deste ou daquele, mandou que confeccionasse um grande cruzeiro de madeira, o qual, erguido, recebeu a benção solene, presentes no ato, toda a comunidade, tanto colonos poloneses como brasileiros.
Este cruzeiro fôra erguido em um terreno doado pelo Nadzieia para tal fim, local em que existe até hoje, a beira da etrada Federal BR - 277, kolômetro - 40.
As visitas do padre Guilherme se prolongaram até os anos de 1920/21, quando então um padre polonês, Reitor da Igreja Polonesa - de Ponta Grossa, a pedido dos poloneses das colônias da Boa Viata, Adelaide e Floresta, passou a fazer visitas periódicas, 4 vezes por ano á Capela brasileira de Olho d´Agua. Tratava-se do Rev. padre - Paulo Damien, seu sucessor foi o Rev. padre Roberto Bonk.
Em cada visita periódica o padre permanecia 3 dias naquela capela, dando assim a oportunidacíe a todos os colonos, tanto destas oolônias, como ainda ás de Moquem e Taío, ouvirem pregações em lín­gua polonesa, como também de cumprirem todos os seus deveres e obrigações de Cristãos Católicos, roconciliando-se com Deus, perante o seu confessor, tanto em língua brasileira, como em língua polonesa.  Duraram estas visitas do padre de Ponta Grossa, até os anos de 1932-1933, quando então aquela Capela passou a pertencer a paróquia de Imbituva, da qual na época era vigário o Rev. Padre Tomasz Kania, que passou a fazer estas visitas. Visitas estas que acontecem até a presente data, pelos sucessores, deste inesquecivel para todos os colonos “padre Tomasz Kania”.
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COLÔNIA DE BOA VISTA E A ESCOLA,
Resolvido para os colonos o problema "Pastor de Almas oomeçou a preocupação do ensino, ler, escrever e contar
Grande porte dos colonos imigrantes era alfabetisada, sabi­am ler e e escrever, mas havia também os analfabetos.
Os que sabiam ler e escrever, não tendo esccolas brasileiras nas colônias, ensinavam seus filhos a ler e escrever em lingua po­lonesa, assim estes, bem ou mal, liam e escreviam não se importando em que língua fôsse, mais tarde, quando já adultos, de acordo com que as necessidades da vida lhes impusessem, iam lendo, traduzindo e escrevendo em brasileiro, e destes existam muitos, ainda hoje, há comerciantes, tanto no interior como nas cidades, tanto aqui no Paraná como em outros estados, que em cadernetas de compras de sua freguesia escreviam "Kierera, dose, paia de aso, sigaro, alkol, kokada, e kiezo, e tantas outras, mas o fato é que escrevem e resolvem os seus problemas, o que lhes ajuda a vencer na vida, e estes, bendizendo o que aprenderam, melhor que ninguem sabem dar valor do ensino aos seus filhos.
Havia os que não sabendo ler nem escrever, não podiam ensi­nar os filhos, mas havia também os alfabetizados, que não ligaram pela instrução dos filhos. Aqui chegando, encontraram terra para trabalhar, aprenderam a conhecer e contar o dinheiro brasileiro, para saber o quanto importa o valor do seu produto vendido ao comer­ciante, ou em quanto importasse o valor das mercadorias adquiridas na bodega "venda", mesmo que para isso usassem os dedos das mãos ou até os dos pés, encontrando ainda quasi sempre a colaboração hones­ta dos comerciantes, na época maioria brasileiros, que conhecendo as dificuldades dos imigrantes poloneses, os ajudavam.
Mesmo sontindos saudades da pátria distante que ficara, estavam satisfeitos aqui, iam levando a vida, criando seus filhos no árduo trabalho da lavoura, ter ou não ter escolas para os filhos, á maioria destes, pouco afligia.
Assim muitas famílias foram criadas no completo analfabetismo, desde pequenos os filhos adquiriam o hábito e o costume dos pais, Na hora da sesta, o chimarrão e o cigarro de palha, ou mesmo o cachimbo, como também, de quando em quando um trago de cachaça, “vodca brasileira” , aos domingos e dias santos, a caça e a pesca, assim estes, quando chegavam a adolescência e a mocidade, não conheciam nada mais além do que lhes fora ensinado pelos pais, trabalho da terra, chimarrão, cigaro de palha e a cachaça, em resumo,
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única coisa dignificante que aprenderam, foi somente o traba­lho no amanho da terra, nada mais. Em muitas famílias o desleixo foi tanto que os filhos desconheciam o catecismo, e muitos mal sabia fazer o sinal da cruz, não sabiam rezar nem o Pai Nosso, nem a Ave Maria.
Na colônia domingo é dia de descanço obrigatório, as mulhe­res e as moças, após o almoço reuniam-se sob o cruzeiro para rezarem o terço, os homens, uns ficavam em casa cuidando de alguns afazeres, e a outros, bem como os moços, espalhavam-se pelas vendas, estes para um dedo de prosa sobre os preços dos produtos de sua lavoura, e tsmbém saber dos últimos acontecimentos, onde o comerciante sempre tinha algo a informar, pois ia seguidamente á cidade, e sampre era um homem mais esclarecido. Os moços reunidos do lado de fora das vendas, iam jogar cartas, conversar sobre caçadas, pescarias, bailes, e porque  não sobre as moças da colônia, candidatas ao oasamento.
Tanto as conversas dos homens, dentro de estabelecimento, co­mo a dos moços fora deste, era acompanhada de uma bebida, pois nem uns nem outros eram abstêmios, e de trago em trago, assim como a ca­chaça descia pela goela abaixo, ia subindo á cabeça, fazendo com que, não raras vezes, muitos perdessem o uso da rasão, originando-se daí discuções, geralmente entre os moços e adolecentes, por questões e rixas antigas, sem nenhuma importância e há muito esquecidas, que só a ignorância e a cabeça anuviada pela cachaça possam faser renas­cer, tendo havido casos idênticos também entre os chefes de família.
Na segunda-feira todos tornavam a lavoura, envergonhados do seu procedimento do dia anterior, orgulhosos não confessavam seu ar­rependimento, mas prometiam a si mesmo não o fazer mais. Mas o outro domingo estava aí, chegara, e a reunião na certa se realizaria nova­mente, e a reunião sem um trago não é nada interessante.
Muitos oolonos compreenderam que este resultado era motivado pela falta de escolas, alguns sentiam-se culpados por isso, criaram seus filhos somenta no trabalho, sem nenhum interesse pela educação dos mesmos, e estes já haviam constituído famílias, urgia tomar providências para que a outra geração não se criasse também analfabeta. Estes procuravam unir-e aos demais, no intento de conseguir algum professor particular, polonês ou brasileiro, para lecionar aos seus filhos, pois não havia escolas do governo.
No entanto havia outros que quando procurados perguntavam  se o professor seria particular, e quanto deveriam pagar por mês, informados que deveria ser 2$000 ou 3$000 (dois ou treis mil reis) por mês, achavam muito e diziam :Para que, meu pai não me mandou á escola, não sei ler nem escrever e estou bem na vida, meu filho apreendendo a trabalhar na roça, chega, não vou fazer o menino perder meio dia de trabalho todos os dias e ainda pagar três mil reis ao professor.
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Isso, quando se tratava do filho homem, e as meninas estas – ninguém queria mandar a escola - diziam que a mulher não necessita saber ler e escrever, "mulher deve ser dona de casa" conhecer os serviços domésticos, e costurar as roupas da família.
A luta pelo ensino a seus filhos continuou, os colonos muitos, anciavam por ver seus filhos indo á esoola para aprender, não importando que fosse em polonês ou em brasileiro. Quando sabiam de alguém que se apresentásse como professor, mandavam seus filhos, não importando a distância que fosde, como aconteceu com os primeiros professores brasileiros "escola particular” qus apareceram,snrs. Elesbão Rodrigues e Luiz Fagundes, estes de saudosa memória, e Arlindo Bovo, hoje ancião de avançada idade, que lecionaram periodi­camente nos anos de 1919/1923 na localidade de Restinga de Conchas, distando a mais de 4 kilômetros da colônia polonesa, e para onde os colonos mandavam os seus filhos.
Posteriormente, nos anos ie 1928/29, surgiu nova esoola  particular, brasileira, esta localizada no centro da colônia, sendo seu professor o snr. Frederico Krum, um senhor de origem negra, fora criado no Estado do Rio Grande do Sul, pela família Krum, de quem adotou o nome, Frizei,, "de origem negra” porque realmente o era, mas preta era somente a côr da sua pele, mas o que realmente ele ora. "era um Preto de boníssima Alma Branca"
Já ia o ano de 1929, alguns colonos recebiam Jornais editados em língua polonesa, Gazeta Polska, e outros, entre os assinan­tes figuravam, stanislau Kaiut, Martinho Staiszczak, João Ogrodowicz, e Carlos Kacprzak, este último recebia inclusive Revistas e Jornais diretamente da Polônia.
Passaram os colonos poloneses a interessa-se pelo conteudo destes jornais e revistam, os que sabiam ler, uns emprestavam aos outros, os que não sabia ler, queriam saber dos outros o que leram, principalmente sobre a Polônia, sentindo-se alguns envergonhados, de que este interesse se lhes despertasse somente 11 anos depóis da Polônia liberta do jugo opressor.
Apoderou-sa deles então o desejo de que seus filhos em idade escolar aprendessem a ler e escrever em polonês. Mas, para isso era necessário um professor que lecionasse em língua polonesa.
Depois de diversos encontros entre os colonos, todos inte­ressados, ficou resolvido que, para se concretizar o intento, se­ria, fundar entre oe colonos uma sociedade Agrícola Educativa, que uma vêz esta em funcionamento seria mais fácil a manutenção do professor.  Esta, sociedade seria uma Sociedade Pclonesa, oom fina­lidade agrícola, para que os colonos pudessem aprender algo sobre agricultura, e cultural para ministrar o ensino aos seus filhos, principamente em polènes.
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 Para tomar as primeiras providências que e caso exigia, ficou autorizado, pelos colonos reunidos em uma assembléia improvisada, por unanimidade o snr. Stanlsalu Kaiut.
A primeira providência tomada pelo snr. Kaiut, foi entrar em contacto com o profêssor snr. Vladislau Bukowski, em Ponta Gros­sa, que era a pessoa ligada á autoridades escolares polonesas e ao Consulado da Polônia, em Curitiba.
0 professor, snr. Bukowski, atendeu prontamente, com a gen­tileza e solicitude que lhe era peculiar, prontificou-se a colaborar com a colônia, tomando a si a responsabilidade de providência tudo que necessário fósse, junto as autoridades polonesas em Curitiba.
Saiu-se a  contento da sua missão, espontaneamente assumida, o sr. professor Bukowski, e dias depois cumunicava ao snr. Kaiut do dia da chegada á Ponta Grossa de uma autoridade polonesa, que iria até a colônia, tratar do assunto e manter uma fraternal palestra  com os seus habitantes, irmãos de sangue.
Assim, no dia combinado, viajava em uma carroça, de propriedade do snr. Kaiut, para a  colônia Boa Vista de Conchas, o senhor  Josef Gauza.
Avisados da chegada dessa autoridade, reuniram-se, no dia 29 de Novembro de 1929, na residência do snr.Stanislau Kaiut, além do dono da casa, os colonos,  Martinho staiszczak, Carlos Kaoprzak, Stanislam Nadzeia, João Staiszczak, Stefano Staiszczak, Francisco Popuawski, Btanialau Popuawski, João Strzaukowski, João Ogrodowicz, José Kasprzak, Vicente Ogrodowicz, Stefan Bartosz, Paulo Rogala,  João Stankiewicz e José Krzesinski.
Acemodados em uma sala da residência do snr. Kaiut, a convite do snr. Josef Gauza, este, inicialmente palestrou com os mesmos em linguagem clara e simples, como se também fosse um oolono, dei­xando todos sentir-se a vontade. Em breves palavras narou-lhes co­mo iam as cousa na Polônia, seu desenvolvimento em todos os seto­res, depois da guerra 1914/1918, e conseqüente sua libertação do ju­go opressor estranjeiro. De como o povo polonês se sentia feliz, e como estava agradecido, a seus filhos e seus descendentes radicados no estranjeiro, pelas ajudas que recebera, para a sua reconstitui-ção, " a reconjutltuição de nova Polônia".
Entrando no assunto do motivo daquela reunião, depois de ouvir os colonos a respeito das suas aspirações, o snr. Josef Gauzaa, assumindo a presidência da mesa, redigiu rapidamente uma ata da instalação e fundação da sociedade. Pediuu então aos presentes, quem quisesse faser parte da sociedade em organização que apusesse assinatura em livro próprio que para tal fim se encontrava sobre a mesa,
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dada a sociedade polonesa denominada "SOCIEDADE AGRÍCOLA EDUCATIVA de BOA VISTA DE CONCHAS".
Redigindo rapidamente o snr. Gauza, um pequeno estatuto pelo qual se pudesse reger a sociedade, oonvocou os seus agora asso­ciados, para em assembléia, apreciasse e a aprovassem ou não o estatuto apresentado e elegessem a sua primeira Diretoria.
Aprovado o Estatuto, foi eleita a primeira Diretoria da So­ciedade, que ficou assim composta:
Presidente..................................... Stanislau Kaiut
Vica-fresidente............................. Francisco Popuawski
Seoretário».................................. .  Carlos Kacprzak
íeooureirc................................. .. João Strzaukowaki.
A primeira Ata desta Sociedade foi lavrada em língua polone­sa, levando a assinatura do snr. Jooef Gauza, e de todos os associa­dos presentes.
Ventilado com o snr. Gauza o assunto professor polonês, isto é, que lecionasse em 1ingua polonesa, o snr. Gauza prometeu a sociedade a vinda de um professor nestas condições, que deveria ser pago pe­la mesma. Prometeu e cumpriu, pois já nos primeiros dias do mês de fevereiro de 1930, chegava á colônia o professor snr. Lucas Kaminski, que foi formado pela  Escola de Professores Poloneses de Curitiba.
Como o prédio da sociedade, onde funcionária a escola ainda não estivesse pronto, o profesor Kaminski, iniciou as aulas em casa particular de um colono, lecionando "belíngue",  em polonês pela manhã, e em brasileiro a tarde, tornando-se aasim  o professor da Sociedade Escola.
Os colonos, formada a sociedade, acreditando na palavra do snr. Josef Gauza, oom respeito ao professor, de imediato trataram de oonstrução do prédio da sede da sociedade, onde também funcioná­ria a escola, e serviria de morada do professor.
Como a nova sociedade não possuia recursos suficientes para a construção de um prédio da envergadura do planejado, os colonos se cotizaram oom doações, e parte por empréstimo para reembolso poste­rior, adquiriram todo o material necessário, para a construção do mesmo, em um terreno doado á sociedade, pelos snr. Stefano 3taiszczak, para tal fim.
Com o material todo no local, os colonos todos se reuniram  e com as suas próprias mãos constsuiram o prédio da “Sociedade - Escola", por sinal um prédio muito bonito, como se pode observar pela foto­grafia anexa, tirada no dia de uma festividade, “cívico-escolar”,em comemoração as datas da Proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil, e da Independência da Poônia – em novembro de 1930, vendo-se em meio dos seus alunos e professor Lucas Kaminski.
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O professor anr. Lucas Kaminski lecionou nesta escola duran­te os anos de 1930 e 1931. No ano de 1932, por indicação do professor snr. Konrak Jenziorowski, assumiu a direção da escola a professora, srta. Maria-Domianska, formada também pela Escola de Professores Poloneses, de Curitiba, no ano de 1931.
A professora Domianska, lecionou também "belingue", e até o ano de 1933.
 Em 1934 nas proximidades da Sociedade-Escola, foi aberta uma Escola-Pública, brasileira. Por ser este Ensino gratuito, os colonos mandaram seus filhos para esta escola, ficando a escola polono-brasileira, particular, com número reduzido de alunos, e que não oferecia condições para a manutenção da professora, esta foi fechada, permanecendo assim até 1937, e com o advento da nacionalização não mais reabriu.
0 mesmo aconteceu com a Sociedade Polonesa, que foi fechada com a lei da nacionalização, e também não voltou mais a funcionar.
A professora Maria Domianska, bem como seus pais, André Domianski e Carolina Wóicicki, são imigrantes poloneses, chegados ao Brasil em 1911, procedentes de  Radzim - Polônia,
A Snrts.Maria Domianska, contraiu núpcias com o snr. Stefano Staiszczak, (abrasileirado Stacheski), e reside até hoje na Colônia de Restinga, Município de Imbituva. Posteriormente a professora Maria Domianska Stacheski, lecionou por muito tempo na Escola Pública Municipal de Restiga, no Mun. de Imbituva.
0 IMIGRANTE. SUAS ALEGRIAS E TRISTEZAS.
Como todos os imigrantes poloneses que viessem ao Brasil, os que aqui chegaram, a exemplo dos demais, também tiveram sua odisséia de sofrimentos e privações, e porque não dizer, também de alegrias, como bem se pode deduzir das narativas feitas pelo imigrante José Nadzeia e sua filha Joséfa, “meu avô e minha mãe", de o porque deixaram sua pátria mãe, e como viveram os primeiros anos na nova pátria que. adotaram.
A vida sob o domínio prussiano, a cada dia que passava torna­va-se mais insuportável, a opressão surgia de todos os lados, a fome ameaçava, mesmo na zona rural, motivado, pelos baixos salários que re­cebia pelos serviços prestados, e os caros tributos que lhes eram co­brados pelas rendas que obtivessem. As ecolas aos poucos tornavam-se germanizadas, era proibido o ensino de língua polonesa nas escolas, inclusive religião, que se tornava obrigatória em língua alemã. Ao aluno, que nas escolas se negasse a fazer as orações em língua alemã, eram infligidos severos castigos, sendo um dos mais
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terríveis,  o de "espetar ferpas de madeira – palítos - sob as unhas dos dedos das mãos,  se o  aluno revoltado, por este ou outro motivo se negasse a ir a escola, ou se o pai não o  mandasse, recebia a visita de um “jandarme” com uma intimação a respeito, não esquecendo, ou o aluno depois de faltar a aula, não levasse uma justificação do ocorrido, ou se esta. Justificação  não fosse açeita pelas autorida­des alemãens, o pai era preso e recolhido por 24 hora de prisão, -do kozy"- por estes motivos o Nadzeiaia foi preso 3 vezes, e as farpas da madeira foram espetadas sob as unhas das mãos de seu filho, Estânislau, menino de apenas 10 anos.
A propaganda incrementada por agentes Imigratórios espalha­dos pelas regiões européias, contando maravilhas, principalmente sobre o Brasil, do qual contavam prodigios, do seu clima., suas ter­ras, o principalmente sobre a liberdade que aqui existia, fez com - que também pensassem em viver dias meliores, mais em liberdade no -paraíso brasileiro, pois assim o qualificavam os agentes imigratórios, quando a ele se referiam.
Se bem pensaram, melhor executaram, reuniram todos os familiares, estudaram os prós e os contra, o resolveram emigrar para o além mar. Feitos os preparativos, vendidos todos os objetos que era impossível o emigrante lavar consigo, seguiram para o porto de embarque Hamburgo, depois de lagalizada toda a documentação.
0 embarque deu-se no dia 4 de dezembro de 1890, pelo navio
Bremem. Depois de 19 dias de viagem bastante sofrida, mal acomoda­dos, pois imigrante nunca viajou bem acomodado, principalmente quando  a lotação do navio é de aproximadamente 3.500 pesoas, chegaram ao Rio de Janeiro no dia 23 de dezembro do mesmo anc. Imediatamente,  a Cia, de Navegação  e os Agentes Imigratórios providenciaram o
desembarque dos imigrantes no dia 24, véspera do Natal.
0 Camandante do navio que os transportou, era alemão, sendo católico e oonhededor das tradições dos poloneses com respeito a data do nascimento de Cristo, não permitiu o desembarque nesse dia, adiando para o dia 26, proporrcionando a bórdo, a todos seus passageiros imigrantes, um Natal de acordo com as suas tradições. Desembarcados no Rio de Janeiro, foram transportadosem barcos menores, seguindo uns para Porto Alegre e outros para Paranaguá.
           Os imigrantes que vieram para Ponta Grrossa, escolheram o Paraná, pois lá mesmo na Europa,  tiveram informaçãos de que o clima do Paraná era muito bom e saudável, informaçâo esta que lhes foi presta.da por parentes e amigos que os havim precedido  na imigração.
Chegaram a Ponta Grososa, na segunda quinzena de Janeiro  de 1891, vindo de trem até Curitiba, e em carroções o restante do percurso.
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Aqui, foi o fim de uma viagem, fim de um sonho agora iriam enfrentar uma realidade, uma peregrina;’ao por terras brasileiras, conhecer de perto o comentado paraíso brasileiro.
           Em Ponta Grossa foram descarregados e alojados em barracos "Ranchões  Coletivos", a espera da construção de suas casas, no que tomariam parte todos os homens, que para isso fossem capazes.
           A colônia para onde foram designados, foi a de Taquari, que já se achava demarcada, numa área de terras composta de matas e campinas, distando a 10 kilômetros da cidade de Ponta Grossa, onde já existia nas proximidades uma colonização de alemães, tendo aquela colônia também a denominação de Taquari, ficando assim conheci­das as duas colônias como Taquari dos Polacos e Taquari dos Alemães.   Enquanto os homens, trabalhavam nas construções das casas nas colonia, e nas estradas do governo nas adjacências da cidade, recebendo um minguado salário, que era insuficiente, para o susten­to das famílias, estas continuaram aguardando nos ranchões.
           Nos barracões onde foram alojados, jogados, pode-se assim dizer, sem nenhuma higiene, não havia nem latrinas, nem madeiras para que os imigrantes ás pudessem fazer, as necessidades fisiológicas estas cada um se defendia como podia, nas proximidades dos barraoos, daí provocando cheiro insuportável e mal estar. Havia  falta de água, não somente para o asseio e limpeza, mas até para cosinhar os alimentos, era trasida em vasilhas improvisadas, pois os imigrantes não possuíam baldes para isso, e tinha de traze-la de uma distância superior a 500 metros, dos ranchões.
Com os dias de calor que fazia nos mêses de janeiro até -março, não tardou o aparecimento de epidemias, no começo a desinteria em geral, nas crianças e adultos, em seguida febres, daí origi­nou-as o Tifo, por este foram atingidas na maioria as crianças e adolescentes, tendo havido nos Ranchões grande numero de mortes, principalmente crianças, inclusive uma filha de João Nadzeia, oom 3 anos de idade-,(Como comprovante Foto-Cópia  da Certidão do Óbito)
Prontas as casas, "ranchos", na colônia, para aí foram os imigrantes levados e alojados, onde foram entregues a prápria sor­te, sem recursos financeiros, as pequenas importâncias que recebiam pelos serviços prestados nas estradas do governo, eram insuficien­tes para o sustento da família. Colheita não haveria tão cedo, para colher é necessário plantar, estavam ainda nos mês de março/abril, e no Brasil a época do plantio é de agosto a outubro, assim sendo, oom exsessão do legumes, a colheita seria somente a partir doe meses de novembro/desembro, e até lá a família necessitava comer.
Não havia outra alternativa, tinha que enfrentar a situa­ção, os homens tabalhavam na construção da estrada, já além do  Rio Tibagi, rumo a Imbituva, saiam da colônia pela madrugada de segunda feira, retornando somente no sábado à tarde,
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guando então traziam. víveres adquiridos no Armasem de Conchas, mediante vales do governo, quo os esplorava cem preços exorbitantes, 0s demais membros da família ficavam em casa na colônia cuidandc da lavoura.
Quase sempre os víveres trazidos no sábado eram insuficiêntes para a família, até a entrada do outro suprlmento, que se daria somente no fim da outra semana, assim a situaçã das famílias dos ligrantes tornara-se desesperadora, houve caso de comerem raízes de ervas do mato,  colher brotos do ervas silvestres para fazer uma sopa qualquer, para dar as crianças,  que em casa, choravam de fome.
Muitos desesperavam-se, inconformados com a situação em que se encontravam, queriam voltar a  terra Natal,  oomo nada possuíssem para vender e apurar dinheiro para a viajem de retorno, pois tudo que possuiam, dispensavel ou não, cobertas,  cobertores,  sobretudos, casacos, e alguns até a roupa do corpo, haviam vendido, para dar de comer às famílias, e assim evitar o quanto possível,  de que crianças inocentes viessem a sofrer. Estes viram que o recurso era aceitar a realidade e enfrentar a vida. Outros sofrendo as mesmas conseqüências, animavam seus cospanheiros de infortunio, aceitando a situação diziam, ao menos aqui temos liberda­de de nossa lingua, podemos nos reunir, fazer noasas orações coletivas «em nossa língua, não temos um Kaszub nas nossas costas, nada nos proibindo, temos terra para traballhar podamos ir onde  nos convier,  sem dar a mínima satisfação a quem que ssja, isso mesmo sofrido, vale muito fossemos  desta abençoada terra brasileira, a nossa nova pátria.
Na época existia nas cercanias de Ponta Grossa grandes fazendeiros, proprietários de extensas áreas de terras, onde existiam grandes criações de gado, cs colonos premidos pela fome,  sem ter para a quem apelar, matavam rezes, que pastavam nos campos próximos a colônia, desconhecendo seus proprietários,,
Quando os fazendeiros isto perceberam, tomaram-se de fúria em cima dos imigrantes poloneses, houve espancamento de colonos, até diversas prisões pelo fato.  Era justo que os fazendeiros defendessem suas propriedades, mas na justiça, pois o imigrante polonês, desde que aqui chegou,  sempre respeitou e acatou as leis brasilei­ras, o que não era justo que os seus capangas invadi seus a colônia a fossam espancando todos a torto e direito, nao esoapsndo asm as mulheres*
Mas nem todos os fazendeiros a««oim prooedlsm9 houve um que fora mais humanitário para oosa oa imigrantes, um tal de Antônio Ra­mos (Pan Raraer como o chamavam os imigrantes), ^ra um dos proprie­tários dos animais mortos, que pediu a presença em sua fazenda    de um oolúiio ootâ quaai puds&ae falar a respeito do ocorrida, condo t&A

26 comentários:

  1. Muito interessante o texto. Descobri algumas informações sobre minha família. O Martinho Staiszczak era meu bisavô. Você sabe mais alguma coisa a respeito da familia Staiszczak? Quando vieram e aonde desembarcaram? Ou quem foram os primeiros da familia a chegar? Fiquei muito interessada. Agradeço se souber de alguma coisa.
    Giselle Estacheski

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    1. boa tarde giselle...entra em contato comigo: eherte@gmail.com

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  2. Muito legal. Sou tataraneto de Ludovico Szesz. Caso tenham maiores informações sobre ele agradeceria. (Maurício Carneiro - maraujo_carneiro@hotmail.co)

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  3. Estou tão feliz que alguém está tendo um interesse sobre a emigração polonês no Brasil. Eu vivo agora nos EUA e estou pesquisando minha árvore genealógica. Minha bisavó chamava-se Maria Smolka Sobania e sua irmã era Paulina Smolka Lachowski. Você tem alguma informação sobre os descendentes de Pedro Smolka, que você citou em seu Blog sobre a emigração polonês em Ponta Grossa? Eu acho que o pai da minha bisavó era chamado Cristiano(ou Cristian) Smolka, você acha que eles eram seus parentes? Se você puder me ajudar de alguma forma,Eu serei muito grato por favor contacte-me Daniel Kesikowski por e-mail (FamiliaKesikowski@hotmail.com) Obrigado por toda sua ajuda e continua o bom trabalho que está fazendo.

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  4. Olá, tudo bem?
    Gostei do post, também sou blogueira e sugiro que você formate o texto da próxima vez antes de publicar, pra não ficar com o fundo branco... No próprio Blogger tem um botão que você pode clicar quando estiver escrevendo o post. Acho que você escreveu no word e por isso ficou com o fundo branco.
    Achei legal o fato de o seu artigo ter feito algumas pessoas descobrirem coisas sobre suas famílias.
    http://clubedatamyres.blogspot.com.br esse é o meu blog!

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  5. tenho orgulho de faze parte do taquari hoje e ser descendente de polonês

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  6. Olá. Li alguma citação do nome WOJCIECHOWSKI, gostaria de saber mais sobre imigrantes e descendentes. Meus antecedentes desse nome vindos da Polônia, se estabeleceram em Ponta Grossa -PR.

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  7. Olá. Li alguma citação do nome WOJCIECHOWSKI, gostaria de saber mais sobre imigrantes e descendentes. Meus antecedentes desse nome vindos da Polônia, se estabeleceram em Ponta Grossa -PR.

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  8. OLÁ GOSTARIA DE SABER MAIS SOBRE A FAMÍLIA FILIPOWSKI, PODE ENVIAR PARA JOELMA@UFPR.BR, GRATA

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    1. Olá
      Me chamo Daniele, meu bisavô era Pedro filipowski e seu pai João filipowski .
      Não consegui achar mais nenhuma informação

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  9. Meu e-mail : celrs9@gmail.com
    Obrigada.

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  10. Boa tarde!

    Haveria a possibilidade de o sobrenome stacheski estar incorreto? Minha família erradicou-se em Pomta-Grossa, e nosso sobrenome é Stachelski, a única diferença seria o L... De qualquer caso, deixo meu e-mail, para possível contato:

    Richard.Brunnquell@gmail.com

    Desde já agardeço à atenção dada

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    1. Boa tarde Richard, no texto comenta sobre a variação do sobronome.
      Se você tiver alguma informação sobre essa familia, entre em contato comigo eherte@gmail.com

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  11. Magnífico resgate histórico. Parabéns!

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  12. Meu bisavô era o Stanislau Kaiut e bisavó Josefa Kauit, minha avó era Helena Kaiut, a única filha entre os homens, meus tios avós Francisco Kaiut, Tadeu Kaiut, Bernado Kaiut, Eduardo Kaiut, meu pai fala até hj sobre eles, está com 84 anos,

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  13. Sou bisneta de martinho staiszczack bom saber que ainda temos alguns enteresses por nossos antepassados e nao deixar que o tempo apague as nossas origens

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  14. Boa noite , gostaria de saber como faço para ver as certidões de óbitos dos imigrantes mencionados na colônia Adelaide . Vi que o nome do meu tataravô se encontra e me ajudaria à provar sua nacionalidades. Obrigada

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    1. Oi Daniele, você descobriu alguma coisa em relação as certidões? se tiver alguma informação para compartilhar por favor me envie: eherte@gmail.com

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  15. José Kasprezak era casado com Maria Winnicka, irmã do meu bisavô Wladislaw Winnicki. A família veio da Polonia em janeiro de 1912 e se instalou na Colonia Restinga.
    A família era formada pelo pai Michal Winnicki, a mãe Katarzina Winnicka e os filhos Wladislaw, Anna (casou-se com Estanislau Klazura), Maria (casou-se com José Kaspchak), Estephania(casou-se com Alexandre Hucziak), Jasiga(faleceu, possivelmente) e Carlos (casou-se com Estanislava Kurzmicz).
    Em janeiro de 1914 o patriarca Michal faleceu, deixando a viúva e os filhos.
    Em maio do mesmo ano, Katarzina se casou novamente com Estefano Malaine que acabava de viuvar. Coincidência ou não, meu bisavô que era o filho mais velho, casou-se com Francisca Malaine, a filha de Estefano logo em seguida.
    Dai por diante Katarzina passou a viver com Estephano em Moquem e meu bisavô com sua esposa mudaram-se para Irati. Lá tiveram seus filhos: Anna, Miguel (meu avô paterno), Estanislau e José e posteriormente retornou para passar o restante da vida em Ipiranga, onde faleceu em 1952.
    Descobri tudo fazendo buscas por conta própria, e se alguém tiver mais informações, meu e-mail é karini.v@hotmail.com.
    A quem está fazendo buscas, aconselho usar o site https://www.familysearch.org, me ajudou muito.
    Grata!

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    1. Oi Karini temos um parentesco meus bisavôs são Jose Kacprzak (tem muitas variações mas são todos o mesmo sobrenome Kasprezak Kacprzak Kaspychak Kaspchak tem alguns inclusive com mais letras, mas é a mesma família) e Maria Winnicki, que era irmã do seu bisavô Wladislaw Winnicki. Os pais de José eram Francisco e Tecla Kacprzak. Jose e Maria tiveram 7 filhos Antonio, Sofia, Vadica, Josefa, Antonia, Ana e Rosa. Meu avô é o Antonio Kacprzak (Kaspychak) que morreu muito jovem ele casou com Nahir Bismaia (falecida) e tiveram 2 filhas Neusa Kaspychak e Neuci Kaspychak (faleceu 2020). Sou a Fabiana, filha da Neusa, e tenho mais dois irmãos Fabricio e Fabiola. Estou a procura de documentos para cidadania polonesa. Se você ou alguém tiver algum documento que possa compartilhar de José Kacprzak ou da Maria Winnicki eu agradeço muito. Meu contato é fabianar.terapeuta@gmail.com 41 999636788

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  16. Olá boa noite. Onde consigo mais informações sobre a família Kacprzak (Kaspchak) citada no texto q chegou em 1911 na região da Restinga? Gratidão por qualquer informação. Meu email fabianar.terapeuta@gmail.com

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  17. Bom dia, gostaria de saber se existem registros dos moradores destas colônias. Rastreei o ramo da minha família até o casamento de Paulo Wawrziniak e Mariana Grabowski, no entanto não consigo progredir além dos seus pais que constam na certidão de casamento. Da parte materna José Grabowski (José Grabovzlha, esposa Eva - colônia Taquary) e da parte paterna José Wawrziniak (José Wargenalk, esposa Uiliana - colônia Moema) todos poloneses.

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  18. Boa noite. Que resgate histórico. Sou bisneto de Alberto Zagobinski. E atualmente moramos no mesmo local onde meu bizavo se instalou.

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  19. Boa noite! Tem algum histórico e origem da família Spicalski e Traleski ?

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  20. Boa noite, gostaria de saber se alguém tem alguma informação com relação ao sobrenome szymaysky, também encontrei variações como schimansky ou schimanky

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